Num programa especial transmitido pelo serviço de streaming da Abema TV, foi exibido uma entrevista com Takeshi Natsuno, recentemente nomeado presidente da empresa Kadokawa, empresa reconhecida por várias produções na indústria de animes, mangás, novels e jogos.
A entrevista abordou a questão de como a indústria deve se transformar para atingir o público de forma mais eficiente. O presidente Natsuno mencionou que hoje, a prioridade para a Kadokawa e muitas outras empresas do setor é que o Google e a Apple sejam uma ferramenta de suporte e não uma barreira impossível de lidar.
Tanto Google quanto Apple são atualmente os maiores meios de distribuição para empresas de entretenimento, porém, para que um produto chegue aos olhos de um consumidor por meio desses gigantes da internet, é necessário que eles passem por alguns filtros para não permitir que personagens sensíveis ao conteúdo possam entrar as mãos erradas.
O presidente comentou: “Atualmente, existem muitos mangás que têm imagens muito extremas ou que tocam em temas delicados, isso infelizmente é um obstáculo para podermos aprovar os critérios do Google e da Apple. Temos que criar um novo padrão para o que pode ser mostrado ao público e o que não pertence mais a esta era da internet. ”
‘A empresa para a qual trabalho está cheia de pessoas que estão do lado da liberdade, mas acho que devemos dar um passo atrás.’
Essas declarações foram comentadas nas últimas horas porque alguns temem uma transformação do que é atualmente a indústria otaku no Japão, caracterizada por ter um lado ‘rosa’ que explora o fanservice e questões controversas. No entanto, parece que as empresas que se dedicam à produção vão começar a trilhar o caminho do politicamente correto para poderem continuar vendendo sem restrições.
Não é nenhuma surpresa que anime e mangá hoje sejam uma futura potência no entretenimento global. Mais e mais jovens e adultos estão entrando no consumismo otaku. Alguns deles entendem a natureza um pouco distorcida do que significa ‘a indústria otaku’, entretanto, há outros que facilmente se assustariam ao ver como religião, sexualização e outras questões polêmicas são tomadas como referência para a criação de obras.
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