Distribuição exclusiva ameaça séries de anime As obras só flopam por causa das exclusividades?

No Japão existem dezenas de canais e serviços de televisão através dos quais você pode acompanhar as séries de anime atualmente no ar, ao contrário do que acontece no Ocidente, onde são tão poucos que muitos decidem recorrer à pirataria. Mas quanto mais canais e serviços existem, mais concorrência existe e mais se usa uma tática muito odiada: a exclusividade. Isso pode ser total (a série nunca sai do serviço exclusivo) ou temporário (a série chega a outros serviços depois de um tempo), mas uma coisa é certa: estraga completamente o hype de uma série, talvez até cortando sua chance de obter uma sequência. Este tópico foi explorado em um recente post do Yahoo! News Japan.

“Distribuição exclusiva, onde uma empresa tem o monopólio da distribuição online. Se houver uma série que você deseja assistir, você pode ficar frustrado por ter que pagar por um serviço apenas para assistir a uma série. No entanto, após algum tempo desde que foram emitidos, eles podem estar disponíveis em outros sites de distribuição. Este artigo apresenta três títulos de anime que não foram distribuídos exclusivamente no momento de sua transmissão, mas agora estão disponíveis em vários sites.”

“Também é um tema de interesse nas redes sociais, com pessoas dizendo que teria sido um anime mainstream se não tivesse sido distribuído exclusivamente, e que o número de visualizações não é proporcional ao quão bom algo é. “Oshi ga Budoukan Ittekuretara Shinu (If My Favorite Pop Idol Made It to the Budokan, I Would Die)” é uma adaptação do mangá de Auri Hirao que foi ao ar exclusivamente no serviço FOD, mas agora também está disponível na dAnime Store e U-NEXT no Japão”

“Segundo, ‘Arte’ é outro anime baseado em um mangá de Kei Ookubo que também foi ao ar exclusivamente através do FOD, mas agora está disponível nos serviços dAnime Store e Amazon Prime Video. Por fim, “Akudama Drive” foi um anime original do Studio Pierrot que foi ao ar exclusivamente no FOD quando estreou, e há até duas versões do episódio final (com a segunda adicionando cenas adicionais), mas já está disponível na dAnime Store e Amazon Prime Video no Japão.”

“O efeito de uma série ser distribuída exclusivamente através de uma única plataforma acaba por limitar a sua audiência e muitas pessoas não estão dispostas a pagar por um serviço durante três meses (se a série tiver a duração de doze episódios) só para ver uma única série. Em última análise, porém, essas são decisões de produção e eles devem estar cientes das consequências de um acordo de exclusividade.”

Claro, este artigo atraiu alguns comentários de fãs japoneses, destacando:

• ‘É precisamente por esta razão que eu não vi JoJo’s Bizarre Adventure: Stone Ocean’;
• ‘É por isso que o que sai na Netflix despenca na maioria das vezes. As decisões de algumas produções são muito estúpidas’;
• “Desde que os produtores ganhem muito dinheiro com um acordo de exclusividade, eles não se importam que o hype por uma série não dure ou seja inexistente e, consequentemente, não sejam produzidas mais temporadas”;
• “Havia um pouco de expectativa pelo novo anime Spriggan na Netflix, que acabou durando alguns dias. Agora essa série também está enterrada no esquecimento”;
• “As séries live-action também são transmitidas exclusivamente, mas conseguem fazer muito sucesso. Talvez seja uma evidência de que o mercado de anime ainda é pequeno em comparação?”;
• ‘Eu entenderia se fossem exclusivos da Netflix, mas o FOD é muito pequeno”;
• ‘Animes não terão sequências se não houver ninguém esperando por eles”;
• ‘Gostaria que esses acordos fossem exclusivos por tempo limitado, como os jogos são’;
• ‘Eu não quero dar à Disney um único iene para assistir aos curtas de anime de Star Wars’;
• “Do ponto de vista do comitê de produção, uma distribuição exclusiva é um acordo benéfico. Eles não se importam se o anime for bem sucedido se já tiverem um lucro líquido garantido. O que você escolheria? 10 milhões de ienes instantaneamente ou arriscar o anime flopar e não ganhar nada?”;
• “Bem, muitas pessoas não vão acompanhar as séries que são distribuídas em serviços exclusivos. Então, ninguém fala sobre a série e ela cai no esquecimento. E é claro que não há sequências.”

Fonte: Aqui!