O serviço global de streaming de anime Crunchyroll está explorando a ideia de projetos de anime mais curtos para atender às preferências das gerações mais jovens por conteúdo curto, como o visto no TikTok, de acordo com uma nova entrevista.
A Nikkei Xtrend entrevistou a COO da Crunchyroll, Gita Rebbapragada, e o presidente Rahul Purini sobre as últimas tendências relacionadas à indústria de anime. Quando perguntaram à dupla como eles acreditam que o anime evoluirá no futuro, Purini respondeu: “A maioria dos animes tem de 21 a 24 minutos de duração. Enquanto isso, as gerações mais jovens estão acostumadas a assistir a vídeos curtos de 2 a 4 minutos um após o outro (no TikTok etc.). Precisamos pensar em como contar histórias de anime de forma diferente do que tradicionalmente fazemos. O próprio ecossistema de anime precisa continuar a evoluir.”
A indústria de anime busca atrair gerações mais jovens por meio de conteúdo mais curto
Não é a primeira vez que a Crunchyroll sinaliza sua intenção de apelar para a tendência da geração mais jovem de assistir a conteúdo mais curto. Falando novamente com a Nikkei em agosto, Rebbapragada disse que a plataforma estava explorando conteúdo curto como vídeos musicais de anime , bem como conteúdo promocional por meio de plataformas como o TikTok. A conta X da Crunchyroll (antigamente Twitter) aumentou notavelmente sua postagem de cenas de episódios de anime, antes de convidar os espectadores a conferir a série em sua plataforma.
No entanto, os últimos comentários da Crunchyroll apontam para ir ainda mais longe, potencialmente reduzindo a duração de alguns projetos de anime. A empresa, que arrecadou mais de um bilhão em 2023 com produtos licenciados, está longe de ser a única nesse aspecto. Mais recentemente, Masayuki Ozaki, presidente da Bandai Namco Pictures (Welcome to Demon School! Iruma-kun , Gintama (2015–presente), Wistoria: Wand and Sword com Actas) deixou a empresa este mês para estabelecer o novo estúdio de anime, Creadom8, especializado em projetos de animação mais curtos. O estúdio de produção de anime TOKYO EPIC, sediado no Japão, anunciou este mês que criará uma plataforma de distribuição de anime e um novo estúdio dedicado especificamente para conteúdo de curta duração. Várias empresas baseadas em NFT, como a Azuki, também usam anime curto como plataforma de lançamento para entrar no espaço. Azuki fez uma parceria com a lenda do anime Goro Taniguchi (Code Geass , One Piece Film: Red) e Junichi Yamamoto (Why Raeliana Ended Up at the Duke’s Mansion) para uma obra no início deste ano. Criadores de conteúdo de marca como Intertrend também tiveram sucesso com curtas de anime para a Toyota.
O conhecido animador do Studio Ghibli também pressiona por animes curtos para lidar com a seca criativa
Embora um esforço liderado pela Crunchyroll para durações de anime mais diversas provavelmente fosse recebido com reação negativa por alguns fãs, vários profissionais da indústria já expressaram sua necessidade para outros propósitos. Shigeo Akahori, um conhecido frequentador dos filmes do Studio Ghibli, destacou a importância do anime curto, atraindo “amadores e animadores que tinham ideias, mas não tinham onde colocá-las em prática” e abordando uma seca criativa. Com muitos dos proponentes de anime mais curtos de olho em mercados além do Japão, aqueles que criticam certos aspectos da globalização do anime provavelmente acharão isso preocupante. O Yomiuri relatou no final do ano passado que a Imagica, a empresa-mãe do estúdio Pokémon OLM, fechou um acordo para produzir “anime leve” para reduzir os custos de produção.
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