O colunista David Cabrera, do site Anime News Network, teve no mês passado a oportunidade de entrevistar Yamamoto Koji (Fuji TV) e Ohyama Ryo (supercell), produtores chefes do anime Guilty Crown, além do representante George Wada da Production I.G.
Assessorado pelo interprete Yosuke Kodaka da Aniplex, David interrogou os produtores do anime sobre as várias facetas do programa. Guilty Crown está sendo transmitido nos EUA pelos sites Funimation.com e NicoNico.com.
A seguir o portal de Notícias Anime United traz a tradução dessa entrevista.
David: A primeira coisa que eu ouvi sobre o programa é que ele passa no noitaminA block (entre 00:45 to 1:15 as quintas/sextas). Eu fiquei um pouco surpreso porque é diferente do tipo de anime que (geralmente) passa no noitaminA, e eu gostaria de saber dos produtores: Qual é o perfil (demográfico) de Guilty Crown?
Yamamoto: O bloco originalmente era um programa que passava apenas um anime, mas a Fuji TV o expandiu para uma hora, e eventualmente eles tentaram criar um título mais amplamente aceitável. Então, Guilty Crown é um dos títulos criados para isso.
Ryo: Estamos enfatizando a ação e enredo: um programa de TV de vanguarda. O primeiro anime que teve esta abordagem foi Shiki, esse foi o começo disso.
Wada: Uma das coisas mais importantes que nós queríamos fazer eram séries originais. Sendo assim, no ponto de vista do estúdio, queríamos criar a próxima geração de anime com este programa. Com Ghost in the Shell, o público principal está entre seus vinte e trinta anos, mas com Guilty Crown estamos buscando um público mais jovem.
David: Seguindo essas linhas, eu notei que o Redjuice faz o design dos personagens e Ryo faz a música. Ambos são muito populares, não tanto com a animação de forma estabelecida, mas na comunidade da net, e eu queria saber quem teve a ideia de colocá-los no programa.
Yamamoto: Essa foi uma ideia de toda a staff, incluindo o Araki-san (diretor). Nós sentimos que ele (Redjuice) tinha um grande potencial para fazê-lo com primor e um vasto apelo com as pessoas.
Ryo: Depois do Redjuice ser contratado como designer, como ele faz parte do supercell, Ryo também assinou.
David: Ah, então eles vieram como um pacote. Eu sei que o anime está agendado para duas temporadas, e um anime de duas temporadas pode ser considerado arriscado. Você vê uma série de duas temporadas tipo o Guilty Crown como um risco em termos de duração?
Yamamoto: Claro, existe um risco muito grande em se fazer um anime de duas temporadas, e ainda sendo algo original. Mas, se fizéssemos em apenas uma temporada, o anime teria apenas começo e fim. Portanto, para este anime, e de agora em diante, queremos fazer mais animes de duas temporadas.
David: Eu notei enquanto assistia que o anime tem muitas ideias especificamente japonesas, como a independência externa e o orgulho nacional em geral. Como você acha que isso vai atingir o público estrangeiro? Você pensa que eles ainda serão capazes de se conectar?
Yamamoto: O conceito básico do anime é em estilo japonês, um conceito japonês, e isso é o que o faz mais original que outros animes. Então, como um anime apresentado no mundo todo, o elemento japonês é muito importante.
David: Nessa mesma linha, ultimamente tem havido uma série de artigos sobre o “macho herbívoro”, ou “juventude passiva“. Lembrei-me desse tipo de personalidade quando vi o herói no show. Eu queria lhe perguntar pessoalmente, você pensa nesse mocinho como um “macho herbívoro“?
(Uma comparação com Shinji Ikari do Evangelion surgiu quando essa questão foi interpretada)
Ryo: Shu é um dos personagens principais, mas também existe um outro peronagem principal – Gai – e eles são tipos de pessoas completamente opostas. Quanto a Ikari Shinji, que é de um anime de 1995, Shinji é mais passivo. Ambos estão em seus próprios mundos e eles não saem desse mundo. Então, Shu é tipo como uma versão 2011 de Shinji: ele tem mais de um–
[o grupo começa a rir]
Ele tem amigos, mas ele não se conecta com eles ainda. As relações são superficiais. Esse é mais o tipo dos garotos de 17 anos, nos dias de hoje. Então, essa é a diferença entre Shu e Shinji.
David: Quando eu assisti o primeiro episódio do anime, imediatamente entrei na internet para ver qual era a reação dos fãs, e existia uma enorme quantidade de comparações com Code Geass. Os animes compartilham um autor, mas a questão é: indo adiante com Guilty Crown, como você pretende diferenciar vocês mesmos de Code Geass para os fãs?
All: Onde você está vendo isso?
David: O esboço do enredo, os distritos, o Japão enfraquecido (sendo destruído), e o menino conhecendo uma menina que concede a ele poder.
Yamamoto: Nós não estamos tentando ser como Code Geass. Não planejamos tomar nada dele para este anime. Aliás, quanto ao cenário, Code Geass é bem distante, muito além do Japão moderno. Mas para Guilty Crown, a situação é mais natural. Então nós não estamos tentando fazer uma trama similar. É claro, existem similaridades.
David: Muito obrigado a todos.
All: Obrigado.
David: Obrigado à Aniplex e ao Funimation pela criação desta oportunidade.
Fonte: Aqui.
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