Como já é possível imaginar, hoje estarei fazendo minha crítica ao novo filme “Zom 100: Bucket List of the Dead” que é baseado no mangá homônimo que começou a ser publicado em 2018, mas que teve uma estreia quase simultânea com o anime de mesmo nome. Dirigido por Yûsuke Ishida e lançado em 2023, o live action Zom 100: Bucket List of the Dead poderia ter ganhado algum público e evitado mais críticas se não fosse liberado ao mesmo tempo que o anime, cujo qual o disparou na fama.
Sinopse:
Em um apartamento cheio de lixo, Akira Tendou, de 24 anos, assiste a um filme de zumbi com olhos invejosos e sem vida. Depois de passar três anos difíceis em uma fábrica no Japão, seu espírito está quebrado. Ele não tem coragem nem de confessar seus sentimentos para Ohtori, sua linda colega de trabalho. Então, uma manhã, ele encontra o caseiro almoçando – que acaba sendo um zumbi! A cidade inteira está infestada de zumbis e, mesmo correndo para salvar sua vida, Akira nunca se sentiu tão vivo.
Enfim, partindo já para as análises, essa resenha garante ser muito breve (eu espero), afinal de contas não existe muito a se falar. O filme promete ser um “achado” com seu roteiro singular no tema apocalipse zumbi e trazer um novo olhar para a tragédia, mas acaba que se torna cansativo, sem graça e confuso em muitos aspectos, sobretudo para quem, assim como eu, já estava acompanhando o anime.
De maneira mais técnica, os enquadramentos de câmera não são ruins, os efeitos visuais também dá para relevar, mas quando se fala de roteiro e desenvolvimento eles erraram muito mais. Ao assistir, percebemos que tentaram equilibrar drama com comédia, mas fizeram de uma forma tão ruim que os espectadores ficam mais confusos do que entretidos. Entendemos que a produção do longa metragem escolheu investir mais no drama, porém nem isso conseguiram fazer com sucesso.
Observando de forma muito crítica, o desenvolvimento da história é acelerado para tentar resumir em duas horas tudo o que existe para abordar de mais interessante e quem assiste sabendo de todo o contexto consegue notar claramente que ele não passa aquela sensação de “liberdade” que eles almejam retratar, justamente por precisarem resumir tanto e até modificar alguns desenvolvimentos de personagens que não existiam antes.
Além de tudo, essa tentativa de abordar um pouco do tom cômico da obra foi realizada de uma forma que não deu muito certo, resultando em momentos em que paramos para pensar o que estamos fazendo da nossa vida ao assistir aquilo. Quanto aos personagens, retomando o que citei sobre os seus desenvolvimentos, a história não se constrói de maneira que te faça se apegar a eles, na verdade as escolhas de roteiro refletem o oposto e acabamos não nos importando muito com algumas ações. Óbvio que eles não se esqueceram do background de alguns deles, mas a forma como se desenrolou foi tão apressada que só nos deixamos levar relação e esquecemos do drama.
Contudo, minhas próximas frases poderão parecer contraditórias a partir de tudo que já disse, mas devo destacar que todas essas análises foram sob o juízo de que acompanho o anime, então é impossível ver sem comparar, e que essa resenha inicial foi realizada de uma forma ainda mais crítica. Sendo assim, eis que devo admitir que, conforme determinada ótica, o filme pode ser interessante para um público mais amplo que foge dessa bolha em que nos encaixamos e já digo o porquê: a premissa é inovadora para o tema, eles sabem se aproveitar, de certa forma, na cenas de ação, os efeitos visuais são atraentes para quem não é exigente, existem alguns plots interessantes, um outro jumpscare e de maneira geral, o longa não é um prejuízo total. Em resumo: é ruim, mas depende.
Em outras palavras, o filme funciona para quem não viu o anime. A proposta é boa, mas poderia ser melhor trabalhada. Claro que as experiências, tanto no anime, quanto no filme, serão diferentes por serem produções de níveis diferentes, por isso não dá para exigir muito, mas a história se perdeu em alguns momentos importantes e não cativa tanto quanto o anime.
Dessa forma, podemos perceber que cada gênero explora a história de sua maneira e isso, não necessariamente, anula a outra produção. O anime é ótimo, traz as situações do roteiro equilibrando brilhantemente o drama e a comédia (além de sua estética sensacional), mas esse filme ajuda a confirmar o que todos já sabíamos: os live actions, geralmente, não conseguem traduzir bem a linguagem dos animes (salvo algumas exceções).
Dessa forma, se compararmos com o anime (que é nossa referência de mais destaque), percebemos que muitos pontos da história foram adiantados e precipitados no longa metragem, a experiência também é muito superior no anime (por motivos óbvios), além de que as abordagens e o desenvolvimento geral também são bem diferentes de um para outro, afinal, apesar das semelhanças, no filme os personagens seguem um roteiro diferente do anime com personalidades não muito parecidas, nos fazendo sentir falta de alguma cenas icônicas que acabaram sendo deixadas de lado.
Faltou no filme essa estética colorida e divertida do anime (e olha que eles divulgaram na capa), justamente por escolherem se manter mais no drama, o que deixou o longa-metragem mais fraco, mais chato e mais cansativo, afinal o protagonista vê tudo colorido e com um tom mais divertido após o início do apocalipse para demonstrar sua felicidade real.
No entanto, para finalizar finalmente, admito que é muita injustiça comparar dois tipos de adaptações da mesma história por serem experiências e recursos diferentes (por mais que o filme já tenha seus próprios defeitos), mas como citei no começo, a pior decisão do estúdio foi lançar o filme ao mesmo tempo que o anime achando que teriam o mesmo sucesso, mas de qualquer forma o longa-metragem só é ruim para quem se prende muito a detalhes e tecnicidades, por que para o grande público alheio à criticidade e comparações, ele pode ser uma boa escolha.
Enfim, já deixei toda a minha opinião aqui e deixo nas suas mãos para compartilharem suas opiniões. Estão vendo apenas o anime? Gostaram do filme? Preferem mais o anime? Respondam aqui e não se esqueçam de compartilhar nas redes sociais.
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