Mais uma vez fazendo-os relembrar de clássicos, hoje iremos falar um pouco sobre a recente finada Neo Tokyo (destaco para o detalhe de que, por serem muitas revistas de anime passadas pelo Brasil, irei citar cada uma individualmente de trás para frente).
A Neo Tokyo foi a revista voltada para animes com publicações mais recentes, iniciando seus trabalhos em janeiro de 2006 e finalizando em outubro de 2017 (na edição 120). Produzida pelo Estúdio Criativo Mercado Editorial, ela surgiu com o intuito de ser uma espécie de “spin-off” de outras publicações da mesma editora que já existiam, como a Anime>Do, porém seu sucesso foi tanto que acabou perdurando mais do que sua predecessora e se manteve pela Editora Escala por uma década, praticamente.
Um dos motivos para esse sucesso de vendas estava no seu formato, porque, enquanto as revistas mais antigas vinham sendo publicadas no estilo “formatinho” que era de 13,5 x 20,5 cm com 48 páginas, a Neo Tokyo tinha um formato maior de 20,5 x 27,5 cm e com a média de 84 páginas. Além disso, ela também tinha espaço para publicar fotos de cosplayers, e abria algumas páginas para que leitores pudessem publicar seus textos, etc.
O editor da Neo Tokyo e colaborador da Anime>Do era o Junior Fonseca (atual coordenador do Anime Friends), o mesmo responsável pelo site Anime Pró e por fundar a NewPOP em 2007, ele também foi gerente da Comix Book Shop e um colaborador da formatinho Desenhe & Publique Mangá, ambas produzidas pela Opera Graphica (de Franco de Rosa e Carlos Rodrigues). É importante também frisar que o Anime Pró também foi uma das principais influências para as primeiras publicações da Neo Tokyo.
A Neo Tokyo, sempre trazendo ótimas matérias, teve publicações de Alexandre Lancaster (fundador da Lancaster Editorial em 2011 com uma tentativa de Shonen Jump brasileira ao criar a revista Almanaque Ação Magazine que durou apenas 3 edições), Valéria Fernandes, do saudoso quadrinista Minami Keizi (com a coluna Cultura Nippon que focava nas curiosidades do Japão), Arthur Garcia (ensinando técnicas de desenho estilo mangá), entre outros como: Junior Sagster, Sayuri Tanamate, Renato Hack, Douglas MCT e Lily Carrol como editores; e também Sérgio Peixoto, Rodrigo Pato, Ademi Junior, Guilherme Coral, Nilton Simas, Raquel Sumeragi, Felipe Marcantonio e muitos outros, além do espaço que davam para que leitores pudessem enviar suas matérias.
Logo depois que Lancaster e Valéria já haviam saído (ainda no início das publicações) e seguido, cada um, seu rumo em direção ao futuro que desejavam, além da morte de Minami Keizi em 2009, a revista mudou bastante durante as edições e nos seus formatos, inclusive o estúdio mudou e passou a ser chamado apenas de “Criativo Editora”, até que, em outubro de 2017 (alguns anos após o fim da Anime>Do) a New Tokyo parou de ser produzida.
A real é que hoje em dia é muito fácil encontrar qualquer tipo de notícia ou matéria que queremos (como aqui na Anime United que traz as novidades o mais rápido possível até seus leitores), mas antes as revistas eram o que nos trazia tudo sobre o mundo otaku e nos abrir os horizontes para a cultura oriental, então tínhamos que ir nas bancas, comprar a edição mais recente e voltar para casa e apreciar as belas matérias que eram feitas com muito capricho.
No geral, a revista era composta por matérias sobre mangás, animes, aulas de desenho, model sheets, divulgação de cosplays e artes, fanfics, j-pop (e outros gêneros musicais orientais), tokusatsus, obras e filmes japoneses, etc., podia se encontrar de tudo um pouco nas suas páginas e eles sempre traziam o que estava no hype e o que era diferente.
Falavam sobre muitos animes e mangás interessantes e até hoje eu leio as minhas para buscar um anime “novo” para assistir, porque suas matérias eram tão bem desenvolvidas e editadas que era muito prazeroso sentar e ler para descobrir mais sobre os animes, filmes, mangás e obras japonesas que eram ou não conhecidos pelo público. Inclusive foi lá que descobri um anime muito interessante sobre briga por comida que trarei um review futuramente.
Por ter tido publicações mais recentes, seu layout e suas edições ainda possuem uma excelente qualidade e vale muito à pena buscar pela internet atrás de adquirir algumas revistas (encontra-se mais em vendas de usados) por conta de seu conteúdo muito interessante e ainda conseguir oferecer boas opções para acompanhar e curiosidades que nunca imaginamos existir, sobretudo para quem está iniciando agora no mundo dos animes/mangás. Haviam épocas em que podia se encontrar um compilado de 3 ou 4 revistas em uma edição só, facilitando a vida de quem havia perdido algumas edições anteriores e também incentivando as vendas para não cair em esquecimento total, afinal o mundo otaku ainda não tinha tanta força e público como hoje onde a internet facilita tudo.
Eles também separavam sessões por temas, criavam tops de recomendações com muitos detalhes e sinopses para que os leitores pudessem se informar muito bem, além de dar espaço para matérias mais aprofundadas sobre algum tema escolhido a dedo. Dessa forma a Neo Tokyo é uma das revistas que jamais ficará esquecida, não apenas pela sua grande influência no mundo otaku brasileiro, como também pela sua importância como difusora da cultura oriental em terras tupiniquins.
Mas diga aí, você já comprou alguma edição dessa revista? Comente aqui embaixo se teve um contato mais próximo e suas lembranças de quando a Neo Tokyo ainda era vista nas bancas pelo Brasil.
Consegui botar as mãos em uma graças a um amigo do meu irmão caçula e bom… Foi amor à primeira vista! Ela passou meses lá em casa até finalmente o menino ir pegar de volta. Considero está revista a semente do meu amor por coisas do Japão e uma consolidadora do meu amor por animes! Ótima matéria, pessoal!