Nas primeiras impressões da temporada de julho, o Alex comentou sobre Sonny Boy. Nas palavras dele, Sonny Boy seria a “melhor série do verão”. E devo compactuar com ele.
A história desses jovens perdidos em um mundo misterioso chama a atenção desde seu primeiro episódio. Contudo, mesmo a animação denotando logo de cara que seria algo único, talvez não se soubesse de toda a proporção que a obra tomaria ao longo de 12 episódios.
É provável que Sonny Boy seja um dos melhores animes de sua temporada. Todavia, pode não receber de fato todo esse brilho, uma vez que sua narrativa se restringe quando o assunto é ser “algo mais convencional”.
Não há problema nenhum em ser comum. A questão aqui é que Sonny Boy é um anime com uma pegada singular e que aborda sobre temas mais complexos, como solidão, ostracismo, anarquia, existencialismo e por aí vai.
Somando com esses temas, a produção do título abarca também um conceito complexo. Cenas com cortes brutos, um design de animação um tanto diferente e repleta de transições coloridas entre as passagens dos mundos apresentados na história. Por fim, vale salientar aqui que o diretor é Shingo Natsume, o mesmo diretor de One Punch-Man.
Tudo isso parece ser muito viajado. E de certa forma é mesmo. Mas calma.
Breve resumo da história do anime
É quase certo que metade das pessoas que assistiram Sonny Boy não compreenderam. E isso é totalmente normal. Eu mesmo não entendi o todo. Entretanto, o importante é captar a grande mensagem que a obra quer passar: pensar acerca de si mesmo e da vida.
Antes de destrinchar a história, é interessante comentar superficialmente sobre o que ela é, caso você que esteja lendo nunca assistiu ou mesmo nunca tenha ouvido falar do anime.
Em síntese, no meio das férias de verão, o estudante Nagara, a misteriosa estudante transferida Nozomi e colegas de classe são repentinamente transportados de suas vidas cotidianas tranquilas para uma escola à deriva em uma dimensão desconhecida.
Nesta dimensão, tudo o que os alunos encontram são perguntas e mais perguntas. Não há uma resposta para nenhum dos problemas que começam a surgir em suas vidas. Ademais, não sendo o bastante, alguns estudantes ganham habilidades especiais. E assim, neste novo mundo sendo povoado por jovens, Sonny Boy desenvolve sua temática filosófica.
Entenda (ou quase isso) Sonny Boy
Sonny Boy é um anime que nos leva em uma viagem em direção à questionamentos acerca da vida. Sobretudo, à maneira na qual nos enxergamos nela e o que pensamos sobre ela.
O anime é consideravelmente abstrato. Logo, sua mensagem é difícil de ser decodificada logo de cara. Entender este anime é um processo. Assim como a vida e fazer parte dela.
Em 12 episódios, Sonny Boy desperta questões sociais e individuais de suma importância. E é muito fácil acreditar que toda a fábula seja uma grande metáfora.
Muitos dos alunos que estão envolvidos nesta trama passam por problemas, como por exemplo o caso em que muitos não conseguiam se encaixar e, por isso, se isolaram em seus próprios mundos. Entender essa crítica e pensar sobre ela é um dos objetivos da obra.
E sobre os mundos, também pode ser tratado como uma tentativa de representar algo. Como se trata de uma narrativa sobre jovens, pode-se imaginar a lógica de como funciona a cabeça dos jovens, ainda mais neste mundo contemporâneo, que requer sempre mais a cada dia.
Aliás, o próprio anime denota que estes mundos foram criados para que o protagonista pudesse se ausentar de seu mundo atual. E, claro, consequentemente, de tudo que pertencia a este mundo. Em resumo, uma forma de escape.
Por fim, cada mundo funcionava com um mecanismo diferente. E foi a partir dessas novas formas que precisavam ser descobertas que a união, o cognitivo, as habilidades e também as problemáticas foram sendo apresentadas para o telespectador.
A evolução dos personagens e também do telespectador
Ao todo, se não estou equivocado, foram dois anos que nossos personagens ficaram à deriva nesses mundos paralelos. Muitas lições foram ensinadas e aprendidas. E embora aqueles mundos parecessem mais fáceis, havia o desejo no coração de voltar para o mundo real.
Uma frase que o anime enfatizou bastante, parafraseando, foi: “não podemos mudar o passado, mas podemos escolher como será nosso futuro”. Em suma, por mais que o mundo original fosse “comum” ou medíocre, ainda assim era o mundo deles.
Assim como houveram mudanças nos mundos paralelos, neste mundo real também podem haver mudanças consideráveis. E, acima de tudo, uma evolução pessoal. Para evidenciar isto, a animação apresenta o desenvolvimento de Nagara, o protagonista da série.
Pode-se fazer um paralelo entre o início do anime e o final. Como Nagara era, as atitudes que tinha e o que ele se tornou após dois anos vivendo à deriva. Enfim, Sonny Boy é uma gigantesca história que aborda sobre questões impactantes.
Mais do que qualquer outra coisa, é um anime sobre a vida e as nuances dela. Com certeza haverão interpretações divergentes a esta apresentada neste texto.
E é possível que todas estejam corretas, porque Sonny Boy não está preocupado em definir um veredito. Sonny Boy está preocupado com todo o processo e em como suas mensagens podem impactar a vida de alguém da melhor maneira que esse alguém conseguir interpretar para si.
E você, o que achou de Sonny Boy? Deixe aí nos comentários.
Texto bem feito
Obrigaaaaadu! <3
Ok, o anime tem discussões existencialistas, mas gostaria de saber se explicaram (ou pelo menos deram pistas) sobre os mundos “À Deriva”?
Os personagens foram “copiados”? Quem era o tiozão de óculos escuros?
Manoel Gomes