Shinchou Yuusha : Desconstrução ou destruição? Seria este um anime que deveria ser amado?

Fabio Andrade
(Redator do Blog e Podcaster)
Shinchou Yuusha
© Shinchou Yuusha / White Fox

É inegável que atualmente existem muitos animes de Isekai, acredito que você já saiba o que é um anime deste tipo, mas pelo bem da narrativa eu irei fazer referência. Isekai (“mundo diferente”) é um gênero de fantasia que tem como característica o fato de seu protagonista ser transportado ou encarcerado em um mundo paralelo. Dito isto, eu poderia citar vários animes desta modalidade, mas hoje, pretendo falar sobre um em especial.

Shinchou Yuusha: Kono Yuusha Ga Ore Tueee Kuse Ni Shinchou Sugiru, é um anime de nome bem longo – sério, não entendo a razão de colocarem nomes tão longos, que trata novamente da temática de Isekai, entretanto, traz uma ideia de desconstrução dos clichês que naturalmente se veem em animes deste gênero.

A história começa quando a deusa Rista, uma deusa com poderes de cura – basicamente uma sup, é obrigada a salvar um mundo, os deuses nesta animação são famosos de acordo com a quantidade de mundos que salvam. Para salvar este mundo, a deusa pode convocar um herói a sua escolha, e tudo começa muito bem, com uma pilha de status de vários candidatos, tipo um gerente de RH selecionando currículos, a deusa vai analisando um a um até que ela acha um protagonista supostamente interessante, este cara se chama Seiya.

Shinchou Yuusha
© Shinchou Yuusha / White Fox

Normalmente o herói estaria com um rank baixo e depois iria “upando”, mas este não, já é um gênio – ok, nada de anormal, mas este cara tem um ponto que é bem inesperado, ele é completamente e incrivelmente cauteloso, pra você ter uma noção, quando Seiya foi comprar armaduras, ele pediu três iguais pois uma era para vestir, um sobressalente caso a armadura oficial fosse destruída, e uma armadura reserva para a armadura reserva. Seiya enfrentava inimigos fracos como slimes e usava seus poderes máximos, nem queria saber se o inimigo era fraco ou não, isso com certeza rende boas risadas, mas é ai que entramos no tema deste post.

Existe uma grande diferença entre a palavra desconstrução e a palavra destruição, desconstrução segundo o dicionário significa “Ação de desconstruir, de desfazer a construção de alguma coisa”, a palavra destruição tem como significado em nosso dicionário “ação ou efeito de tirar a vida; eliminação, exterminação, morte”. Este anime, desde o seu início, procura desconstruir o “padrão normal” dos Isekais, em primeiro lugar, a deusa Rista analisa um “monte de currículos e até brinca com a ideia de Seiya ser “um japonês”, em segundo lugar, em vez de Seiya ir direto para o mundo que precisa ser salvo, ele nem liga para o que pode estar acontecendo com o mundo, ele fica treinando por muitos dias por ser cauteloso e muitas vezes até trata com desdém a deusa.

Ao chegar na cidade inicial, onde se tem os monstros mais fracos, Seiya acha que todos os moradores da cidade podem ser monstros em potencial que querem acabar com a sua vida, até ai poderia simplesmente parecer um TOC (transtorno obsessivo compulsivo), mas é nesse momento que o anime mostra o motivo de se perder em sua narrativa. Eu resumo o problema deste anime em uma só palavra: “Simpatia”. Você não tem simpatia nenhuma pelo protagonista e nem pela deusa Rista. A deusa realmente é muito sem graça e você não sente vontade nenhuma de acompanhar a sua jornada, o mundo esta um caos e ela só pensa em como o Seiya é “gostoso”, você não consegue comprar a jornada da deusa Rista, não consegue realmente se interessar pelas coisas concernentes a jornada da deusa.

Shinchou Yuusha
© Shinchou Yuusha / White Fox

Vamos falar mais do Seiya, esse brother chega a tratar de forma horrível uma criança, e chega a não ligar quando as pessoas da cidade estão sendo assassinadas por um monstro poderoso, ainda pior, quando Seiya derrota o monstro poderoso, ele decide que precisa queimar todos os restos mortais do inimigo e ele pulveriza a cidade toda, as casas, lojas, tudo, só pra não deixar nenhum rastro do inimigo. Ele foi chamado para salvar a cidade e é justamente ele que destrói toda a cidade, e ainda por cima, ao receber um agradecimento em dinheiro de um aldeão, ele pede ainda mais dinheiro… Cara eu não sei onde esse retardado está com a cabeça!!!!

Este anime tinha uma grande possibilidade de romper com certos paradigmas e construir algo bem legal, mas tudo o que vi, foi um anime ruim que destrói ao invés de construir e que falha miseravelmente em gerar qualquer ligação entre os expectadores e seus protagonistas. Enfim, como diria o Chaves: Eu prefiro assistir o filme do Pelé!”

E ai, o que você achou do post?


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6 thoughts on “Shinchou Yuusha : Desconstrução ou destruição? Seria este um anime que deveria ser amado?

  1. A deusa é engraçada, só que eu fico tanto na raiva que esse protagonista me dá que nem consigo rir, eu só tô vendo esse anime pq tô ansioso para ver esse cara apanhar bastante, se ele não perder e tomar uma surra aí sim ficarei bem bolado….
    Pense em um protagonista escroto pqp, e não quero nem saber se por acaso ele já tenha sido escolhido por aquela outra deusa no passado e se ferrou…

    1. Também não gostei. O herói é um idiota, os inimigos não são legais, poderosos ou compreensiveis, eles só estão lá para “mostrar como o herói é maneiro”, o que não acontece.
      Quanto a deusa, ela até poderia ser engraçada, mas o precisaria de um personagem sério para ser o seu trampolim humoristico, e como o herói não se presta a esse papel ela fica no vácuo. Muito diferente do Kono e da Aqua, que se encaixam melhor.

    2. Boa noite David, obrigado por comentar.

      Mestre, sinceramente eu acho esse protagonista bem ridículo, eu até parei de assistir o anime, não consigo aguentar ver aquele mané.

  2. Eu adorei o protagonista. Mas acho que é por simpatizar com seu exagero por preparo. Pra você ter uma ideia quando eu fui zerar Skyrim eu maximizei minhas habilidades e não parei até estar com um dano superior à 600 e uma defesa de 800 (Algo quase impossível de se alcançar sem usar dos bugs de upgrade das armas) criei centenas de poções e encantei meu equipamento para ser imune ao fogo de Alduin. Ou seja, eu não parei até sentir que poderia dar uma surra memorável no Devorador de Mundos.

    Então eu gostei sim do Seiya por isso, detestei a deusa e achei a história forçada demais. Mas acho que Seiya e sua obsessão em ser o novo batman me fez ver o anime até o fim. E para os haters do protagonista, Seiya é assim porque já foi muito traumatizado na vida passada em que viu sua namorada e filho morrerem por conta de seu despreparo, e ele evita contato com as pessoas por ter medo que se machuquem por sua causa como foi o caso de seus amigos. Ele usa seu poder total para certificar que os seus inimigos não tenham um revive que nem o cara que matou seus amigos e filho. É uma história forçada e os traumas foram forçados. Se fosse eu obviamente seria cauteloso ao extremo, eu seria perfeccionista, mas não cometeria esses mesmos erros.

  3. desdo Post até os comentários foram tudo inútil, vocês e seus argurmentos foram inválidos pelo simples fato de não saberem analizar um anime de boa qualidade. Esse anime é incrível pois ele consegue ser diferente e não é como o padraozinho de vocês.

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