O mais novo filme de Hayao Miyazaki, O Menino e a Garça (Kimi-tachi wa Dou Ikiru ka?), o último filme do diretor antes de sua aposentadoria, estreou oficialmente no último dia 22, e é baseado num livro escrito por Genzaburo Yoshino em 1937, porém, o roteiro foi totalmente escrito por Miyazaki, mas mesmo assim, ele se mostra muito bom.
Na trama acompanhamos Mahito, um garoto de 12 anos que perde a mãe durante um bombardeio que ocorre no hospital onde ela estava internada, (nisso é possível ver que o filme se passa no período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945)), e por isso o garoto acaba tendo que se mudar para uma propriedade da família da mãe no interior do Japão, onde o mesmo irá morar com seu pai e sua tia-madrasta que está grávida do seu irmão mais novo.
O pai do mesmo é dono de uma fábrica que produz equipamentos militares, então, a família do garoto tem um alto padrão de vida, mas mesmo para uma família da classe alta, é possível ver no filme que devido ao período em que estão vivendo, recursos como carne enlatada, açúcar e até mesmo tabaco, acabam faltando como demostrado pelos empregados da casa onde ele vai morar.
A garça, que dá título ao filme é um personagem bem importante para a narrativa, e faz parte da nova casa de Mahito, já que a mesma vive naquela região como dito por sua madrasta, e ela começa a se mostrar meio obcecada pelo garoto, mas com o passar do tempo na história, se mostra algo totalmente diferente.
Achei a história do filme como um todo bem confusa, ele inicialmente aparenta ser uma coisa, mas conforme o tempo passa, se mostra algo completamente diferente, o que dificultou o meu entendimento. Visualmente falando ele é extremamente bonito, tudo muito bem feito e com cenários extremamente bem trabalhados que vão refletindo os momentos da narrativa do filme.
O passado e o presente, ficam muito misturados com o decorrer da trama, o que talvez reflita muito na mensagem final do longa, pois, conforme tudo acontece Mahito ainda está passando pelo processo de luto e num curto período de tempo precisa comprender que sua tia, agora será sua nova “mãe”, substituindo o lugar da falecida mãe do menino, algo que não é nem um pouco fácil de entender.
Foi uma experiência incrível poder assistir o filme no cinema, contudo, pela duração dele ser longa e a história não ser muito clara, ele fica cansativo em alguns momentos, porém, nada que prejudique muito a experiência como um todo. Muitos elementos da narrativa são inspirados na história de vida de Hayao Miyazaki, como por exemplo o fato do pai do diretor, trabalhava na criação de equipamentos de guerra durante o período já citado, então são sensações e talvez metáforas para coisas que ele vivenciou e quer transmitir através de seu último trabalho antes da aposentadoria.
O filme como um todo, vale muito a pena ser assistido, tanto por quem é fã das obras de Miyazaki, tanto por quem nunca assistiu uma obra do diretor, então para quem puder assista no cinema.
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