Review: Made in Abyss A aventura dramática e frenética do abismo!

Cássio Firmino
(Redator de Notícias)
@cassioaugussto
Made in Abyss
©Made in Abyss / Kinema Citrus

Made in Abyss – Ficha Técnica

Gênero: Sci-fi, Aventura, Mistério, Drama, Fantasia
Estúdio: Kinema Citrus
Baseado em: Web manga
Número de episódios: 1 temporadas de 13 episódios + 2 filmes
Estreia: 2017

Está procurando por um anime que cativa em praticamente tudo o que propõe? Made in Abyss é a pedida, e eu não estou sendo radical ou “clubista”. A aventura no abismo é divertida quando precisa, é frenética e épica quando necessária, é extremamente dramática e emocionante (eu chorei) quando você não espera, é simplesmente fantástica. Ah, e tem suspense e muita fantasia? TEM! De qualquer forma, não era de se esperar menos do fantástico estúdio da Kinema Citrus que, sobretudo, é produtor de animações de belíssima qualidade, tais como Black Bullet, Barakamon e Tate no Yuusha no Nariagari.

Made in Abyss / Kinema Citrus
© Made in Abyss / Kinema Citrus

Crítica 

Me lembro que quando vi imagens e trailers sobre esse anime, eu pensei que era apenas uma obra de aventura besta e mais do mesmo, portanto julguei o livro pela capa e fui ignorante por não ser fã de personagens menores de idade. Todavia, tive a sorte de um bom amigo ter visto e me convenceu a ver, mas sem expectativas. Você já consegue sentir uma atmosfera adulta no decorrer dos primeiros episódios, isso me me fez reparar no fato de que o anime é seinen e isso me surpreendeu visto que eu achava que era um shounen ou algo mais tranquilo. Ele aborda temas pesados e psicológicos, além disso não poupa à violência e tristeza em suas cenas, sabe retratar muitíssimo bem suas cenas e, certas vezes, de maneira chocante que faz você pensar em o quão fora da curva essa obra se encontra.

Em relação à parte técnica, Made in Abyss dá um show em todos os setores. Ele desenvolve bem os personagens principais e faz a gente simpatizar bastante por eles, sem deixar os coadjuvantes de lado e de inserir mais caras em sua trama. Os episódios são diretos, não enrolam e focam no essencial fazendo com que o telespectador queira “rushar” o anime, ou seja, queira assistir episódio por episódio sem perder tempo por executar episódios com cenas primordiais e belas, ele não enrola. O mistério, suspense e drama que essa obra apresenta é, sem dúvidas, um dos melhores que eu já vi.

O cenário que muda constantemente à medida que você desce do abismo junto com os personagens é estonteante, a quantidade de adversidades como monstros é intrigante e diferenciada, isso faz com que sua estética visual e faça você bater palmas para o estúdio Kinema Citrus, para a direção de Masayuki Kojima.

Made in Abyss / Kinema Citrus
© Made in Abyss / Kinema Citrus

Em relação ao setor da música, quem é o encarregado é Kevin Pekin, é produtor de belos OST’s que encaixam bem. Ele passa realmente aquela sonoridade de RPG, aquele som gostoso e de aventura que muitos já devem ter curtido ou curtir em jogos que envolvam exploração e aventura, como é o caso de Final Fantasy, Zelda, entre outros icônicos. É um som bem apreciável e querido, só no YouTube a trilha sonora dos OST chega em torno de 6 milhões de visualizações. Todavia, em relação à opening e ending… Posso dizer que, para mim, é o ponto fraco do anime. A abertura e fechamento são extremamente puláveis, não impactam e não ficam em sua mente, é muito provável que você pule a abertura depois do capítulo um.

Aliás, há somente uma opening que é o nome é Deep in Abyss e é cantada pelas próprias dubladoras dos dois personagens principais, a Miyu Tomita e Mariya Ise. Enquanto a ending tem o nome de Tabi no Hidarite, Saihate no Migite, cantada também pelas dubladores do primeiro episódio ao nono, mas do décimo até o último há a participação adicional de Shiori Izawa, a qual dubla também uma personagem importantíssima que aparece perto do término do anime.

O que mais me agradou no anime é como ele muda. No começo, somos apresentados a um abismo misterioso onde existem exploradores de todas as idades, além disso é bem colorido e até alegre o abismo fazendo com que a gente fique curioso para os personagens descerem mais nele, para matar nossa curiosidade sobre o que tem mais lá embaixo. Assim, a obra tem um começo bem tranquilo, aparentemente teríamos uma obra onde iremos acompanhar uma aventura alegre e divertida de um garoto e uma garota… E é aí que você se engana. À medida em que os episódios passam a coisa começa a se moldar de um jeito diferente, os riscos e adversidades que os principais enfrentam não são brincadeira e nem divertidos, são mortais e chocantes.

Esse anime não poupa nas emoções, ele quer que o telespectador fique chocado com cenas beirando o grotesco, quer que nós fiquemos tristes com histórias tremendamente dramáticas que envolvem os personagens, ele não é só uma história de exploração e aventura, é uma jornada diferenciada e inesquecível. Você espera sangue? Vai ter. Você tá afim de ver morte? Vai ver. Você já chorou em algum anime? Provavelmente vai chorar nesse. Made in Abyss é completo, ele tem tudo que você quer e mais um pouco.

Made in Abyss / Kinema Citrus
© Made in Abyss / Kinema Citrus

Contemplando o enredo

O abismo é um mistério, é profundo e perigoso quanto mais você desce, é repleto de criaturas enigmáticas e hostis, mas nele há relíquias, fortunas e desejos que os humanos buscam veemente. Mas, qual o motivo de ter um abismo desses na terra? Como ele se formou? O que está lá no seu limite? É aí que indivíduos de coragem elevada, conhecidos como Divers (mergulhadores), se aventuram no abismo e buscam por respostas para acabar com essas perguntas. Os melhores e mais corajosos mergulhadores, os chamados Assobios Brancos, são considerados como lendas, como heróis para aqueles que permanecem na superfície.

Riko, personagem principal e filha da desaparecida Assobio Branco chamada Lyza, possui como meta ser como sua mãe e explorar o abismo sem medo, sem aflição ou relutância de ir mais para o fundo, de chegar ao seu limite e desvendar e ver tudo em seu interior. Inicialmente falando, você consegue enxergar ela como uma daquelas personagens cheia de energia, perseverança e carisma. Porém, como ela é apenas um Assobio Vermelho, não é permitido a ela descer muito no abismo, ou seja, ir para as camadas mais baixas por motivos de maior ameaça e risco. Subitamente, ela encontra um misterioso menino robô em uma de suas explorações e o chama de Reg.

Made in Abyss / Kinema Citrus
©Made in Abyss / Kinema Citrus

Ele não possui lembranças e isso faz com que se crie um mistério logo de cara no início. A pessoa se pergunta como ele foi parar ali perto da superfície, além disso o personagem é cheio de peculiaridades robóticas que o fazem ficar bem forte e único. Assim, ambos embarcam em uma aventura com o objetivo de descobrir mais sobre as memórias de Reg, de encontrar Lyza e, sobretudo, de explorar e conhecer mais sobre o abismo. Todavia, eles não sabiam o quanto a realidade no abismo é dura e radical.

Ademais, existem duas personagens que são absurdas e aparecem no meio da aventura… Se eu fosse fazer um top 10 personagens prediletas, era certo que eu muito provavelmente colocaria ambas ou uma delas. Fiquem de olho em Nanachi e Ozen, ambas são extremamente excêntricas e admiráveis. Fica aí minha admiração por essas duas que, sobretudo, só potencializam a grandeza desse anime.

Made in Abyss / Kinema Citrus
©Made in Abyss / Kinema Citrus

Conclusão 

Enfim, eu não costumo rasgar elogios por qualquer anime, mas esse em particular eu faço questão de exaltar dessa maneira. Portanto, se você tá aí sem anime para assistir ou se está procurando algo de qualidade para ver, assista. Nessa animação você vai se divertir e se emocionar. Foi um dos pouquíssimos animes que eu chorei, vale a pena!

Nota: 9,5


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