Antes de mais nada, preciso deixar bem claro que esse texto não é para todo mundo. Se você não está acompanhando o mangá de Boku no Hero Academia e não quer receber spoilers da história, sugiro parar por aqui, porque esse artigo será totalmente voltado para uma análise dos recentes acontecimentos na história do mangá.
Devidamente avisados, vamos primeiro contextualizar: estamos prestes a receber uma nova temporada do anime que irá dar prosseguimento ao enredo final da temporada passada, iniciando a partir do momento em que Midoriya está em uma espécie de sonho onde encontra os antecessores do One for All – tipo uma versão dos caminhos em Shingeki no Kyojin -. No mangá, a partir dessa parte, já conseguimos entender bem melhor como surgiu esse poder e qual foi a história do primeiro One for All, que era o irmão mais novo do All for One.
Através da narração perfeitamente analítica de Midoriya (que está meio que sendo envolvido por uma fumaça preta do nariz para baixo, sem conseguir se mexer), vemos como foi triste o passado daquele que foi a origem desse poder e como o All for One sempre foi tão cruel, com essa “visão” de um futuro em equilíbrio em que seria o centro de tudo, conquistando muitos discípulos com sua individualidade. Mas seu irmão mais novo era contra tudo isso e questionava que ele só estava se aproveitando da vulnerabilidade das pessoas para trazer essa “ordem” que tanto deseja e, por mais que tenha conseguido estabelecer uma certa “organização” durante o início da era das habilidades, obviamente era por meios completamente errados.
O primeiro One for All enxergava esses problemas e batia de frente, mas não conseguiu evitar, por muito tempo – e olha que ele tentou muito -, de ser mais uma vítima dos métodos de seu irmão mais velho. Por ter nascido sem uma individualidade, o All for One sentia pena dele e queria que seu irmão mais novo aceitasse sua oferta de receber uma, mas ele nunca aceitava. Até que vemos a situação desesperadora, por meio da visão que Midoriya estava tendo, do All for One colocando a individualidade One for All naquele que passaria a ser o primeiro detentor entre todos e que passaria todo esse poder entre as próximas gerações, mas apenas para aqueles que merecessem e que pudessem ser a esperança do mundo de derrotar o mal que era seu irmão mais velho.
Então o primeiro One for All se comunica com Midoriya através daquele sonho e é muito legal presenciar essa interação direta entre o passado e o presente, sobretudo porque, aparentemente, nem o All Might tinha conseguido esse contato mais profundo com os portadores do passado – ou seja: Deku parece ter algo mais especial -. O One for All original ainda nos deixa com uma pulga atrás da orelha sobre os mistérios de sua individualidade e que podemos esperar uma evolução surpreendente do Midoriya daqui para frente.
Sem demorar muito, tivemos uma pista disso já na próxima luta do garoto, mas só aliviando uma pequena parte do mistério todo e abrindo muitas outras perguntas, como: porque o All Might não passou pela mesma experiência que o Midoriya? Pelas palavras do portador original, será que as interações de Midoriya com os outros do passado irão evoluir enquanto ele consegue dominar mais sua individualidade? Quem são aquelas pessoas que também já foram portadoras do One for All, mas não apareceram direito naquele sonho? e também, até que ponto overpower o Midoriya poderá chegar no futuro? Deixem suas teorias aí nos comentários, porque ainda tem muito mais chão nesse mangá para discutir.
Logo depois desse sonho misterioso, começam os treinamentos entre as classes A e B da UA que formaram pequenas equipes para se enfrentarem em uma espécie de “herói vs vilão”, onde cada grupo teria que capturar todos, ou a maioria, dos adversários para vencer sua batalha. Essa parte do mangá é muito interessante porque evidencia não apenas a evolução da classe A (que adquiriu experiências de outro nível por enfrentarem vilões muito poderosos diretamente na vida real), mas também da classe B que vinha treinando arduamente para explorar suas próprias fraquezas e desenvolverem suas individualidades a novos níveis.
Os destaques maiores nesse momento da história ficaram entre: Shinsou, Todoroki, Bakugou e, claro, Midoriya. Óbvio que todos os personagens se destacaram de alguma forma e demonstraram suas evoluções de maneiras muito incríveis, mas esses quatro tiveram um determinado foco maior por ser ainda mais evidente o que cada um estava superando. Shinsou era o principal por estar ali como um teste cujo objetivo era conseguir migrar para o curso dos heróis, mas além disso, ele também queria superar a visão de todos sobre sua individualidade, que poderia ser sim um herói se quisesse, por isso ele treinou muito duro e teve a ajuda do Aizawa para lidar com toda sua capacidade de maneira inteligente e segura.
Todoroki ali mostrou um poder absurdo quando, finalmente, aceitou seu outro lado e liberou seu fogo intenso na batalha. Ele, assim como o Shinsou, não estava lidando apenas com o domínio de suas habilidades, mas também vivia em uma guerra mental que tinha como base um passado triste. Enquanto isso, Bakugou mostrou uma mudança muito legal no trabalho de equipe, pensando não mais em si mesmo, mas também nos seus colegas que estavam ali. Bakugou surpreendeu com sua evolução, porque mesmo sendo muito grosso em diversos momentos – o que abre margem para discussões entre quem gosta e quem o odeia -, ele sempre teve essa atitude de pensar e salvar os outros, só nunca quis demonstrar isso. E algo que ele nunca conseguiu desenvolver foi essa parte de trabalhar em grupo, sempre querendo resolver tudo sozinho. Aqui ele se sobressai em uma demonstração de um amadurecimento em progresso, muito graças ao seu estágio com o Best Jeanist.
E, por fim, mas não menos importante – porque também é o protagonista -: Midoriya e sua nova habilidade. Como falei mais acima, o Midoriya não demoraria para nos mostrar o resultado da sua interação com os predecessores e vimos que a coisa vai ficar muito mais interessante. Completamente do nada, uma individualidade muito diferente da sua começa a despertar logo no início da luta e, principalmente por nunca ter presenciado aquilo – até porque nem a individualidade principal ele aprendeu ainda a dominar -, o garoto começa a perder o controle e todos se desesperam.
Shinsou e Uraraka pensam rápido e o salvam de si mesmo – que depois aprende a controlar um pouco a nova individualidade -, mas, no final, os personagens da história não são os únicos a ficarem intrigados com essa situação totalmente inesperada, porque tudo isso nos abre uma margem enorme para elaborar todas as mais diversas teorias (que poderiam, ou não, ser comprovadas com a revelação que o próprio Midoriya teve daquele que seria o portador original dessa individualidade).
O mais importante em tudo isso é que descobrimos como o Deku pode ir ainda mais longe com essa novidade de conseguir usar as individualidades originais de alguns dos predecessores do One for All, também nos comprovando que esse poder não passava só entre quem nascia sem nenhuma individualidade. A real é que Kōhei agora está avançando muito no conceito de “protagonista overpower” e fazendo com que a história do mangá comece a ficar ainda mais surpreendente, viciante e com abordagens muito profundas.
Agora, fazendo um grande pulo para o arco recente, enquanto os alunos estavam treinando, Hawks estava infiltrado na liga, descobrindo algumas coisas interessantes e elaborando planos para reverter tudo aquilo, como vimos no último acontecimento. Aí somos apresentados a um novo grupo de vilões intitulados de “Exército da Libertação” e liderados por Re-Destro que chegaram com tudo e causando um grande estrago na liga dos vilões que conhecemos.
Foi uma boa demonstração de poder em um arco todo focado nos vilões – que, aliás, foi sensacional -, todo mundo como inimigo, e com o grupo de Shigaraki quase sendo massacrado, porém Re-Destro não contava que eles acabariam subjugados e agora o próprio Shigaraki Tomura virou o líder de um tipo de fusão entre ambos os grupos, intitulada de “Frente de Libertação Paranormal”.
Aqueles que vinham acompanhando o mangá poderiam até ter previsto o que estava por vir, mas ninguém estava preparado para essa catástrofe. É certo que fomos tendo pistas do grande plano entre Shigaraki, All for One e o médico – bem familiar para nós – aliado dos vilões, Dr. Kyudai Garaki (com pseudônimo de Daruma Ujiko), e o que veio como resultado (mesmo que incompleto) foi um novo Shigaraki totalmente insano, com um ódio extremo e ainda mais poderoso (além do poder, agora tinha um novo servo chamado de Gigantomachia).
A partir daqui as coisas tomam outra proporção e, além de dois grupos de vilões unidos, os heróis também precisariam lidar com o Shigaraki overpower e o Gigantomachia imparável. Então, vimos que, graças ao Hawks, os heróis puderam se preparar e lançar um ataque antes que os vilões estivessem 100% prontos, o que foi um tiro no pé do Daruma que ainda estava realizando experimentos com novos High-ends e no meio do processo de despertar do Shigaraki que “herdaria” a individualidade do All for One.
Mesmo ressurgindo incompleto, pudemos perceber que o Shigaraki, sozinho, conseguiu dar conta (e massacrar) os principais heróis daquela guerra. Foi um desastre escatológico, que envolveu os alunos da UA e todos os heróis disponíveis para lutar. E é muito bom que Kōhei soube unir muitas pontas soltas na história, pois enquanto acontecia toda aquela guerra do lado de fora, no covil da nova Frente de Libertação, Hawks executava sua parte e protagonizava uma das cenas mais tristes daquela guerra.
Por estabelecer uma ligação amigável com o Twice, toda a cena da sua “traição” foi ainda mais pesada, porque o vilão fez um discurso extremamente profundo e encontrou seu fim pelas mãos do amigo recente para proteger aqueles que eram, basicamente, sua família e se despedir de uma maneira muito emocionante.
No entanto, não tão emocionante quanto o final da luta insana entre os heróis e Shigaraki, que deixou uma quantidade lamentável de mortos para o lado do bem e, pelo andar da carruagem, devemos nos preparar para algo tão ruim quanto, no futuro do mangá. Isso porque esse desastre foi realizado pelo Shigaraki com grande parte do poder do All for One misturado ao dele, então imaginem o que virá quando os vilões estiverem bem preparados.
Até mesmo o atual herói Nº 1, somado com o poder de outros grandes heróis, não conseguiu derrotar aquele ser. Então aí entraram os alunos que estavam diretamente envolvidos: Midoriya, o alvo principal do vilão que queria a individualidade do One for All (fazendo com que agora todos se perguntassem o que é o One for All e porque o garoto está envolvido); Bakugou, que disfarçou dizendo que queria derrotar Shigaraki sozinho, mas estava mesmo era preocupado; e o Todoroki que foi ajudar os amigos, o pai e o professor Aizawa, mas ia ter que enfrentar a ira de Dabi e revelações terríveis sobre seu pai. Todos eles tiveram sua parcela de ajuda na derrota de Shigaraki, mas o Midoriya foi com tudo mesmo e foi o que mais atingiu o vilão.
Toda a guerra, do início ao fim, foi tão impressionante e tão intensa que era praticamente impossível não se prender à história e ficar apreensivo com o que poderia acontecer. Mesmo sendo um arco longe do final do mangá, esse desenvolvimento levou várias edições para ser concluído e não nos poupou dos horrores da guerra e das tragédias reais para aqueles personagens. Devo falar por mim nessa parte, mas, antes de chegar nesse ponto, não conseguia imaginar a história de Boku no Hero alcançando tragédias dessa magnitude. O arco da guerra fez o desastre de Kamino ficar no chinelo.
Muitos segredos começaram a ser revelados, desde o One for all e a infância de Hawks, aos casos de família do Dabi que causou geral e abalou o mundo todo – literalmente ao vivo -. Outra coisa foi descobrir o triste passado de Shigaraki e como ele foi manipulado ao ponto do All for One conseguir roubar o corpo dele e iniciar um plano ainda mais terrível e desastroso para a humanidade.
A partir desse ponto já está tudo um completo caos: sem heróis, com todos os vilões à solta e com a população sem nenhuma esperança, isso sem contar com o tempo que irá levar para os sobreviventes se recomporem e as cidades se reconstruírem.
Não apenas todos os locais estão em ruínas, mas também a fé de todos no lado do bem e o mangá não esconde os resultados da tragédia da guerra, muito pelo contrário, a sequência dos capítulos seguintes vem, justamente, para ilustrar e contabilizar todos os danos e perdas que foram irreversíveis para ambos os lados.
A ansiedade para descobrir qual a direção que a história irá seguir é muito grande, assim como a preocupação pelo estado do Midoriya e dos outros personagens que estão hospitalizados. Esse arco foi tão absurdo e tão chocante que é impossível colocar tudo que aconteceu em palavras. Todas as páginas que vieram após o sonho de Midoriya são completamente importantes para ditar todo o futuro dos personagens, passando por temas bastante complexos que só aguardando os próximos capítulos para entender o que virá como resultado.
Muita coisa aconteceu em todos os lados da guerra (desde o capítulo de surgimento do Exército da Libertação), com discussões políticas e filosóficas sobre a humanidade, muitos personagens se sobressaíram de sua própria maneira (Uraraka, Tokoyami, Hawks, Deku, Bakugou, Gran Torino, Aizawa, muitos alunos da UA em seu trabalho de equipe, Dabi, Twice, Re-Destro, Toga, Best Jeanist, etc), outros decaíram para o público, mas foram acolhidos pela família e amigos (Endeavor) e muitos foram perdas irreparáveis (vamos destacar a Midnight por terem sido muitas vidas perdidas ali e ela ser a mais frequente na história, em comparação aos outros).
Realmente são muitos pontos a se discutir e muitas teorias para se formar. Será que o Midoriya vai acordar em breve? Como será que está agora em sua mente? O Shigaraki morreu mesmo ao ser “absorvido” pelo All for One? Como o Endeavor (atual Herói Nº1) vai conseguir lidar com as consequências de suas atitudes frias e cruéis com a família que se tornaram públicas para o mundo? O Hawks vai conseguir juntar todas as pistas sobre o One for All? Como será a vida dos heróis após tantas perdas tristes e esse caos instalado pelo All for One que libertou todos os vilões presos?
São várias as perguntas para serem respondidas e o anime irá voltar justamente no início do arco do treinamento e, talvez, com o arco dos vilões, portanto dois fascinantes temas para abrir a história. O que resta agora é observar como tudo será adaptado e como o mangá vai continuar após os resultados desse desastre que foi o arco da guerra e de outros assuntos como: alguns arcos de redenção – olha o Endeavor aí de novo – e muitas descobertas surpreendentes – sobretudo de Present Mic e Aizawa –.
Isso sem contar que ainda tivemos a inesperável revelação de que o Midoriya agora será o último One for All e que, a partir desse momento, a individualidade não terá mais outros portadores. Essa bomba chegou para impactar totalmente junto desses últimos arcos incríveis que nos deixaram sem fôlego e abriram espaço para uma história extraordinária.
Mas deixem aí nos comentários se esqueci de comentar sobre algo – realmente foi muita coisa acontecendo -. Também comentem o que estão achando das últimas edições e o que esperam daqui em diante, tanto para o mangá, quanto para o anime. Falamos tanto de Shingeki no kyojin – que também está absurdo, mas já no final – que esquecemos da magnitude que é Boku no Hero Academia.
Por favor contenui a postar coisa sobre my hero academia porque eu adorei as que vc postou .
Muito obrigada! Fico feliz que tenha gostado.. sua sugestão foi anotada S2
Vc também pode falar sobre my hero academia Nova era 🤗