Para quem não conhece, Fate/stay Night: Heaven’s Feel é uma trilogia de filmes baseada na visual novel da franquia Fate series, onde Heaven’s feel (2017-2021), mais especificamente, se trata de uma das três rotas do Fate/Stay (as outras duas que o complementam encontram-se em anime), enquanto que outras rotas de toda a narrativa Fate receberam diversas adaptações e alguns dos animes dessa franquia vocês podem encontrar na Crunchyroll.
Originalmente, o surgimento de toda a franquia se deu com os jogos de computador em 2004 até ser adaptada para as animações, OVA’s e outras mídias (inclusive mais jogos para outras plataformas) e alcançar um sucesso estrondoso. Uma parte desse sucesso, aliás, está no enredo instigante e também no alto nível das suas animações.
Na trama principal, vemos um grupo de mestres que invocam os chamados “servos” (espíritos de heróis que viveram durante os anos) para lutarem entre si, até a morte, na busca de um único vencedor que irá receber o famoso cálice sagrado (Santo Graal).
Durante toda a história passamos por diversos mestres (sempre magos) pelas gerações, mas seus servos quase sempre se repetem como os mesmos, com inúmeras referências à história real que conhecemos de personagens icônicos como Hércules, Rei Arthur, entre outros. Assim, dentro do que é conhecido como “Fate series” acompanhamos toda sua história durante esses anos de uma batalha sangrenta e mortal por um objeto que é capaz de realizar qualquer desejo.
Sem parar para destrinchar todo o enredo, por ser imenso, vamos então pular para a trilogia de filmes Heaven’s Feel e porque devemos dar uma grande atenção para essa saga.
Primeiramente, Fate series é uma franquia que não se pode colocar defeitos, onde a história é tão profunda que suas diversas camadas se complementam em muitos momentos do enredo e dos próprios personagens, com temas complexos e reflexões sobre o bem e o mal, o egoísmo e o altruísmo ou até mesmo o sofrimento e a frieza dos sentimentos humanos. Assim, a trilogia Fate/Stay Night: Heaven’s Feel traz uma parte importante da franquia de uma maneira esplendidamente adaptada, muito graças ao trabalho incrível do estúdio Ufotable.
Com traços incrivelmente trabalhados, todas as cenas do filme, sobretudo as de ação, fluem de uma maneira maravilhosa. As cenas das batalhas são tão ricas e perfeitas que conseguimos acompanhar todas as etapas e golpes usados, sem que tudo fique confuso, como em muitos animes. Mesmo com os movimentos rápidos, todas as mudanças do cenário e os ângulos de câmera são inacreditáveis, sem aqueles CG exagerados e sempre deixando em evidência cada mínimo elemento das cenas, como insetos, chuva e iluminação de ambiente.
O nível da animação é surreal, você não consegue desgrudar os olhos da tela em nenhum momento, sempre com uma riqueza de detalhes e de design surpreendentes. Sua trilha sonora é igualmente impecável, de maneira que consiga nivelar muito bem os momentos de tensão com toda a ação.
Além de tudo isso, o andamento da história não deixa nenhuma falha com todas as suas pontas sendo fechadas durante o decorrer, fora seus personagens muito bem construídos e desenvolvidos no enredo, tão carismáticos e únicos que cada parte de suas interações se complementam em todo o quebra-cabeça da história que vem sendo montada por toda a franquia.
Vale deixar claro que é necessário que saiba, pelo menos, a história principal de Fate Zero para conseguir entender o enredo da trilogia, já que tudo acontece uma geração depois e os acontecimentos de Fate Zero repercutem diretamente nos de Fate/Stay. Dessa forma, é muito importante já chegar nos filmes com uma bagagem prévia dos acontecimentos, até com as outras duas rotas adaptadas para anime: Fate/Stay night e Fate/Stay night: Unlimited Blade Works.
Os altos e baixos das emoções na história só vão nos preparando para o peso que é o final dessa trilogia e apesar de nos acostumarmos com todo o drama e os sofrimentos, cada sequência de momentos transforma tudo ainda mais profundo e pesado para se ver. Com cenas que progridem delicadamente e em cortes específicos (como nos momentos mais apelativos) para não se perder na história, os diálogos são bastante tranquilos e com muito dinamismo no desenvolvimento dos dramas.
Enquanto assistimos só queremos que aqueles personagens principais encontrem logo a felicidade e a paz, onde todo o sofrimento acabe e ninguém mais seja vítima das crueldades dessa guerra, como o protagonista, Shirou, que caiu de paraquedas em toda aquela situação, até tornar-se o único herói, mesmo sendo apenas um humano, capaz de salvar o mundo e as pessoas que ele ama.
Sacrifícios são feitos o tempo inteiro e a coragem dele excede os limites até se tornar uma burrice, algumas vezes. Mas ainda assim, estaremos sempre torcendo por ele, porque a única coisa que ele pensa é proteger todo mundo, sem se importar com as consequências. Só reforçando como é importante o tema que essa parte da rota trata, mostrando que a realidade é muito dura e que o pensamento de Shirou ali é apenas o de salvar quem é importante para ele, ignorando todas as consequências que virão para ele e até para quem está à sua volta, apenas por entender que o seu amor pela Sakura é muito superior que até mesmos os seus próprios ideais (uma parte que vemos claramente na cena onde ele está em um conflito interno entre salvar o mundo ou trair a si mesmo para salvar sua amada).
Durante os três filmes vamos acompanhando os personagens principais: Shirou Emiya, Sakura Matou, Rin Tohsaka e Illyasviel von Einzbern bem como seus servos e outros personagens que complementam diretamente o círculo dos protagonistas. No entanto, o foco maior está centrado na progressão da história do Shirou e da Sakura, com o primeiro enfrentando desafios cada vez maiores e a segunda progredindo da sua maneira em meio às crises entre todos os personagens, até chegar ao clímax.
Em diversos momentos, a carga dos diálogos e a profundidade do enredo, nos fazem entender a vida daqueles que sofreram por anos nas mãos dos obcecados por poder, de pessoas que só fazem tudo que foram ensinados a fazer e que servos não são apenas armas para essa violência de seus mestres, eles também carregam consigo as próprias vontades e sentimentos.
Vemos também drama familiar, mortes de personagens que aprendemos a nos apegar e enquanto não conseguimos deixar de julgar algumas ações que vemos, também somos impelidos a desejar uma punição adequada para as perversidades ali presentes.
Todos os eventos que seguem na história são dinâmicos, em um ritmo constante e não nos deixa perder o foco da narrativa em nenhum momento, nos apresentando também, de uma maneira sútil e impactante, os elementos principais que irão introduzir o contexto pessoal de cada personagem. Porém algumas cenas de entrada do enredo primordial de toda a história são um pouco mais resumidas pelo fato de já se pressupor que os espectadores tenham conhecimento das obras anteriores (Fate Zero) que introduzem todos os personagens foco do enredo.
Cada filme tem, mais ou menos, a duração de 2h e dá para ser assistido mesmo em um único dia, até porque não conseguimos deixar de ficar atentos e acompanhar toda a história que é dividida em três importantes e apreensivas partes.
Uma das grandes qualidades desses filmes, além do nível técnico absurdo no design, também é como eles conseguem equilibrar a ação com os elementos emocionais e todo o drama de uma história repleta de sofrimentos para todos os lados, porque ninguém ali consegue se salvar de ser afetado pela crueldade de tudo ou de ser o catalisador dos sofrimentos de todos (quem assistir, vai entender).
E não se enganem caso esperem por uma história leve e agradável, porque uma das belezas de Fate series é justamente não nos poupar desses elementos fortes e complexos, além de nenhuma censura na violência e com tantos detalhes e ângulos de câmera que não cansamos de ficar impressionados.
Fate/Stay Night: Heaven’s Feel é uma experiência sem comparação, por isso recomendo totalmente que deem atenção para essa história magnífica. Vale também dar uma conferida nas outras produções, além dos filmes, para aproveitar ainda mais o que toda a franquia tem a nos oferecer.
Por isso, deixem aí nos comentários se já assistiram algo de todo o Fate series ou se não conheciam ainda a história. E para aqueles que assistiram os filmes: o que acharam da produção? Alguma crítica ou apenas elogios como eu? Comentem aí!
Estou acompanhando o Blade Works , após ter visto o Zero, ambos pelo Netflix, depois quero me inteirar mais dessa trilogia cinematográfica, uma vez que dá conclusão ao Blade Works, ótima crítica.
Muito obrigada! Recomendo mesmo que continue assistindo…