Como meu primeiro post aqui no site, decidi que iria continuar do texto teste que enviei para ser aprovado pela turma da Anime United, aliás, deixo já meus agradecimentos por me receberem aqui!! Seguindo, a obra em questão era Hakozume: Kouban Joshi no Gyakushuu, um mangá que teve uma adaptação para anime em 2021 sobre a vida de policial e suas peculiaridades, envolvendo humor, tendo um pouco de sátira, mas uma leve camada de drama quando mostram vítimas de crimes e seus autores, muito bom aliás, recomendo um post aqui mesmo na Anime United sobre esta obra.
Continuando, nos últimos meses venho vendo dentro dos círculos de discussão de todo tipo de obra, de filmes até mangás, um assunto em específico que vejo poucos falarem de maneira mais abalizada e contundente, e que se repetiu dentre todos estes círculos de discussão que participo, porquê certas obras de qualidade e de todo gênero artístico possível ou não são tão vistos, ou são esquecidos ao longo dos anos? E decidi então falar a respeito disto e perguntando de cara, você tem visto obras não tão faladas (do momento) e quando decidiu falar com alguém a respeito, este alguém te responde; ‘Nunca nem vi’? Ultimamente venho tendo essa mesma resposta várias vezes, e vejo cada vez mais fora dos círculos que participo essa mesma resposta desta mesma questão, mas o porquê disto? Bem, tenho alguns pontos para argumentar, não será um textão, mas não será um twitt, são eles: cultura do hype, problemas de alcance, gêneros/assuntos não muito abordados.
Vocês reconhecem estas obras?
Em alguns com 25 pra cima, como eu, vão ter uma nostalgia, mas alguém mais novo com menos de 20 anos pra baixo muito provavelmente ainda não viu, ou sequer conhece estas obras. Escolhi duas obras japonesas, Roujin Z e Samurai Champloo, e duas do Ocidente, O Máskara e Jovens Titãs. E não as escolhi de maneira aleatória, o Japão e os Estados Unidos foram e ainda são duas escolas artísticas bem diferentes uma da outra, além de formarem uma boa parte do entretenimento que fez com quase toda certeza da base cultural de nossas vidas. Por ordem, ‘O Máskara‘ foi uma animação do começo dos anos 90 que foi um ponto de destaque na história da comédia, envolvendo um dos mais insanos e peculiares personagens da história da animação, que dá nome a série. ‘Roujin Z‘ é contemporâneo de ‘O Máskara‘, não foi coincidência que os escolhi, ele aborda um conceito de proteção e cuidado aos idosos do Japão, com uma máquina que supostamente daria mais qualidade de vida para um povo que já estava envelhecendo aos montes, porém que acaba gerando mais problemas ainda. Sendo considerado uma das melhores animações de seu tempo, e um dos (se não o melhor) do gênero de ficção científica, o único desta lista que não fora dublado até hoje (falarei mais disso mais a frente). Samurai Champloo foi uma adaptação do começo do século 21, mais precisamente de 2004, um dos melhores de seu tempo num contexto geral, e do gênero seinen, voltado para um público mais jovem/adulto, do mesmo criador de Cowboy Bebop, aborda o período Edo do Japão, tempo em que os samurais governavam e eram autoridade máxima do país, porém de maneira bem mixada, envolvendo aspectos culturais mais atuais, com comédia e muita ação. E por último, Jovens Titãs (ou se você for do ‘ingrês’ Teen Titans), e não atoa, também contemporâneo de Samurai Champloo, foi uma adaptação vinda dos hq’s da DC, focada no grupo dos Jovens Titãs, composto de Robin, Ciborg, Ravena, Estelar e Mutano, com uma pegada diferente do que a animação Liga da Justiça que estava rolando na mesma época, não diria exatamente mais leve, porém com mais humor e mais sátiras, fora o estilo oriental de animação em que é fortemente inspirada, a começar pela abertura das Puffy’s Amy & Yumi, lembram-se delas? Hi Hi Puffy Amy Yumi Show foi uma animação estrelada pelas próprias! Onde uma das aberturas era em japonês, que indicava que o episódio seria mais leve e humorístico, inclusive, bela atenção aos detalhes feita pelos produtores. O que estas 4 obras tem em comum, você me pergunta. Bom, todas elas se encaixam com os pontos que apresentarei a seguir.
Cultura do Hype
É importante citar algo bastante importante, a cultura do hype não é algo novo, pesquisem vocês mesmos as imagens de filas de cinema para Star Wars lá em 1977, verão filas cheias de todo tipo de pessoas e comprando merchãs de Star Wars, numa época onde a comunicação era bem menos fluida e direta, antes da Internet e da popularização do telefone, seja o fixo ou mesmo o móvel, mas por conta da Internet ela foi alterada violentamente, basta ver que pessoas como meu pai, que assistiu ao primeiro episódio de Star Wars ainda adolescente lembra com muito carinho desta obra prima feita por George Lucas, e que passou para mim logo na primeira infância. Hoje, algo tem seu anúncio jogado nas várias mídias na Internet, vários likes e compartilhamentos, fora as centenas de milhares de comentários, e quando são lançados em definitivo nas plataformas, mais comentários e conteúdos sobre o mesmo, mas é só deixar o tempo passar, geralmente 2 meses pós lançamento que você não verá ninguém mais sequer citando, pois já estarão no próximo Hype de consumo, como diria o outro: ”Não reclame, apenas consuma e se apronte para o próximo consumo”. Lembro que ao falar com colegas na escola, já no ensino médio, que terminei a 10 anos atrás, de animações do começo dos anos 2000, ou dos anos 90 que reprisaram nesta época pela saudosa TV Globinho, e pelo saudoso e recém finado Bom dia e Cia, e que já tinha WhatsApp e Facebook, Netflix, que havia uma lembrança bem atrelada destas obras que mostrei lá atrás, e que a conversa fluía e tinha espaço pra discussão, hoje? Muitos vão falar do ‘nunca nem vi’, ou até mesmo, ‘tu ainda tá nessa?’ As coisas não são mais digeridas corretamente como costumava ser a pouco tempo atrás, eu não escolhi aquelas 4 animações atoa, pois lembro delas perfeitamente, como se eu tivesse assistido a todos ainda ontem, se bem que eu fui dar uma olhada em Jovens Titãs ontem mesmo, hehehe.
Falando em digestão, e isto não é um comercial de laxante, deixe-me fazer uma analogia, quando você come por exemplo um camarão em uma festa a 15 anos atrás, você era criança, mas hoje você ainda lembra do gosto perfeitamente, como se ontem mesmo você tivesse comido a iguaria. E de repente, você tem a oportunidade de provar novamente, e o gosto bate com as lembranças de 15 anos antes, sabe o que é isto? Uma boa digestão, você o colocou na boca, o mastigou de maneira lenta, o saboreou, triturou bem, e engoliu, e 12 horas depois estava em alguma rede de esgoto, esse último detalhe não foi tão bom né? MAS, você ao provar dele, não te causou nenhum desconforto (a não ser se você for alérgico a frutos do mar), você achou a comida muito boa ao paladar e ao corpo, você teve o prazer de saborear aquele camarão, ressalte a palavra PRAZER, pois ela é fundamental para a analogia, a mesma coisa vale para uma boa animação, filme, série ou documentário. Muito se fala a respeito do efeito que a nostalgia tem, mas poucos falam do porquê dela existir em todos nós em relação a qualquer coisa, de brincadeiras da infância, até um local de trabalho que nos agradou, ela existe pois ficou marcada em nossas memórias como algo bom, algo que fez bem para o corpo e para a mente, pois forma parte do que somos e gostamos de fato. Agora substitua o camarão por qualquer obra midiática, e terá o resultado de minha analogia, e não se esqueça do PRAZER que você teve com isto. Hoje os conteúdos midiáticos em sua maioria aqui no Ocidente já não tem este efeito em nossa vida, pois ao invés de degustarmos, mastigarmos bem e engolir, estamos engolindo tudo sem nem saber o que está sendo consumido, eu posso te nomear ao menos uns 70% das animações transmitidas na TV Globinho e no Bom dia e Cia, inclusive as que eu não gostava, mas que eram boas, só ressaltando, algo não é bom ou ruim por quê você gosta ou não, a qualidade é definida para além disso, mas eu não consigo te citar 5 animações recentes sem ao menos pesquisar no tio Google, e aí que entra meu ponto, criam uma ansiedade absurdamente desproporcional nos conteúdos lançados recentemente, mais do que mostram o que de fato o conteúdo é, como foi a fraquíssima adaptação em live action de Cowboy Bebop da Netflix, que provou este ponto, ressuscitando um título consolidado da animação, e o transformando de maneira muito espalhafatosa, e que em menos de duas semanas de lançamento já seria anunciado seu cancelamento pela própria Netflix, que gastou uma nota preta na produção e que não teve o retorno minimamente esperado, a se ver que só 1/5 dos espectadores do primeiro episódio terminaram o último episódio, caindo num ostracismo que o título Cowboy Bebop não merecia, mas que acabou ressaltando a grandiosa qualidade da animação dos anos 90, como diria o outro, um mal necessário. Quando o conteúdo não é devidamente destacado para o público em potencial, pode ter a certeza de que vai flopar. Outra vez fui questionado num grupo de WhatsApp se a quantidade de obras não estaria contribuindo pra isso, eu tive essa impressão uma vez também, mas o próximo tópico mostrarei algo a respeito que mudou minha perspectiva a respeito.
Problemas de Alcance
Hoje temos vários serviços de streaming relativamente acessíveis a todos, no meu tempo de infância e início da adolescência (pareci um tiozão falando isso) só tive a disposição a TV Aberta, e a casa de um amigo que tinha TV Fechada, só fui ter Internet aqui em casa em 2009, que não tinha sequer 1 mega de velocidade e que durou menos de 1 ano, só tive acesso a Internet de maneira ininterrupta em 2018 via fibra, pois várias empresas aqui na região de repente pararam de oferecer serviços de Internet aqui, fiquei 3 anos sem Internet, entre 2010 e 2012, usei Internet via telefone, via rádio, e só de 2018 pra cá a fibra chegou no meu setor, e conheço casos semelhantes de amigos aqui na minha cidade e de pessoas em grupos na Internet que passaram por circunstâncias semelhantes. Se eu perguntar se alguém assistiu animes no Animax, vocês saberão me responder de bate-pronto que canal foi este? Pra quem é mais novo, com certeza não. Bem antes do fracasso da Loading já tínhamos um canal que inicialmente transmitia animes, e que logo transmitiu outros conteúdos orientais, mas findou passando musicais dos EUA. Eu tinha um amigo, o único que tinha TV Fechada na época, isso em 2003/2004/2005, e assistíamos em bando a vários animes que não passaram na TV Aberta, como: Full Metal Alchemist, Bleach, Samurai Champloo, dentre tantos outros que por alguma coisa não passaram nos canais abertos, e olhe que os mesmos, já pegaram vários animes de peso, como: Naruto, One Piece, Dragon Ball, Hunter x Hunter, dentre outros tantos títulos bem conhecidos até mesmo por quem não se denomina ‘otaku’. Hoje temos essa impressão que tem obras aos montes por conta do acesso à Internet que temos hoje, temos serviços de streaming como: Netflix, Disney +, Amazon Prime Video, que transmitem todo tipo de conteúdo, até mesmo outros meios de entretenimento como o esporte tem serviços de streaming, a Fórmula 1 tem seu streaming, o Campeonato Brasileiro de Futsal tem seu streaming, até mesmo as grandes emissoras de TV tiveram que se render à Internet, a Globo tem o Globoplay, a Record tem o Playplus, a Band tem o Bandplay, o SBT tem… canais de YouTube, enfim, até mesmo existe streaming só de animes, como a Crunchyroll que se fundiu com a Funimation, temos acesso a todo tipo de conteúdo que, se não tivesse na TV Aberta nós simplesmente não conseguiríamos acompanhar ou sequer saber que existiam, até eu que não tem onde cair duro, tenho condições de assinar ao Netflix, se vocês pesquisarem sobre temporadas de anime antes da era dos streamings on demand, verá que tem a mesma quantidade de animes lançados em relação a era dos streamings. Hoje temos animes dublados aos montes, a não muito tempo atrás, só animes triple A, os mais conhecidos, ganhariam alguma dublagem em português e sendo adquiridos por canais da TV Aberta pra isso. Por meio do streaming, pudemos ver animes como Konosuba, One Punch Man, Boku no Hero Academia, Shogukeki no Souma, de vários gêneros que não somente shounen (anime de lutinha), até mesmo outros triple A que não vieram para cá estão recebendo dublagem, como Cowboy Bebop, JoJo, até mesmo doramas chineses, japoneses e sul coreanos estão vindo para cá. Quando eu citei Roujin Z lá atrás como o único da lista que não é dublado, não foi atoa, eu só assisti esta obra em 2018 na Internet. Há uma ”tretinha” inútil que foi gerada de uns anos pra cá sobre conteúdo dublado x legendado, e respeito ambos, mesmo preferindo 1000 vezes dublado, pois legendado se perde 50% de todo o conteúdo, mas se só tiver legendado, assisto mesmo assim. O que não discutem disto é que a dublagem é uma grande responsável pelo alcance de uma obra midiática, tenho amigos que estão absurdamente longe de serem otakus ou cinéfilos roxos, mas que sabem o que é Dragon Ball e Naruto, por que passava na TV Aberta para todos, os mesmos não conhecem Full Metal Alchemist, pois passou na TV Fechada. Um otaku médio conhece a Konata de Lucky Star, tá em vários sites na Internet com todos os episódios, mas alguém que assistia a TV Aberta não conhece e nem imagina o que é, pois não está dublado e não foi transmitido em nenhuma mídia no Brasil, nem mesmo serviços de streaming tem este anime em seu catálogo, mas os americanos tem, pois lá ele foi dublado e transmitido. Infelizmente algumas obras não são tão lembradas ou sequer lembradas pelo público hoje por conta destas barreiras de disposição, os Jovens Titãs mesmo, não a abominação do Jovens Titãs em Ação, aquilo não deveria ter existido e está entupindo a grade da Warner Bros no Cartoon Network, passava no Bom dia e Cia no SBT, onde está hoje a disposição do público em geral? Só agora está voltando pelo HBO Max, depois de muito tempo. A Netflix que está sofrendo um rápido declínio hoje teve de recorrer a pegar obras antigas para ter relevância, começou com Neon Genesis Evangelion que fora redublado, e muito bem diga-se de passagem, passou por One Piece e finalmente, Cowboy Bebop, até mesmo todos os episódios dublados de Naruto e Bleach foram colocados lá, o que deu relevância para uma plataforma em declínio. Ainda bem que há sites com estas obras antigas que infelizmente não vieram para o Brasil, mas que foram legendados por fãs roxos, ou colocarem a disposição as boas que passaram na TV e não passam mais. O que nos leva ao último tópico.
Gêneros/ Assuntos Não Muito Abordados
Basicamente, fomos muito limitados na disposição de conteúdo aqui no Brasil (e em tantos outros países), as primeiras animações chegaram no Brasil nos anos 80 porquê vieram em pacotes onde eles eram secundários, geralmente vinham com filmes e/ou séries, a maior parte, shounens. Tivemos lampejos de sci-fy como Neon Genesis Evangelion e o filme de Cowboy Bebop, até animes shoujo como Sailor Moon, e foi isso, slice of life, comédia, terror, dramas dentre outros ficaram fora de alcance para nós, não é simplesmente uma preferência do mercado, mas foi uma cultura de ter obras tiple A que gerou isto. Algumas anomalias ocorreram também com obras dos EUA, tipo os episódios do Pato Donald e do Patolino, que durante a Segunda Guerra Mundial serviram como fonte de propaganda do governo americano contra a Alemanha do austríaco de bigode e o careca da Itália, estes episódios não existem no Brasil, foram censurados, até mesmo Evangelion que teve seu lampejo fora do eixo dos shounens, depois dele não tivemos animes que abordavam os assuntos abordados na obra. Hoje com a cultura do cancelamento, (feita por malucos da Internet), deram para checar a vida dos autores de várias obras midiáticas para os cancelar na mídia, pois eles não se encaixam nas narrativas e visões de mundo deles, isto piorou ainda mais no leque de opções que estão a disposição. E esta cultura do cancelamento não é nova, os animes sumiram da TV Aberta por conterem algum nível de violência, até mesmo a animação de Homem-Aranha sofreu censura por conter armas, tendo elas sido removidas e trocadas por armas de brinquedo e armas a laser. Ou seja, para além da mídia estabelecida ter moldado o gosto do público, ainda temos hoje uma espécie de censura e muito anacronismo com obras antigas, hoje ‘tudo ofende’, não me surpreende o por quê de vários filmes, séries, documentários e animações não chegarem ao saber do público em geral, e por isso, ou quase não são comentados, ou simplesmente não há discussão sobre eles. Caindo infelizmente no mar do esquecimento do público.
E no que isso é danoso? Em muita coisa, estudamos a história para entendermos como fomos gerados, como aquilo que seguimos, que vemos, que acreditamos, que criamos existe hoje, tipo a paçoca, como foi que criaram tamanha maravilha? A história conta. Como certos gêneros musicais nasceram? A história conta. E a mídia também ajuda nisto, olhar para o passado não é necessariamente bom ou ruim, tudo depende do que absorver para o que se é pedido. Obras como Star Wars se inspiraram em várias coisas de outras obras, como Flashgordon que é um sci-fy de 1936, sobre um personagem que viaja no planeta Mongo, os Stormtroopers é derivado diretamente da tropa Stormtroopers do exército nazista do bigodinho austríaco, os Jedi tem inspiração nos samurais japoneses, e por aí vai. Redigir um livro, ou um texto como este que faço para vocês requer já um nível de inspiração, imagina um filme, série, animações e semelhantes? Se limitarmos aquilo que podemos nos inspirar, logo não haverá inspiração, só lembramos destas obras pois elas tiveram impacto positivo na cultura como a conhecemos hoje. Uma coisa é canalizar e discernir aquilo que precisamos consumir, outra é impedir por meio de censura ou esquecimento o que podemos ter acesso, pois como podemos separar o joio do trigo, se não temos nem joio ou trigo? Não tem como uma cultura ser formulada sem inspiração, sem bases ou ligações. Por isso, se você se sentir desconfortável quando discutindo sobre uma obra e ninguém saber, não tenha medo, comece a falar sobre e apresentá-la para outras pessoas, foi assim que até hoje sabemos quem foi Johann Sebastian Bach, que conhecemos Star Trek, Star Wars, o título da Copa do Mundo de 1970 do Brasil, e é assim que a cultura fica viva. E respondendo a pergunta, o que aquelas 4 obras que mostrei tem haver umas com as outras é: O Máskara é conhecido, pela animação e pelo filme estrelado por Jim Carey, transmitido na TV Aberta, mas hoje não é mais visto em canto algum na grande mídia, que tem uma maior abrangência e alcance de público. Roujin Z não veio para o Brasil oficialmente, e muito provavelmente muitos de vocês estão vendo pela primeira vez algo a respeito desta obra-prima. Samurai Champloo veio ao Brasil dublado, mas passou somente na TV Fechada. Os Jovens Titãs passou na TV Aberta para um público enorme, teve boa recepção onde fora transmitido, mas não passa em lugar nenhum hoje de grande alcance. Todos são bons em cada gênero que pertencem, porém todos também tiveram e ainda tem problemas de alcance em algum grau, limitando e muito o público destas obras de se expandir e de terem voz na discussão pela Internet. Por isso, tragam estas obras de volta a vida da melhor forma, tornando-as conhecidas para mais pessoas.
Cara, que matéria boa!
Deparei-me com ela sem querer pesquisando sobre Bleach. O título me chamou atenção e decidi dar uma chance.
E que agradável supresa.
Com excessão de Roujin Z (e sim, estou vendo essa obra pela primeira vez), as obras citadas me influenciaram fortemente e, de um certo modo, moldaram meus gostos (o que fez a matéria ser mais interessante ainda).
A análise da cadeia de produção e consumo de conteúdo dentro do nicho de animações foi impecável, é algo que eu noto diaramente enquanto rolo pelas redes sociais e serviços de streaming. De fato, não há mais um cuidado na hora de elaborar uma obra para que ela atinga o seu platô artístico, predominando abordagens que vizam maximizar o lucro sobre um produto, e não a qualidade do produto em si.
É uma era onde o hype virou condição de possibilidade para a produção de uma obra, seja ela com um conteúdo bom ou não, precisa-se de um hype.
Revisitar obras já consolidadas, como Devilman Crybaby, ou então usá-las como inspiração, como Megabox, vem mostrando excelentes resultados, e espero que surjam mais desse tipo! (aliás, adoraria ler uma máteria sua sobre obras revisitadas ou inspiradas)
Ler esse texto realmente me proporcionou uma reflexão interessante sobre algumas coisas que já estava notando, fora o prazer de ler uma matéria com uma escrita tão dinamica.
Espero que siga um bom caminho nesse trabalho, parabéns pela iniciativa de resgatar um estilo de obras e consumo que procura marcar as pessoas.
Agradeço pelo comentário, pode deixar, que logo mais eu falarei de obras revisitadas e/ou inspiradas, tá na minha agenda!