O mangá de Vagabond realmente precisa de um desfecho definitivo? Em hiato há anos, o mangá de Inoue discorre sobre dilemas da vida e amadurecimento

Welerson Silva
(Redator do Blog)
@welcr_silva
© Vagabond
© Vagabond

Há um ano eu comentei pela primeira vez sobre o mangá Vagabond aqui na United. Naquela época eu já estava completamente absorto pela narrativa de Takehiko Inoue. Recentemente eu finalizei, enfim, a obra. Mas é aquele “finalizei”, afinal o mangá não possui um desfecho de fato.

Ademais, desde 2015 que Inoue não bota as mãos em Vagabond. Contudo, mesmo a história do famoso samurai Miyamoto Musashi não ter tido um final definitivo, ao mesmo tempo ela teve. Meio confuso isso, não é?! Mas vamos lá. O fato é que houve uma exposição do mangá, chamada The Last, em 2008.

E nessa exposição, Inoue divulgou o que seria o encerramento da história. Logo, o final existe, mas não como todos queriam. Digamos que a conclusão de Vagabond é uma história secundária. Enquanto esta chegou ao seu término, a história primária finalizou abruptamente, em um arco que tinha tudo para ser emocionante.

Não ter um final é um problema?

Muitas pessoas podem repudiar a ideia de um mangá ou anime não ter um final fechado, quando é tão subjetivo que fica a cargo do próprio leitor/telespectador decidir o que melhor lhe convém. Como exemplo disto temos a história de Monster, de Naoki Urasawa. Uma finalização que divide opiniões.

Agora ponha em mente um mangá que teve um “final” em aberto, porque sua própria história ficou em aberto por conta de um longo e, aparentemente, interminável hiato. Recentemente, por motivos muito contrários, aconteceu o mesmo com Berserk, de Kentaro Miura. Este é um título que, até o momento, não se há nenhuma informação do que será de seu futuro.

© Vagabond
© Vagabond

E por muitas vezes isto acaba afetando o emocional dos fãs, que desejam saber como findará toda a jornada de seus personagens preferidos. Todavia, em Vagabond não necessariamente existe essa necessidade desesperada de um final. Isto porque o que importa aqui é a jornada.

E caso você tenha lido o mangá, sabe que se trata de uma jornada sem fim: o desenvolvimento humano. Aqui estou falando, claro, da história principal, que ficou em aberto. Não do final propiciado por Takehiko na exposição de 2008. Porém, dá aquele aperto no coração em saber que poderíamos presenciar tantos outros eventos magníficos.

Vagabond e a busca do entendimento do que é ser forte a as verdades da vida

O grande objetivo do protagonista de Vagabond, Shinmen Takezō (Miyamoto Musashi), é ser forte. Como samurai, ele dedicou praticamente toda a sua vida à espada. Neste processo, muitas coisas foram abnegadas, como amor, amizade e laços importantes com pessoas.

E ao longo da narrativa acompanhamos as várias nuances da vida e em como elas, em determinados momentos, colocam em cheque toda a verdade que Musashi construíra. Ademais, toda esta odisseia nos leva a crescer juntamente com o personagem. Entender que nem sempre os caminhos que escolhemos são de fato os corretos.

Afinal, existe uma trilha certeira na vida? Quem sabe?! O fato é que estamos em constantes mudanças e sempre aprendendo com a vida e com as pessoas que a vida coloca ao nosso redor. E é isto que realmente importa: os laços; os aprendizados; as quedas; as vitórias.

© Vagabond
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Finalizando

Em suma, leia Vagabond. Se por alguma razão já passou por sua cabeça em dar uma chance, mas o fato dele estar em um hiato infinito te desanimou, repense. A história vale imensamente a pena. E reiterando, o importante em Vagabond é o processo e não o seu final.

Por fim, deixe nos comentários o que você acha a respeito de Vagabond. Queremos saber o que você pensa.


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8 thoughts on “O mangá de Vagabond realmente precisa de um desfecho definitivo? Em hiato há anos, o mangá de Inoue discorre sobre dilemas da vida e amadurecimento

  1. Não concordo. Inoue está narrando o romance de Musashi que está faz muito tempo ligada a Kojiro, o qual foi seu maior desafio em vida. Simplesmente largar a obra como está não chega em local nenhum, além de deixar vários outros buracos na obra.

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