O artigo dessa semana será um pouco diferente do que os usuais (de minha parte). Vamos falar sobre um anime dessa última temporada e destacar alguns pontos importantes do porque ele foi um dos favoritos. Mashle, do estúdio A-1 Pictures se destacou entre as novas estreias da Temporada de Primavera ao inovar fazendo junção e muita paródia com plots clássicos da cultura otaku/nerd, por isso ele será o nosso foco hoje.
Sinopse:
Para todos os outros em seu mundo dominado pela magia, o jovem e impotente Mash Vandead é uma ameaça para a reserva genética e deve ser expurgado. Vivendo secretamente na floresta, ele passa todos os dias treinando seu corpo, construindo músculos fortes o suficiente para competir com a própria magia. No entanto, vendo sua identidade exposta e sua vida pacífica ameaçada, Mash começa sua jornada para se tornar um ‘Visionário Divino’, um papel tão poderoso que a sociedade não terá escolha a não ser aceitar sua existência.
Assim, para manter sua vida pacífica, Mash, sem magia, inscreve-se na prestigiada Easton Magic Academy, competindo com os filhos de alguns dos mais poderosos e de elite do reino. Sem a habilidade necessária para sobreviver em Easton, Mash já parece estar em desvantagem contra seus colegas de classe. Para atingir seus objetivos, Mash terá que lutar em cada prova usando apenas seus punhos, superando a magia com seus músculos, tudo pelo ilustre título de Visionário Divino!
Pois bem, partindo agora para uma análise geral do anime, Mashle pode parecer bem simples ao se ver de fora, mas quem resolve dar uma chance acaba entendendo o motivo dele ganhar grande parte do público. Com uma mistura de ação, comédia e muitas referências, o anime tem aquela pegada mais simplista, que surfa em plots conhecidos e de sucesso como Gintama, mas o final de sua primeira temporada consegue deixar sua marca original e focar no que é importante realmente para a história.
Seu enredo principal vai girar em torno do jovem Mashle que nasceu sem poderes em uma sociedade onde pessoas como ele são mal vistas, mas nada disso o abala porque ele só pensa em uma coisa: profiteroles. Sim, nosso protagonista é um jovem inocente que só pensa nesse doce em específico e faz qualquer coisa por ele. Mas não é essa sua única característica peculiar, pois já que ele não tinha poderes, seu avô colocou-o para malhar intensamente e agora ele possui uma força física insana que o salva a todo momento.
É sobre essa força física que a história vai se basear e torná-lo um protagonista completamente apelão, mesmo contra usuários de magia extremamente fortes. Mashle não se intimida perante ninguém e mesmo sem saber muito bem o que está acontecendo (rendendo cenas absurdas e muito engraçadas) ele, por conta própria, derruba qualquer um que aparece.
Inúmeras cenas, como efeito da comédia, beiram o absurdo, mas o protagonista consegue manter seu carisma e o nível de qualidade do enredo a todo o momento. Cada episódio rende cenas racionalmente inacreditáveis e reformulam, com reações inesperadas de Mashle, clássicos de batalha que todos conhecemos. Quem imaginaria que um cara sem magia conseguiria voar em uma vassoura? Pois o Mashle conseguiu e até mesmo os personagens de sua história ficaram chocados, assim como seu público.
Até que nós, como conhecedores de animes como One Punch Man, estamos bem acostumados com protagonistas derrotando inimigos no soco, mas o nível de Mashle ultrapassa até mesmo o coitado do Saitama, afinal é logicamente impossível usar a força bruta contra magia, mas ele consegue de forma absurda e ultrapassando todos os limites racionais, principalmente quando mexem com seu profiteroles.
Enquanto isso, por falarmos em magia, quando digo que existem muitas referências dentro deste anime, estou falando realmente sério. Ao olharmos para a identidade visual de Mashle logo pensamos que é uma clara inspiração na saga Harry Potter, mas só ao assistirmos entendemos que vai muito além da inspiração. Mashle faz paródia com características famosas de Harry Potter, como fotos no jornal que se mexem, jogo de acertar bolas voando em uma vassoura, ser mágico que decide em qual casa vai entrar, grande e poderoso bruxo velho que dá uma colher de chá para o aluno novo deixando ele entrar na academia, o aluno bruxo e loiro que maltrata todo mundo por ser filho de alguém muito importante e corrupto, etc. Enfim, são várias e claras referências reformuladas da saga do mundo bruxo tão famoso que conhecemos. Porém, eles não só trazem como elemento superficial, eles modificam a condução de cada cena (de forma completamente absurda), mesmo elas se iniciando da maneira original.
Tudo isso parece humanamente impossível de se imaginar ou de realizar e por isso é que a comédia consegue ser tão excelente. As cenas ilógicas e inesperadas fazem a graça do anime e tornam as ações do final da temporada ainda mais inacreditáveis, afinal passamos quase 10 episódios pensando que tudo será conduzido no mesmo estilo de não se levar a sério como enredo, mas então as cenas de ação finais surpreendem e dão um show em todo o seu aspecto geral.
Dessa forma, parece ser esse o segredo do sucesso de Mashle. Alcançar os limites do inesperado, aumentar as doses da comédia e trazer uma cena de ação final bem impactante (sobretudo para uma comédia).
Enquanto via cada um dos episódios e ria com as coisas mais inesperadas, jamais imaginei que acabaria levando o perigo de seus vilões a sério (até porque a própria história os desvalorizou perante o poder do protagonista), mas eles conseguiram dar uma certa importância e um maior tempo de tela para seus vilões, mesmo sendo completamente esmagados logo depois.
Todo o design da animação de Mashle também melhora ainda mais seu enredo, afinal a sua estrutura parece combinar perfeitamente com o plot desenvolvido (simples e torto do seu jeito, porém marcante, algo muito comum desse estúdio).
Assim, os aspectos surreais desenvolvidos ao longo da animação vão se destacando como a marca de um anime que parece não querer se levar a sério, mas no fundo ainda precisa correr com um enredo minimamente plausível para se sustentar como anime também de ação, muito além da comédia.
Existe ali um motivo sério para o Mashle se importar com aquela academia, mesmo sem possuir nenhum poder, mas o tanto que ele vai amadurecer diante disso, só saberemos na próxima temporada. Aquele garoto que só pensa em profiteroles começou a se importar mais com o destino dele e das pessoas ao seu redor, principalmente quando começou a fazer novas amizades, assim a história pode continuar com os níveis surreais de comédia, mas também vai evoluir em desenvolvimento, assim como Mashle.
É por esses e outros motivos que Mashle garantiu um espaço no coração do público e já recebeu anúncio de sua segunda temporada para logo mais. Deixando todos ansiosos para o que irá seguir.
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