A adaptação em anime de Kimetsu no Yaiba foi simplesmente fenomenal. Talvez, muito desse sucesso tenha sido por causa do excelente trabalho desempenhado pelo estúdio Ufotable. Afinal, muitos ainda hoje se questionam o que Kimetsu no Yaiba tem de tão surpreendente.
Comecei a acompanhar Demon Slayer pelo mangá, antes mesmo da animação. Contudo, quando foi anunciado o anime, larguei o mangá de mão para poder me surpreender com a adaptação. E foi exatamente isto que ocorreu.
Enquanto os traços do mangá são de simples a medianos, o estúdio Ufotable fez questão de caprichar em todos os detalhes do título. E nem preciso enaltecer o episódio 19, certo?! Uma bela animação acompanhada com uma brilhante trilha sonora.
Ademais, quando finalizei a primeira temporada, fiquei um tempo à mercê da vida, sem saber o que fazer. Pensei em continuar pelo mangá, mas a experiência com o anime foi tamanha que não quis fazer isto. Daí protelei a leitura do mangá.
Todavia, um tempo atrás, foi anunciado que sairia o filme, intitulado Demon Slayer: Mugen Train. O fato é que eu não sou muito chegado a anime filme. E quando descobri que o filme era canônico com a história principal, desanimei de continuar acompanhando por esta mídia.
Enfim, voltando aos primórdios, finalizei o primeiro volume e queria compartilhar determinados pontos interessantes acerca da história.
A história mais do que batida de Kimetsu no Yaiba
Quem não sabe o que acontece nesta narrativa?! Porém, caso tenha morado em uma caverna nos últimos anos, Demon Slayer inicia seu enredo apresentando o protagonista Tanjirou Kamado e sua relação afetuosa com sua família. E este é um ponto de vital importância para a Kimetsu.
Afinal, a tragédia principal está centrada em sua família, que é brutalmente assassinada por um demônio. A partir deste ponto, Tanjirou percebe que somente sua irmã, Nezuko Kamado, permaneceu viva. Todavia, como um demônio.
Logo, inicia-se a longa e árdua jornada de Tanjirou na busca desse personagem misterioso que causou este mal para ele e o objetivo de devolver a humanidade para sua irmã.
No que tange a família e laços importantes, o mangá deixa claro que isto é uma das motivações do protagonista, uma vez que tudo o que ele faz é pensando no bem que pode ser feito ou no mal que será obliterado. Ou seja, de qualquer forma, o bem sempre prevalece.
Além do mais, uma das características de Tanjirou é a bondade. Embora ele construa uma vida pautada em “vingança”, ainda assim ele sente o peso dos sentimentos dos demônios que enfrenta e lamenta por eles.
Inclusive, dando um pequeno salto, para fim de conexão, há um momento em que Urokodaki, o sensei de Tanjirou, ensina à Nezuko que a humanidade é sua família, e família sempre deve ser prioridade. Logo, essa ideia fica notória para quem está acompanha a obra.
Resiliência e determinação em Kimetsu no Yaiba
A história do caçador de demônios segue, basicamente, a lógica da Jornada do Herói, cunhada pelo antropólogo Joseph Campbell. O que não é nenhuma novidade na demografia shounen.
Após a perda da metade da família, Tanjirou parte em busca de solucionar o problema com sua irmã, e partir deste ponto encontra-se com o que virá a ser seu mestre, Urokodaki. Este seria o “encontro com o mentor” segundo a ideia da Jornada do Herói.
Mesmo após perder algo importante, o protagonista não mergulha em um mar de decepções, angústias e desesperos. Pelo contrário, ele motiva a si mesmo em continuar lutando para salvar o que lhe restou, mesmo podendo não haver esperanças.
Essa capacidade de dar de cara com uma intempérie da vida e subverter esta situação, não se dando por vencido, é chamada, enfim, de resiliência. Aliás, o arco da Seleção Final mostra essas superações de Tanjirou. Também, no treinamento dele. Por mais árduo que seja, ele possui um objetivo maior, o qual fará com que ele nunca desista.
A pressa no roteiro para chegar ao ponto
Entretanto, há um pequeno problema na história. Pelo menos no primeiro volume do mangá. Por algum motivo, Koyoharu Gotouge apressou bastante o início da jornada de Tanjirou. Mais especificamente no período de treinamento do personagem.
Sabe-se que ele perdeu algo, que ele busca transformar sua irmã de volta em humana e que para isso ele precisa se tornar mais forte. E este processo de obter força é praticamente excluído. Basicamente, temos um Tanjirou fraco e em questão de páginas temos um Tanjirou mais experiente.
Por fim, fica subentendido que ele passou por um longo processo de aprendizagem e que, aparentemente, sofreu bastante para alcançar aquele nível. Pode ser que seja algo desnecessário, porém há quem goste de acompanhar esses desenvolvimentos.
Particularmente, não sei exatamente o que pensar sobre isto. Como fica implícito que houve esse processo, tudo bem. Seria mais estranho se da noite para o dia ele simplesmente ganhasse toda aquela força e determinação.
Finalizando
Em síntese, vale a pena ler o mangá, caso nunca tenha tido contato com a história antes. E, quiçá, mesmo que tenha acompanhado o anime, ainda vale bastante continuar pelo mangá. Quer seja desde o início ou de onde a adaptação parou. Fica a seu critério.
Mas me diz aí, o que você acha de Kimetsu no Yaiba?
Achei valido, mas filme de anime seria basicamente uns 4 episódios em sequencia, com o bônus de ter um orçamento maior(logo, uma qualidade ainda maior), então, sei lá, mas cada um com suas escolhas.
Essa questão de qualidade é inegável. Concordo contigo. O meu caso é preferência mesmo. Curto mais mangá do que anime ou derivados. Sem contar que, querendo ou não, leva bem menos tempo no mangá para consumir a obra.