Pouco mais de dois meses. Essa é a diferença de tempo que separa as estreias dos animes: Gotoubun no Hanayome e Bokutachi wa Benkyou ga Dekinai ou We Never Learn. A proximidade entre os dois não se limita as datas de lançamento. Ambas as obras apresentam semelhanças, tornando inevitável não as comparar. E é exatamente isso que faremos hoje.
Quem nasceu primeiro? O samurai ou as espadas?
As duas obras nasceram no mesmo ano. O mangá Bokutachi wa Benkyou ga Dekinai, de Taishi Tsutsui, foi lançada no dia 06 de fevereiro de 2017. Seis meses depois, no dia 7 de agosto, Gotoubun no Hanayome, de Negi Haruba, teve o seu primeiro capítulo publicado. Sendo assim, se nesse duelo existe um senpai, sem dúvidas esse título é do Bokutachi.
Então isso significa que Gotoubon é uma cópia? Não, não é bem assim.
Gotoubun no Hanayome e Bokutachi wa Benkyou ga Dekinai têm histórias realmente parecidas?
Sim, é possível notar semelhanças nas duas obras, mas isso não significa que elas sejam exatamente iguais. As duas histórias acompanham estudantes do terceiro ano do ensino médio, e têm como protagonista um jovem inteligente – e/ou esforçado – que se tornam tutores de heroínas que têm dificuldades em tirar boas notas na escola. Não é spoiler para ninguém que elas começarão a se apaixonar gradualmente pelo protagonista, no entanto, não parece que teremos um final com harém – para tristeza de alguns −, mas, sim, finais fechados onde o protagonista casará com uma das heroínas.
As duas histórias possuem um estilo de humor parecido, mas o tom da obra é diferente. Os autores abusam do humor em situações cotidianas, trazendo situações engraçados em momentos inesperados – por mais que o humor de Bokutachi wa Benkyou ga Dekinai tenha me conquistado um pouco mais. A faixa etária dos personagens é a mesma nas duas histórias, entretanto, Gotoubun no Hanayome passa uma sensação de que seus personagens são mais velhos do que os do Bokutachi wa Benkyou ga Dekinai. Parece que de um lado temos personagens que estão realmente no terceiro ano, e do outro personagens que ainda estão no primeiro ou segundo. Isso ocorre, porque o tom das obras não é o mesmo. As tramas, os desfechos e os diálogos de Gotoubun se aproximam mais de jovens que estão nessa fase de pré-vestibular.
E os protagonistas, como são?
Bem, nos protagonistas existem diferenças evidentes nas personalidades e nos seus desenvolvimentos futuros. Futarou Uesugi (Gotoubun no Hanayome) é pouco – ou nada – simpático, nos estudos ele é realmente inteligente, antissocial na maior parte do tempo e deixa bem claro que seu único objetivo é o dinheiro. Nada de amizades ou interesses amorosos. Além disso, ele tem uma personalidade sarcástica que gera momentos engraçados durante a história.
Enquanto o Nariyuki Yuiga (Bokutachi wa Benkyou ga Dekinai) é muito simpático e amigável – do jeito dele −, se colocando sempre à disposição para ajudar o próximo, mesmo que isso o cause problemas. Como estudante, é muito mais conhecido pelo seu esforço do que por sua inteligência. Na verdade, suas notas são bem medianas, salvas por sua dedicação nos estudos.
Só que eles não são completamente diferentes. Eles compartilham pelo menos duas coisas: capacidade de encontrar uma solução para os problemas da heroínas – apesar que o Yuiga seja um verdadeiro mestre nesse quesito – e uma enorme dificuldade de reconhecer os sentimentos de uma garota – e bota dificuldade nisso, viu.
Se os protagonistas masculinos são diferentes, posso dizer o mesmo das heroínas?
Sim. Elas possuem personalidades bem definidas. Se fizéssemos um crossover entre as duas obras, possivelmente todas as personagens principais poderiam conviver entre si, e ainda assim destacar suas personalidades aos olhos do leitor, cada uma do seu jeito.
O que chama a atenção é o desenvolvimento das heroínas. As quíntuplas de Gotoubun no Hanayome, passam por transformações – umas menores, outras maiores –bem nítidas, seja para melhor ou para pior . Sabemos que desenvolver um personagem não é fácil – quanto mais cinco – mas o Negi Haruba, autor de Gotoubun, consegue executar e entregar um bom trabalho nesse sentindo. No caso de Bokutachi wa Benkyou ga Dekinai, existem personagens como a sensei, Mafuyu Kirisu, que é bem desenvolvida durante a história. Mas em sua grande maioria, as outras heroínas – e incluindo o protagonista – não sofreram grandes mudanças desde o começo da história, comparado a Gotoubun.
Mas e o enredo das obras? Eles são bem desenvolvidos?
Aqui vai a maior diferença entre as obras − na minha opinião. Gotoubun no Hanayome escolhe apresentar ao leitor capítulos com arcos focados em cada personagem. Desse jeito, eles conseguem desenvolver um período grande de interação do protagonista com cada uma das cinco irmãs. Diferente de Bokutachi wa Benkyou ga Dekinai que desenvolve arcos de apenas um capítulo, com algumas exceções onde um arco possui dois ou três capítulos no mangá. Assim, a cada capítulo você acompanha uma história curta do protagonista com uma das heroínas. É claro que nesses capítulos pode haver interação com as outras heroínas, mas o foco é em apenas uma.
O problema dos arcos curtos do Bokutachi é que a interação do leitor com aquela heroína em específico acaba sendo prejudicada, já que no capítulo seguinte o protagonista estará desenvolvendo a história com outra. Chega um momento, em que você começa a acreditar que todas elas são boas para o protagonista e fica complicado escolher uma. Mesmo que você tenha a sua preferida, não é difícil mudar de ideia – ou pelo menos cogitar − durante vários momentos. Há quem prefira assim, visto que desse jeito você poderá escolher para quem será o seu #teamfumino com mais tempo. Além do mais, com arcos curtos você não corre risco de ter que acompanhar a história de uma heroína que você não gosta por vários capítulos.
No meu caso, vejo com bons olhos o jeito que Gotoubun desenvolve os seus arcos. Como eles são mais longos, acaba criando um vínculo emocional maior do leitor com aquela trama da heroína, permitindo que você mergulhe mais na história individual de cada personagem. Afinal, grandes – e bons − arcos sempre ficam guardados na memória, não é mesmo Natsuo e Rui?
Então, podemos mesmo comparar as duas obras?
Sim, inevitavelmente. Desde sua história, até as datas em que elas foram criadas, existem muitas semelhanças entre os dois trabalhos que permite a comparação – quase que natural – quando você lê e/ou assiste as duas histórias. Mas quando você se aprofunda nelas, consegue perceber há diferenças e talvez descobrir que ambas as obras podem te agradar, cada uma do seu jeito.
Duas obras realmente destinados a comparação. Qual você prefere? Comentem!
Gostei muito da crítica, bem apresentada e explicada, do bokutachi a parte que vc falou que mesmo que a pessoa tenha uma preferida ele começa a cogitar com outra heroína isso você explicou com perfeição… mas ainda sim, a Fumino é a minha favorita!!
Os dois tem seus méritos, bokutachi tem excelentes heroínas e o protagonista apesar de ser o gente boa tímido, ele fu cio a bem, além da comédia seer muito boa.
Já o gotoubun é bem interessante o desenvolvimento da trama, as gêmeas são interessantes e interagem bem entre si, mas o protagonista é muito pé no saco, os dois são ótimos, mas prefiro ainda o bokutachi.