Possivelmente você já ouviu falar sobre a famosa “Jornada do herói”, presente nos filmes, sagas e franquias que mais gostamos. Franquias como: Harry Potter, Star Wars e Senhor dos Anéis, mergulham totalmente nessa fórmula de sucesso. Mas como isso funciona nas obras japonesas?
1 – A criação do conceito:
A Jornada do Herói é um conceito criado pelo escritor e pesquisador: Joseph Campbell após perceber um padrão e analisar diversas histórias da humanidade, como a dos Mitos Romanos e também, dos filmes escritos até aquela época. Esta análise se transformou em uma técnica de criação de personagem a respeito das transformações em sequência que os personagens da trama passam, até que se transformem em heróis.
2- Os 12 passos:
A análise e os estudos de Campbell resultaram em uma espécie de fórmula, constituída de 12 etapas de um passo a passo, que podem levar ao sucesso a construção de qualquer história.
– Mundo Comum – O mundo normal do herói antes da história começar.
– O Chamado da Aventura – Um problema se apresenta ao herói: um desafio ou a aventura.
– Reticências do Herói ou Recusa do Chamado – O herói recusa ou demora a aceitar o desafio, ou aventura, geralmente porque tem medo.
– Encontro com o mentor ou Ajuda Sobrenatural – O herói encontra um mentor que o faz aceitar o chamado e o informa e treina para sua aventura.
– Cruzamento do Primeiro Portal – O herói abandona o mundo comum para entrar no mundo especial ou mágico.
– Provações, aliados e inimigos – O herói enfrenta testes, encontra aliados e enfrenta inimigos, de forma que aprende as regras do mundo especial.
– Aproximação – O herói tem êxitos durante as provações.
– Provação difícil ou traumática – A maior crise da aventura, de vida ou morte.
– Recompensa – O herói enfrentou a morte, se sobrepõe ao seu medo e agora ganha uma recompensa (o elixir).
– O Caminho de Volta – O herói deve voltar para o mundo comum.
– Ressurreição do Herói – Outro teste no qual o herói enfrenta a morte, e deve usar tudo que foi aprendido.
– Regresso com o Elixir – O herói volta para casa com o “elixir”, e o usa para ajudar todos no mundo comum.
3 – A utilização da fórmula:
A Jornada do Herói é muito utilizada em roteiros de cinema, seriados e, também, dentro das empresas como ferramenta de motivação e organização de metas para executivos. Um exemplo claro são os roteiros de Guerra nas Estrelas de George Lucas, todos seguem os estágios da Jornada de Campbell.
De acordo com estudiosos, a Jornada do Herói é o caminho que o indivíduo percorre até a conquista de uma meta, é a aceitação de novos desafios e de toda a dificuldade para vencer cada etapa de aprendizagem dentro de cada escolha.
4 – A desconstrução japonesa do conceito:
Uma das grandes características e diferenças, entre as obras japonesas e norte-americanas, é a escolha em inverter a maneira de abordar o “conceito do escolhido”. Para explicar como isso ocorre, usaremos Naruto como exemplo. Deixando claro que isso ocorre em muitos outros animes, além do citado.
Ao invés de o personagem principal ser exaltado e levado seriamente como aquele que salvará o povo ou a humanidade, Naruto é tido muitas vezes como irresponsável, cabeça dura, preguiçoso e inconsequente. Com o passar do tempo, é que o personagem demostra evolução e maturidade! Somente nessa situação, nos é apresentado um personagem diferente, heróico e responsável.
Um ponto interessante que deixa tudo isso muito claro, por exemplo, é a história de Shikamaru! O personagem foi criado para mostrar que nem sempre o protagonista precisa ser o mais inteligente e superior aos outros. Naruto, por exemplo, sempre estava a um passo atrás do amigo.
Tudo isso passa pelo conceito japonês de que “nós somos os heróis da nossa própria história!”. E que mesmo com nossos erros e falhas, sempre temos a chance de recomeçar e continuar a jornada da vida!
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Antes mesmo de eu abrir essa página já pensei ” Naruto será o primeiro na ser citado” e de fato eu estava certo kkkkkk
kkkkkkkkkk era impossível não cita-lo
Adorei o post!
E realmente interessante e diferente o modo de como o pais nipônico consegue entregar um herói
genérico mas ao mesmo tempo original apenas mudando a forma de como sua história é contada ao publico!
Muito obrigado. Tornar o herói, que normalmente é visto como pilar de perfeição, em alguém sujeito a falhas, torna o personagem muito mais amado. Afinal, nós também erramos. Causa total identificação.
Adorei!
E realmente interessante a forma original mas ao mesmo tempo genérica de como o japão consegue entregar um herói que agrade a todos os gostos apenas mudando um pouco o enredo de sua jornada!
Adorei!
E realmente interessante a forma original mas ao mesmo tempo genérica de como o japão consegue entregar um herói que agrade a todos os gostos apenas mudando um pouco o enredo de sua jornada!
muito bom!!!
Muito obrigado 🙂
Amei o texto tirou bastante duvidas foi afundo no assunto de alguem.que apenas assiste deu vontade de aprofundar mais valeu amei o artigo
Obrigado pelo carinho.
Ótimo texto!
Agradeço demais.
Muito interessante, nunca tinha pensado por esse ângulo nas histórias japonesas, inversão total de valores…
há um artigo completo sob esse tema?