Jaspion é uma série de tokusatsu produzida pela Toei e distribuída aqui no Brasil pela Sato Company. Foi exibido na televisão japonesa de 1985 até 1986, e chegou em nosso país em 1988 para ser transmitida na extinta TV Manchete.
A história gira em torno de uma profecia que alerta a Via-Láctea sobre o retorno de uma entidade sombria, chamada Sathan Goss, que está predestinada à espalhar as trevas por todos os planetas. Quando ele é despertado, Jaspion é escolhido pelo sábio Ejin para percorrer a galáxia e destruí-lo antes que ele complete sua metamorfose de poder. A série terminou com 46 episódios e já foi transmitida em TV aberta pela Rede Record, CNT Gazeta, Rede Brasil e em 2020, pela Band. No streaming, os direitos de exibição pertenceram a Amazon Prime Vídeo e a Pluto TV.
O mangá foi produzido em parceria da Toei Company, com a editora brasileira JBC, em comemoração aos 32 anos da primeira exibição de Jaspion aqui no Brasil.
O Herói japonês mais brasileiro da história
É muito difícil falar da influência da cultura japonesa no Brasil sem mencionar o “Fantástico Japion“. A década de 80 e 90 no nosso país foi a época dourada para a entrada do Japão nos corações brasileiros, onde foi trazido para a nossa cultura os animes, mangás e os tokusatsus. E Jaspion, de certa forma, liderou a nova onda de heróis japoneses, de tal forma que você com certeza vai conhecer um pai, um tio ou conhecido de 40 anos, que tenha assistido e acompanhado essa série até o final. E ainda ter assistido as várias reprises!
Dizem as más línguas que Jaspion fez mais sucesso aqui do que no Japão, seu país de origem, tal feito que dificilmente foi repetido por outra obra nipônica nas nossas terras tupiniquins. Por isso é sábio dizer: Jaspion se tornou um Herói Brasileiro. O amor de nós, brasileiros, por ele é tão grande que incentivou a editora JBC à nos presentear com um belíssimo mangá, contando uma nova história do nosso “Lobo Do Espaço!“.
Sobre o mangá
Com roteiro de Fábio Yabu e arte de Michel Borges, o mangá foi lançado no Brasil pela JBC com o título de “O Regresso de Jaspion” em outubro de 2020. A história se passa 31 anos após o final da série de TV e gira em torno do retorno do herói à Terra em meio ao caos em que o planeta se encontra. Possui 192 páginas, sendo algumas coloridas, e algumas notas de agradecimentos de pessoas bem influentes sobre a cultura japonesa no Brasil. Dentre elas estão: O cantor integrante da banda JAM Project, que cantou temas japoneses de algumas séries, como One Punch Man e Garo, Ricardo Cruz; A dubladora Cecília Lemes, que deu voz à Chiquinha de Chaves e Anri de Jaspion; nosso ilustre Wendell Bezerra, que dispensa apresentações; e o famoso cantor japonês Akira Kushida, que todos com certeza já ouviram a voz dele em alguma abertura de alguma série japonesa na vida! Já separa um espaço aí nos comentários para falar uma música do Akira Kushida que te trazem belas recordações. (u.u)
Review – Com o mínimo de spoiler possível
Considero um bom mangá aquele que entrega boas artes, diálogos plausíveis com as cenas, e uma história redondinha. Jaspion consegue entregar de forma ‘ok’ essas minhas três estimativas no geral.
Sobre a arte, Michel Borges conseguiu trazer os traços dos animes e mangás dos anos 80/90 para 2020 de forma explêndida! Não consegui encontrar uma única página que me fez pensar: “Essa aqui tá datada”. E as cenas de ação são maravilhosas de se ver. O mangá sabe te dar a sensação de movimento o tempo todo, o leitor vai se deparar imaginando cada cena como se estivesse passando na TV. Outro acerto na arte de Borges foi a aproximação do visual dos personagens com os atores que participaram da série original. Quem assistiu, será como “ler um novo episódio” da série.
Agora sobre os diálogos confesso que em algumas vezes me pareceu datado. A personalidade de Jaspion no mangá é quase a de um Goku de Dragon Ball Super, no sentido de ser um “gênio burro”. Claro, quem assistiu a série vai saber que no início Jaspion era assim mesmo, um bobalhão inteligente. Mas no fim da série, vimos um homem maduro que teve perdas que o fortaleceram ao longo da jornada. Usando o Goku como comparativo, Jaspion no fim da série é o Goku da saga Majin Boo, enquanto que no mangá ele é o da saga Super. Está personalidade mais infantil influenciou em poucos diálogos, estes que considerei meio incoerentes com o amadurecimento do personagem. Apenas não dei um veredito ruim para o diálogo como um todo porque o ‘besteirol’ é compensado por falas épicas do protagonista, de alguns antagonistas e dos vilões principais! Por isso que considero os diálogos apenas bons, não maravilhosos.
Sobre a história, muito redondinha! Foi mesmo como uma continuação da série de tokusatsu, que passaria tranquilamente na televisão. A nostalgia é muito presente ao longo do enredo e poderá haver alguns pontos que o leitor não familiarizado com a trama da série poderá deixar passar. Contudo, este ainda vai conseguir entender cada situação apresentada sem se perder completamente na trama, pela simplicidade nos detalhes que Yabu se preocupou a dar nas falas de cada personagem.
Impressões finais
O Regresso de Jaspion conseguiu trazer de volta uma herói dos anos 80 para a atualidade com sucesso, na minha opinião. Cheio de nostalgia para quem tava com saudade do herói de metal e o universo que gira em torno dele, mas também uma ótima forma para quem tem curiosidade em conhecer nosso ícone japonês, de adentrar no mundo de Jaspion. Mas no fim, não posso falar que é uma obra prima dos mangás. A obra cumpre bem o que promete, que é obviamente “o regresso de Jaspion“. Conseguiu trazer com sucesso nosso herói de metal para a atualidade.
Ele é um bom mangá, de ilustrações memoráveis, porém de enredo simples, voltado mais para os fãs do que para os novatos. Não estou dizendo que os leigos não terão uma boa experiência ao ler o mesmo, mas acredito que poderão aproveitar sim boa parte. Mas as referências nos diálogos tem muito peso para a história como um todo e quem não assistiu a série de TV poderá não entender o sentido de determinada cena.
E você, já leu ou tem curiosidade de ler o mangá? Conta nos comentários sua história para nós!
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