Muito provavelmente você já ouviu falar de Berserk, a obra que eternizou o grande mangaká Kentaro Miura. Contudo, você conhece o mangá que é considerado por muitos um sucessor espiritual de Berserk? Esse mangá é Claymore, onde a protagonista é uma versão feminista do Guts. Aliás, os fãs frequentemente comparam Claymore à obra de Miura.
Isso acontece pelo fato de que vários elementos da narrativa de Norihiro Yagi se assemelham com os de Miura, como o tom mórbido, o gênero dark fantasy e combates intensos contra monstros horripilantes. Ademais, por mais que Claymore seja um título extremamente interessante e repleto de conteúdo convidativo, ele não é demasiadamente famoso.
Em geral, as pessoas que leram Claymore, são quase, na grande maioria das vezes, leitores que acabaram caindo ali por conta de Berserk. Uma obra leva a outra. Quase como se uma fosse extensão da outra. Nesse sentido, Claymore só parece existir entre os fãs de Berserk. Não tendo popularidade o suficiente para cativar pessoas fora dessa bolha. Polêmico, mas é apenas um ponto de vista.
Mas afinal, do que realmente se trata a narrativa de Claymore? Os comparativos com Berserk são muitos, mas existe originalidade na história contada por Yagi?
Conhecendo a história de Claymore
O mangá acompanha a história de uma jovem Claymore chamada Clare que, assim como muitas outras, fazem parte da Organização, uma instituição bastante misteriosa que controla todas essas guerreiras. Em síntese, o termo Claymore é de origem escocesa e significa “espadão”. E elas são chamadas assim por justamente carregarem espadas maiores do que elas mesmas. E aqui temos mais uma referência ao mangá de Kentaro.
Além disso, as mulheres chamadas assim pelos aldeões das vilas têm uma espécie de fusão com monstros em seus corpos, tornando-as metade humanas e metade yoma. E a história narra que esse evento só é possível com mulheres. Os homens que passam por essa metamorfose acabam morrendo ou se tornando algo indesejável.
Cada uma possui uma habilidade singular, que causa a distinção entre elas. Todavia, todas possuem algo em comum: olhos que entregam sua anomalia. Além do mais, elas são separadas por ranks de habilidade. Quanto mais forte, mais elevada é a posição.
Nos primeiros capítulos do primeiro volume, Clare conhece Raki por meio de uma missão a qual é incumbida. Raki é um garoto normal cujos pais foram mortos por um yoma. Eles então começam a viajar juntos e a descobrir os segredos do continente e da Organização. Porém, em um determinado momento, eles se separam e a história começa a focar no desenvolvimento individual de cada um e na promessa de ambos se reencontrarem.
As batalhas em Claymore e seus personagens profundos
As guerreiras enfrentam vários confrontos extremamente empolgantes com os seres chamados yoma, com algumas batalhas se destacando mais do que outras. No entanto, em termos de proporcionar momentos de frenesi, o mangá desempenha bem seu papel. Não há problema em compreender a sequência de movimentos, já que o autor consegue expressar seus traços nas cenas de combate de maneira bastante satisfatória.
Além disso, outra característica marcante do mangá são os personagens. Desde os primeiros volumes, o autor desenvolve alguns personagens de forma notável, evidenciando a qualidade e o potencial do enredo. Por serem personagens complexos, cada um possui sua própria personalidade, um histórico intenso e motivações únicas. Portanto, é fácil para o leitor se apegar ou se identificar com os tipos criados pelo autor.
Os Seres Abissais
Por fim, outra característica forte do enredo e que cria ainda mais aquela atmosfera épica de perigo e aventura, são os “Seres Abissais”, Claymores que “despertaram” seu poder absoluto. Diferentemente dos yoma’s comuns, são inteligentes e possuem poderes descomunais. Por meio dos traços incríveis do autor, somos apresentados aos mais titânicos monstros, com um design melhor do que o outro. Mais um ponto forte para a obra.
Entretanto, é importante observar que nem todas as guerreiras conseguem esse feito. Há um limite, onde elas podem atingir apenas 80% de sua força yoma. Aos 10%, os olhos das Claymores mudam de cor, 30%, seus rostos se tornam disformes, 50%, seus corpos se transformam em formas de yoma, 70%, suas mentes começam a enlouquecer, 80% é o limite no qual as Claymores conseguem retornar ao normal.
No entanto, algumas conseguem ultrapassar esse limite, tornando-se despertadas. É um conceito muito bem elaborado. A escala de poder, as classificações, as diferenças nas habilidades e as características únicas que elevam algumas acima, tudo isso é algo que vale a pena explorar no mangá. Portanto, ler Claymore é altamente recomendado.
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