Um anime escolhido de maneira totalmente aleatória e que acabou me prendendo totalmente, Aoharu x Kikanjuu deixou sua marca em mim e é nesse texto que explicarei o porquê.
Sinopse:
O mangá conta a história da estudante do ensino médio Hotaru Tachibana, uma menina disfarçada como um menino. Através estranhas circunstâncias ela se vê atraída para o mundo dos jogos de sobrevivência por um anfitrião, Masamune Matsuoka. Os dois formam uma equipe com o ero-mangaká Tohru Yukimura com o objetivo de serem os melhores no Japão.
Aoharu x Kikanjuu é um anime lançado em 2015 pelo Brain’s Base que possui um total de 12 episódios principais e 1 especial que dá seguimento imediato à história. Essa foi uma adaptação do mangá de mesmo nome criado por NAOE e que teve seu derradeiro cancelamento oficial em 2019 com 18 volumes, algo que deixa-nos sem nenhuma esperança de uma possível continuação futura do anime por falta de material suficiente para a história, infelizmente.
Devo dizer que eu iniciei esse anime esperando uma coisa e terminei achando outra. Fiquei muito perplexa em como uma simples animação de “duelo com armas de brinquedo” pode ser tão emocionante.
Tudo começa quando a protagonista esbarra em um host “desonesto” e tenta fazer justiça pela sua amiga, porque Tachibana (essa protagonista), tem um forte senso de justiça (algo que será muito relevante no resto da história) e de punir aqueles que fazem coisas erradas. Ela, que tem a aparência de garoto, possui uma enorme força e agilidade, o que faz com que ninguém a confronte diretamente. Até que esse rapaz a desafia para um duelo e não é um simples duelo, ele dá para ela uma arma e diz que ela tem que acertá-lo para que ele faça o que ela quer.
É assim, basicamente, que começa toda a história de Tachibana na sua jornada de vício e amor aos jogos de sobrevivência. O grande plot é que nenhuma dessas armas são de verdade, todas são armas de brinquedo que não disparam balas de verdade (e ela já descobre no próprio duelo), por isso se trata de um hobby extremamente seguro. Esses jogos, basicamente, envolvem trios que correm por campos e florestas atrás de outras equipes para acertá-los e ganhar o jogo em meio a cenas de arrepiar e uma sede por vitória inigualável, rendendo momentos absurdos e closes sensacionais.
Mas o ponto alto de Aoharu x Kikanjuu não é tratar de disputas de armas ou os personagens muito lindos que podem (ou não) se pegar a qualquer momento, mas sim toda a jornada e a dramaticidade por trás de cada partida.
Tachibana sofre por ter que esconder seu verdadeiro sexo daqueles que são agora amigos e companheiros e ficamos nesse dilema de esperar ela contar e como eles reagirão ao saber. Isso, pois, ela foi pega totalmente de surpresa em toda essa aventura (antes de poder se revelar uma garota) e também porque eles têm uma regra de não permitir garotas na equipe (não por machismo, mas é uma treta maior do passado deles).
Então ficamos na expectativa dela correr atrás de se provar capaz de estar ali, com as suas inseguranças rondando a mente e os obstáculos que precisa enfrentar para deixar todos unidos, isso em meio ao processo de se descobrir como extremamente habilidosa e violenta que consegue superar qualquer limite no campo de batalha para fazer justiça.
Mas, acima de tudo, existe um perfeito balanceamento entre ação, drama e comédia que te prende do início ao fim. Os sentimentos desses três personagens principais se misturando a sua paixão e ao sentimento de vingança e de fazer justiça se sobressai em cada episódio. O anime não trata o jogo de sobrevivência de uma maneira superficial, mas sim como uma atividade/hobby que envolve toda a alma de quem está na disputa, assim são muitas camadas de sentimentos se solidificando ali e sendo trazidos à tona por conta dos acontecimentos.
Ficamos esperançosos também de que eles consigam “se vingar” daqueles que seriam classificados como “vilões” na história, mas as reviravoltas que acontecem nos deixam tão sem reação que só depois do anime acabar percebemos que o sentido de tudo não era ganhar e mostrar para os adversários que eles são maiores, mas sim provar que o companheirismo e a paixão por um hobby deve estar sempre em primeiro lugar.
Os adversários podem até se tornar grandes aliados quando esquecemos o passado e focamos no que realmente interessa, sem orgulho e pretensão nenhuma. Por isso, com cada elemento de enredo se ligando de formas sensacionais, e toda a carga dramática sendo tratada de maneira tão natural que nem notamos é o que fez esse anime se tornar tão especial para mim. Ali são três pessoas dividindo suas inseguranças, suas paixões e seus traumas para, juntos, formarem uma equipe que transcende como amizade e se ajuda, mutuamente, a superar todos os medos e problemas.
E, posso ser muito suspeita para falar, visto que a aparência e a personalidade de personagens masculinos sempre me encantam antes mesmo da própria história, mas os homens que dividem o enredo principal com a Tachibana são de tirar o fôlego. Alguns gostos pessoais deles podem até ser questionáveis, mas no geral eles demonstram ser muito mais sentimentais e conscientes de suas próprias falhas, com uma relação de amizade muito íntima, além de trazerem para o cotidiano da garota muitas experiências profundas e emocionantes que ajudam-na a evoluir tanto internamente, quanto fisicamente em termos de habilidades e determinação por algo que nunca pensou que gostaria tanto.
Outra coisa que devo ressaltar também é sua fotografia impecável e uma trilha sonora que me ganhou desde o começo, se mantendo como uma boa escolha para cada momento de tensão, de drama e de comédia. Nesse sentido, devo destacar aqui que a opening desse anime é daquelas que você nunca pula e até a ending tem suas qualidades. Por isso, por mais que seja tão curto e já ter uns 7 anos de lançamento, Aoharu x Kikanjuu vale muito à pena de se assistir.
Infelizmente seu final deixa muita coisa em aberto, algumas até que nos fazem lembrar muito de Mulan (só assistindo para saber) e ficam assim no ar, nos deixando na esperança de um dia ter alguma continuação. Foram 12 episódios e um OVA que revelaram tanto no quesito história e profundidade emocional, mas ainda deixaram tanto para trás, tantas dúvidas e tantas expectativas que me fizeram sentir como se fosse um fim demasiado prematuro de algo que poderia render muito mais.
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