Olá, como está caro leitor? Espero que bem! Gregory na área e hoje pensei em trazer algo diferente. Sabemos que os animes nos proporcionam horas e horas de diversão. Há histórias de superação, de tristeza, de acasos do destino e muitas outras coisas. Porém, este entretenimento que nós consumimos, não mostra de fato detalhes mais profundos da sociedade japonesa.
Abordagem Introdutória
É evidente que focamos principalmente no enredo proposto pelo autor da obra. Mas certos detalhes passam despercebidos diante de nossos olhos. Este é um artigo mais sério, tentarei mostrar um pouco mais do lado “obscuro”, ou seja, os problemas da sociedade japonesa. Isolamento tecnológico, pressão financeira, abuso de autoridade e bullying fazem parte do dia a dia japonês. Também tentarei dar um contraponto, mostrando coisas boas vindo da esfera social/cultural japonesa. Então vamos lá!
Sabemos que o Japão é literalmente um país que funciona 24 horas por dia. A baixa taxa de natalidade, junto da tradição do jovem japonês ser ativo no mercado de trabalho, vem impulsionando um aumento cada vez maior de jovens e jovens adultos (15 – 30, considerando que a expectativa de vida é de 85 anos atualmente) a trabalharem nos mais diversos empregos.
Isso é mostrado bem em Erased(Boku Dake ga Inai Machi), Koe no Katachi, Angel Beats! e em Byousoku 5 Centimeter. Nos dois primeiros citados, vemos que a imagem que temos da sociedade japonesa é um pouco forçada pela mídia tradicional.
Lado “obscuro” despercebido
Erased mostra um pouco do que atualmente é um tabu a ser revelado no Japão, o abuso de professores sobre alunos. Existem muitos casos de abuso de poder, moral e até físico destes profissionais. Porém, poucos são divulgados ao público em geral.
Koe no Katachi aborda de maneira bem realista o bullying nas escolas. Foi incrível o modo de comunicar o público que isso não é somente um problema do Japão, mas sim do mundo todo. O enredo foi bem conduzido e abordou outro fator cultural importante no país. O arrependimento e a honra foram bem vinculados ao protagonista, mostrando que o amadurecimento gera bons frutos aos que querem realizar uma boa colheita.
Angel Beats! já nos mostra que todas as pessoas têm tristezas e dramas durante sua vida, todavia, nos leva a um questionamento: se morrermos agora, teríamos realizado nossos sonhos?
A obra também aborda o quanto a vida é breve e se nós, consequentemente, soubemos aproveitar desse tempo da melhor maneira possível. Se ajudamos o próximo, se amamos alguém ou se até mesmo salvamos alguma vida. Esse sentimento transmitido na obra faz um gancho perfeito com Byousoku 5 Centimeter.
Nessa, o protagonista sofre por amar alguém e acaba se entregando para uma espécie de “depressão”. Isolando-se completamente. Deixando de aproveitar a vida e consequentemente dar uma chance a quem o ama de verdade. De fato, perdendo parte da essência do humano que é a própria felicidade. Vivendo roboticamente uma rotina a base de trabalho.
O ponto é, a sociedade japonesa é extremamente ligada ao trabalho. E essa pressão acaba prejudicando momentos, família e até mesmo sonhos. Também acaba gerando um grave problema cultural relacionado à saúde pública, o suicídio. Principalmente cometido por homens.
O outro lado da moeda
Por outro lado, Noragami e Fune wo Amu são obras para analisarmos um lado mais positivo da sociedade japonesa. A primeira obra deixa bastante claro que a população do Japão é em grande parte religiosa.
O Xintoísmo tem características diferentes das outras religiões, nós xintoístas temos a liberdade de nos aproximarmos de outras crenças que não preguem a violência e frequenta-las sem quaisquer preconceitos. Suas bases e seus princípios éticos consistem em cuidar da saúde, proteger sua família e honrar seus ancestrais. É inegável que parte da qualidade de vida do japonês esteja intimamente ligado com sua fé.
Por fim, Fune wo Amu mostra um fato curioso vindo das longínquas terras orientais. A escrita por sua vez é diferente no Japão, porém, na obra é demonstrado a preocupação do modo de se expressar. Gestos muitas vezes não substituem palavras. Mas são extremamente importantes, visto Koe no Katachi.
Mas o povo japonês, com todo seu respeito diante dos seus semelhantes ou até de estrangeiros, preza muito pelas palavras e pela consideração de sua cultura e tradição. A obra, de fato, nos demonstra o quão é importante as palavras para o desenvolvimento das relações humanas e sociais.
Espero que tenha gostado caro leitor, nos vemos numa próxima oportunidade! Jaa ne!
boa postagem
eu gosto so de animes shonen.
Okay…
Aqui não é muito diferente?!
Obrigado! Isso me ajudou muito!
Sabe, gosto muito de animes slice of life, escolar e de romance, e é bem difícil eu não gostar de um anime desse gênero. Acho que é por que me apego mais aos personagens (suas relações, personalidades e etc) que à história, e isso me fez gostar muito do Japão e sua cultura. Penso em morar lá por um tempo para estudar, mas há seus lados negativos também. Tenho família aqui, o Japão é 12 horas adiantado, e eles valorizam muito o trabalho e há as horas extras, etc… isso irá me ajudar nas minhas pesquisas e avaliações sobre estudar lá por uns anos.
Obrigado!