Análise de Warau Arsnotoria Kawaii de mais, enrolado de mais!

As análises tem por objetivo expor os detalhes da obra, sejam bons detalhes, sejam maus, e me deu um aperto na consciência ao decidir analisar um anime que de cara eu até gostei, mas que não atingiu minhas expectativas da forma que eu esperava, pois, a obra em si tem muitas coisas que de cara são um chamariz pra todo fã convencional de animes, e o título do post não é um click bait, senta que lá vem história!

Te prende pela beleza

Em minhas Primeiras Impressões de Warau Arsnotoria eu falo de muitas coisas que me surpreenderam positivamente sobre a obra, a começar pelo visual dela em si, fico mesmo surpreso que nos dias de hoje cada vez mais animes estão ganhando animações de grande qualidade, você olha para o design dos personagens, dos cenários de cada episódio e vê que agrada ao olhar de tão bem feitos que são, o que se era de esperar visto que o responsável pelo grafismo da série é o mesmo de Re:Zero, não é coincidência que o tema medieval/renascentista se repete em Arsnotoria, e até mesmo o design de alguns personagens se parecem, e não por coincidência. Outra coisa que complementa o belo visual é a trilha sonora, leve e sútil, que casa muito bem com o espírito da obra, criando uma ambientação muito boa e agradável de se acompanhar. Realmente é um dos animes mais belos que você verá de uma temporada regular, se você tirar as produções dos Estúdios Ghibli da equação, você adentra uns oito episódios e se pergunta como chegou lá, um bom motivo é essa ambientação entorno da obra que é bem-vinda, mas, que acaba cobrindo coisas que também deveriam ser de cara um chamariz.

Te confunde pelo enredo

Aqui que a coisa começa a ficar diferente, não entendam como ruim, mas entendam como uma mistura de sensações que o enredo traz. Basicamente, a estória gira entorno de um grupo de garotas mágicas de Ashlam, uma espécie de Hogwarts da série, também localizado na Grã-Bretanha, e se você conhece o gênero de Mahou Shoujo nos animes já fique sabendo que não há muitas novidades aqui, são adolescentes que aprendem a serem grandes magas sem perder o requinte de verdadeiras damas, e ficam nisso, há episódios em que elas aprendem etiquetas, aulas de magia, dinâmicas de escolas, e por aí vai, só que com um pequeno diferencial, a escola de Ashlam é localizada num paralelo ao mundo real, e basicamente não há um inimigo direto como antagonista-foco da coisa, ou seja, são doze episódios onde a ação é basicamente INESISTENTE.

Meu problema com o enredo aqui é que a adaptação vem de um jogo com o mesmo nome, o jogo é basicamente um RPG típico do Japão, mas nele você combate os cavaleiros que são inimigos de Ashlam, e que no anime aparecem em relances seguidos de avisos de ‘cuidado’, você percebe que eles têm conexão com a obra mas agem como se estivessem em outro anime. A coisa enrola dum tanto, que ao nono episódio eu já estava torcendo para que invadissem o reino mágico e que começasse uma treta magnânima pra ver se há um movimento de fato, pois nesta adaptação de jogo pra anime, que não é uma coisa tão fácil, deveria se ter algo que fosse o foco, e se no jogo há combate, aqui deveria ter também, o mais básico a se fazer é transferir certas ações dele para que o espectador sinta a obra, como evoluir os personagens, aprender novas técnicas, e etc. Ou seja, fica nessa coisa que apesar de ter uma aparência fenomenal, uma ambientação que todo anime deveria ter, ele apresenta detalhes espaçados e sem conclusão, é como se fosse uma linda garota que até te dá bola, mas quando você enxerga mais de perto não vê nexo e futuro, não aprofunda a coisa.

Te decepciona no final

Nas minhas expectativas eu falo “não senti de fato a necessidade de ter acesso ao conteúdo original, apesar de que ajudaria numa análise, mas creio que alcance o objetivo de atrair mais pessoas para descobrirem a obra’’, só que teve um outro probleminha aqui, primeiro que o jogo até o momento em que faço este texto, no primeiro dia de fevereiro, NÃO ESTÁ DISPONÍVEL NO BRASIL, se você adapta um jogo para animação, o mínimo que se tem de ser feito é deixá-lo disponível no local em que você o transmita, a Crunchyroll tem vários jogos aqui, como Re:Dive, Konosuba, mas não trouxe este pra cá ou sequer estimulou que ele estivesse aqui e em outros mercados fora do Japão, está disponível completamente em japonês, não conseguir ver nenhuma gameplay com textos em inglês, ou seja, ficou difícil de fato de analisar a obra sem uma base de dados mais profunda, o enredo é esse, Mahou Shoujo na veia e nada mais, além das adolescentes tem um gato mágico e duas waifus que cuidam da escola de Ashlam (imagem abaixo),

além das figuras “antagônicas” que aparecem de relances ao longo dos doze episódios, o que é mais um problema do enredo na adaptação, pois pouco se explora disso a não ser em pequenos relances que de fato parecem até outro anime dentro de Warau Arsnotoria, para além disto, não sabemos os alvos e objetivos, não sabemos muito dos personagens para além do que vemos nos episódios, e fica nessa coisa estagnada que poderia ser incrível como sendo um anime de fantasia, realmente imitou Boruto em enrolar a vários episódios pra tentar chegar no âmago da obra, e nisso eu fiquei com esse mix de sensações, pois consegui assistir a todos os episódios e gostei dos personagens e de vários momentos bem legais, mas sempre no aguardo de algo que não veio, mas que deu pra passar o tempo por conta da sensação aparente da obra, fora isso? A obra em si ficou num limbo, não sabendo se expandia o mundo do jogo para algo animado, ou se servia como chamariz para o jogo, acabou sendo mais uma gota num oceano.

Notas

Animação: Primazia da obra, movimentos bem animados dão caráter à obra e cada cena é bem feita, cada personagem é um personagem diferente, muito bem feito para um anime que não é um AAA, não é cheio de ação para explorar a imaginação, mas está longe de ser algo bagunçado. 8.0/10

Arte Gráfica: É incrível de tão bem feita, cenários bem feitos e detalhados que esbanjam beleza, assim como os personagens, cada um é diferente, que representa o seu eu na obra, o uso de boas cores que casam com o tema proposto, e foram trazidos diretamente do jogo praticamente inalterados, o que é bem difícil de acontecer, e quando acontece, tem de ser destacado. 9.0/10

Personagens e Enredo: Um mix tremendo aqui, cada personagem tem sua personalidade própria e tem seu espaço na obra, mas o enredo em que são inseridos é limitado, infelizmente ficam estagnados do começo ao fim, não evoluem e não passam por transformações ou impactos, tinha tudo pra ser incrível, saiu fraco. 3.0/10

Trilha Sonora: Que trilha sonora bela, como músico, sou suspeito pra falar da área, mas tenho que admitir que me fez prestar atenção somente nessa área, casa com o tema proposto e tem um timing no capricho, não é incrível, mas não precisa para ser destacado. 7.0/10

Geral: Se só fosse levado a questão do enredo, não seria algo palatável, seria como um alimento sem tempero, que tentou ser algo, mas não conseguiu, porém vendo a obra você percebe que ela tem potencial pra ser algo melhor, a arte gráfica agrada, a música agrada, mas num geral acaba ficando na meiuca. 6.7

Veredito

É um anime que dá pra acompanhar? Sim, mas é algo que acaba sendo bem esquecível, é uma pena ver algo com tanto potencial não se aproveitar do que tem, uma bela animação, uma arte que é bem feita, mas que é incompleta demais para ficar na sua memória, se você curte Mahou Shoujos, até que dá pra ver, mas não espere nada, pois nada acontece no final, se você gosta de coisas leves também é um anime que não fará sua cabeça pifar, mas não fará seu coração bater mais rápido.