Mais uma vez trazemos um OVA para discussão aqui, mas este é um pouco singular: Dai Mahou Touge é um anime produzido em 2006 pelo estúdio Diomedéa e que se limita em apenas quatro episódios, todos divididos em duas histórias cada, porém existe algo neste anime que pode chocar e nos fazer rir ao mesmo tempo.
Sinopse:
Punie é a próxima na linha sucessória para se tornar a rainha da Terra Mágica. No entanto, ela deve passar um ano na Terra antes que possa herdar o trono, então ela se transfere para uma escola no Japão. Ela geralmente é uma menina doce e gentil… isso é, a menos que alguém faça algo para desagradá-la. Ela não hesitará em sacudir sua vara mágica e alegremente derramar uma destruição sangrenta para o insolente insensato, ou simplesmente usar movimentos brutais de luta para puni-lo. Acompanhada por sua mascote Paya-tan, que faz atentados regulares contra ela (ainda rancoroso em ser derrotado e então recrutado a força da Vila de Mascotes Waku Waku), e obrigada a afastar ataques aleatórios de várias pessoas de seu Reino, que possuem diferentes Razões para querer a sua morte, ela deve completar este ano de treinamento na Terra sem falhas.
Quando paramos para assistir Dai Mahou Touge logo pensamos que será apenas mais um anime sobre uma princesa fofa com poderes mágicos vivendo no mundo humano, mas rapidamente nosso julgamento cai por terra ao mostrar que essa princesa não é nada delicada e, muito menos, fofa.
Para não dar muitos spoilers, vou tentar resumir o máximo possível: Punie é uma princesa que precisa aprender mais sobre a vida antes de se tornar rainha no seu mundo, por isso ela é enviada para o mundo dos humanos em que precisará sobreviver. No entanto, mesmo parecendo uma garota muito fofa e gentil, o que presenciamos na história inteira claramente mostra que ela nunca correu nenhum perigo, mas sim aqueles que tentaram enfrentá-la que passaram por situações horríveis.
Apesar de tudo se desenvolver de uma maneira bem rápida, afinal são quatro episódios, ainda conseguimos nos envolver com a história e ter diversas reações em cada momento, inclusive se divertir, ficar com pena e chocado, tudo ao mesmo tempo. Punie é uma garota que vai do 8 ao 80 extremamente rápido, bem como os personagens secundários de seu mundo que surgem do mais completo nada, o que nos leva a entender que nenhum deles é insanamente normal de nenhuma forma.
A montanha russa de acontecimentos é tão maluca que mal conseguimos ingerir uma ação dos personagens e já somos bombardeados com uma sucessão de absurdos inacreditáveis que fogem totalmente da primeira impressão que temos dos personagens. E por falar em personagens, todos os que nos são apresentados em cada episódio são extremamente inusitados e a “mais normal” é a amiga da Punie que acaba sempre sofrendo os efeitos colaterais de toda a confusão que a cerca.
Sobre a Punie, o que posso falar é que ela consegue enganar muita gente com seu falso jeito doce, mas quando seu lado violento surge ninguém quer ficar por perto para sofrer as consequências. Todos são, literalmente, arrastados para os intensos eventos dela lutando contra outros seres que só querem matá-la, ou mesmo porque ela só quer COLAR NA PROVA para ninguém saber que ela é burra.
Sendo assim, por incrível que pareça, apenas para reafirmar o tamanho das habilidades e da maldade de Punie, todos os personagens que surgem querem matá-la de alguma forma e, assim, temos que presenciar uma verdadeira carnificina e uma enxurrada de violência gratuita e exagerada. Sabendo que os poderes de Punie não seriam suficientes para dar conta do enredo, os criadores ainda fizeram ela extremamente forte em uma habilidade chamada “submission” que consiste em quebrar todas as partes do corpo de seu oponente (totalmente fofo).
E, mesmo que esperemos algo bonito e profundo vindo do enredo, rapidamente somos frustrados e ocorre uma grande e absurda reviravolta que faz cair por terra qualquer chance do anime voltar para um caminho fofo e calmo que esperávamos nos primeiros minutos do primeiro episódio. Eles conseguem deixar agressivos até mesmo simples vegetais que ganharam vida para ajudar sua mestra, levando-os a situações tão drásticas a ponto de aceitarem tirar a própria vida por ela.
Enfim, isso é apenas a ponta do iceberg de absurdos e acontecimentos totalmente irreais de Dai Mahou Touge. Mas além de tudo isso existe seu design de animação, em que o tom colorido e delicado oferecido em grande parte do anime se contrasta fortemente aos gráficos bagunçados e pesados dos momentos violentos, sem contar as fofuras que Punie emana e que também batem de frente com sua maneira nada gentil de resolver as coisas.
Portanto, não se enganem com o que os primeiros minutos desse OVA te propõe, nem com a sua opening muito divertida e encantadora, tudo só faz parte de um grande contraste com o real conteúdo e acontecimentos de Dai Mahou Touge. E apesar de estar aqui mostrando vários alertas do absurdo que esse anime é (mesmo que não seja nada comparado a Dokuro-chan), nada faz juz ao que é presenciar por si mesmo o que acontece ali, mas conseguimos também nos divertir e aproveitar o que acontece.
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