A Guerra Cultural aos Animes e Mangás – Parte 5 – O Fim do DEI As obras asiáticas mostram por que ganharam a atenção dos fãs

Josué Fraga Costa
(Redator)
Guerra Cultural
©Guerra Cultural

Quem diria que o começo de 2025 seria tão revelador, e traria certos ventos de mudança cultural, e principalmente, jogando uma luz num tema ofuscado por trevas espeças, o suficiente para tocá-las. O fim do DEI está chegando para todos, e em específico no ramo da sétima arte, se aproxima cada vez mais rápido, e certas questões estão aparecendo à tona cada vez mais.

Não lancei à toa aqui no site de maneira inédita na Anime United, aliás, no jornalismo de entretenimento como um todo, matérias sobre a guerra cultural, principalmente em relação aos animes e mangás. A guerra cultural, vale sempre lembrar, está presente desde sempre na humanidade, quando que em cada zona da sociedade de cada país do mundo se criou uma miríade de valores, que vez ou outra geravam guerras, divisões, e por aí vai.

Só que ela está cada vez mais visível a olho nu para o afegão médio no ramo do entretenimento, mais do que deveria, na realidade. E aqui, não precisarei andar sobre ovos, pois muita coisa aconteceu recentemente, o suficiente para jogar uma luz na escuridão que se tornou o entretenimento ocidental, e que estava resvalando nos japoneses.

Dandadan
©Dandadan

Antes de entrarmos no tópico, é importante denotar o que o DEI é, e não se atrevam a baixar o nível para a 5ª série no nome desse troço, se controlem, e siga-me. DEI é um acrônimo para, Diversidade, Equidade (ou igualdade) e Inclusão, sendo uma política de diretrizes adotadas por empresas e governos públicos, buscando uma forma de “melhorar” a sociedade, o que acabou por trazer o extremo oposto, causando mais separações e brigas.

E quando você faz uma pequena pesquisa sobre os responsáveis por trazer tais diretrizes, não me surpreende ver grupos sociais como o Black Lives Matter e Me Too, grupos estes que são conhecidos por serem financiados e até lastreados em partidos políticos, o que mostra uma poluição clara do que são e do motivo de existirem.

E empresas como a Disney, Warner Bros, EA, Netflix, Take Two (dona da Rockstar), que estão atuando diretamente no ramo de entretenimento, caíram de cara no DEI. Durante a pandemia de 2020, com toda a sociedade parada, a NBA conseguiu continuar a temporada em quadras dos resorts da Disney, e na quadra, inscrições totalmente fora de lugar do BLM, estavam colocadas para todos verem durante os jogos, e não de forma coincidente, a audiência despencou.

Uzaki-chan wa asobitai!
©Uzaki-chan wa asobitai!

Outro exemplo da própria Disney, veio em 2024, quando no Fórum Econômico Mundial, sim, um fórum para a discussão sobre economia, a empresa anunciou que 50% de suas obras teriam alguma “diversidade” em seu catálogo. Por quê? Simples, dinheiro! Ao invés de vermos uma política que realmente valorizasse todo e qualquer aspecto social, vimos na realidade uma verdadeira ditadura nos discursos adotados em filmes, animações e séries.

Ditadura, pois vimos uma coisa só se repetindo a torto e direito em praticamente tudo o que o entretenimento abrange, dos jogos as animações, dos filmes aos esportes, e tudo entre eles. Personagens brancos sendo substituídos por pretos, protagonistas masculinos sendo substituindo por femininos, héteros por homossexuais, isso em obras já consagradas e que sofreram mudanças para o “público mais moderno”.

Já que esta turma não tem muita criatividade e respeito pelo que já foi estabelecido, quando criam algo do zero, em 99.99% das vezes dão errado. Veja o fracasso de High Guardian Spice, que trouxe análise disto aqui no site, quando a única coisa que exaltava era que o quadro de redatores era formado integralmente por mulheres, e tinha uma personagem auto inserida no meio da obra.

High Guardian Spice
©High Guardian Spice

Dragon Age: The Veilguard literalmente faliu a Bioware, que em carta vazada na Internet, dá a entender que o estúdio de propriedade da EA fechará as portas, e a diretora que era exaltada meramente por ser transexual, “puxou” o carro, se é que vocês me entendem. O jogo lançado em 2024 vem tendo vendas ridículas, e não é de se estranhar, já que uma das funcionalidades do jogo é, fazer o jogador pagar flexões dentro do modo história, em cada vez que se errasse os pronomes de NPC’s.

E isto simplesmente está falindo a quem esteja promovendo estas políticas para dentro do entretenimento, contra uma maioria que simplesmente rejeita tudo que elas geram. O entretenimento virou um meio de militância pura, e já não engana mais ninguém com discursos furados, enredos ridículos, personagens que são tudo, menos relacionáveis. No geral, obras que não condizem com sua base de fãs.

Eu poderia passar semanas citando os vários exemplos do DEI em animações, séries, filmes e jogos, e ainda riscaria uma tenra parte do assunto. Há anos, o termo woke/lacração já existe, e por alguma coisa, pessoas vem negando veementemente que seja algo, taxando de teoria da conspiração a quem o trouxesse para a discussão.

Dragon Age: The Veilguard
©Dragon Age: The Veilguard

E negar sua existência é uma aberração que não há mais chão que os parem em pé, pois, negar fatos é coisa de maluco que deveria estar internado há tempos. Não há disfarce ou desculpa esfarrapada que os ajudem, pois, o mais normal dos espectadores, já percebeu que há uma militância política muito enraizada nas obras que vem sendo lançadas de uns 15 anos para cá.

E o mais recente acontecimento mundial simplesmente dedurou com todos os dedos a poluição política no meio do entretenimento. Os EUA viram a volta de Donald Trump a presidência, e “magicamente”, uma série de empresas começaram a anunciar apoio ao político republicano, e a largarem de mão as políticas DEI em definitivo, ou em alguns casos, já haviam feito o movimento contra estas diretrizes.

Mark Zuckerberg pessoalmente apareceu anunciando o fim dos moderadores e os ditos cujos “checadores de fatos”, alegando um forte viés nas “moderações” de Facebook, Instagram e WhatsApp. Digo magicamente, pois a mesma empresa censurou Trump em seu primeiro mandato, que durou de 2017 a janeiro de 2021, aparecendo agora como o arauto da liberdade de expressão, que há pouco tempo, não parecia ser.

Bocchi the Rock!
©Bocchi the Rock!

Outras tantas empresas por aí também anunciaram o fim das repartições internas do DEI, de gigantes como a Boeing, a pequenos startups. O olho do furacão aqui foi o discurso mais recente do fundador da Meta, mostrando que havia uma tendência orientada politicamente, quando alegou que membros do partido democrata, do agora ex-presidente Joe Biden, ameaçavam a empresa de rede para derrubarem postagens envolvendo memes contra o partido americano.

E quando a Disney vai ao fórum econômico mundial para anunciar políticas DEI, algo me diz que não é se importando com pessoas, e sim dinheiro e poder. Se você me perguntar, se Mark decidiu fazer este movimento inusitado por pura boa vontade, eu digo que “a água bateu lá embaixo”. A real do DEI é que ele trouxe discriminação e corrupção cultural do mais baixo nível, quando usou das obras para militarem explicitamente a todos de sua visão de mundo.

E seu fim na cultura se aproxima das produtoras ocidentais, por bem, ou por mau. Pois os asiáticos têm invadido as telas por aqui, veja o que está no top 10 da Netflix, por exemplo, animes japoneses e doramas sul coreanos. O Ocidente simplesmente saturou de diretrizes travestidas de algo bom, que na verdade, nunca sustentaram a banca de fato.

Sakamoto Days
©Sakamoto Days

Venho dizendo desde 2023 aqui, essa gente do DEI NÃO SE IMPORTA COM VOCÊ, seja homossexual, seja preto, seja mulher, seja o porco voando. Nunca fizeram mudanças no design e persona dos personagens com algo bom em mente, e sim, usando vocês como boi de piranha, como dizemos aqui em Goiás!

Por outro lado, veja a naturalidade com que os japoneses nos apresentam personagens e enredos, até máquina de vendas ganha vida, e os sul-coreanos tem conquistado espaço com tramas que realmente te prendem. E cito aqui os asiáticos, pois eles estão cada vez mais atentos em nosso mercado, além de mais alertas do que está nas entrelinhas em discussões por aí. E vamos entrando ainda mais profundamente no olho do furacão aqui, já que a coisa está ficando escancarada para todos.

Nos EUA, o dublador de Okarun (DanDaDan), começou a postar imagens do personagem com a cor de sua pele alterada, e começou a chamar qualquer um que não goste da mudança de racista. O que ele esqueceu foi que o mundo está conectado a todos, e os japoneses viram isso e compreenderam o anacronismo do cidadão. Advinha o que aconteceu? Ele sentiu a água bater lá embaixo, e apagou as postagens no Twitter, após repreendas dos nipônicos.

Dandadan
©Dandadan

Há outros tantos casos semelhantes, e os japoneses, tal qual a nós, já deram um basta a tudo isso. Estamos vendo que estas políticas que dizem promover pessoas de determinados grupos da sociedade não têm mais espaço na discussão e no entretenimento. A NBA tem perdido audiência, e todos já sabem que a militância racial afastou boa parte da audiência, mesmo que não admitam.

A Disney vem sido denegrida com fracassos após fracassos por conta de obras militantes, Netflix e seu revisionismo em Cowboy Bebop deram um tiro no próprio pé, além de fracassos acumulados no cinema e televisão, inclusive aqui no Brasil, só demonstram o fracasso na aplicação dessas políticas desastrosas, que só levaram embora a credibilidade da audiência.

Deram muitos tiros no pé, e agora, a moderação tem sido o tom proposto por estas empresas daqui para frente. A questão é, não seria tarde demais? Veja que a Netflix está se sustentando com obras japonesas e sul-coreanas, e a melhor produção recente da Disney foi o quê? Shōgun, feita por mãos japonesas. O Ocidente se sustentou demais nos asiáticos, e duvido que os principais meios de mídia saiam disso, por que o que tinha de bom, se livraram ao longo dos últimos 15 anos.

Shogun
©Shogun

O que resta de cultura ocidental decente, tem sido feita de maneira independente por entidades como a Glitch, produtora de O Incrível Circo Digital, Shonen West aqui no Brasil com mangás brasileiros, e outros grupos ainda pequenos que demonstram grande potencial midiático. Vejam que o mais recente sucesso nos jogos foi MiSide, um jogo independente feito por dois russos, e que conquistou uma legião de fãs.

O resto, tem sido fontes que jorram da Ásia, e isso pode ser um golpe fatal nas grandes empresas de entretenimento ocidental. Entenderam agora que o fã médio não quer panfletarismo barato, e sim se entreter, para se inspirarem e terem bons momentos para encarar a vida, só que tarde demais. O DEI aumentou significativamente o pessoal nessas empresas, o que está mostrando ser muito caro de manter, e pouco eficiente em termos de serviço, por uma narrativa que claramente se desconectou da realidade, e principalmente, se mostra antinatural, ao se envolver com grupos políticos.

Vejam que a Ubisoft se meteu numa enrascada, ao deturpar a estória de Yasuke no jogo Assassin’s Creed: Shadows que ainda não lançou, onde o africano com registros no Japão, mas sem confirmação de que foi samurai, foi colocado como sendo um samurai, o que enfureceu os japoneses. Além de um jogo repleto de problemas escancarados em seus gráficos e jogabilidade, e se não tiver um bom desempenho, pode representar o fim da linha para a empresa francesa. Só bastava assistir a Afro Samurai, lançado em 2007 e feito pelos japoneses, que não fariam besteira.

MiSide
©MiSide

Narrativas e mais narrativas caluniosas que vem destruindo franquias inteiras, por conta de meia dúzia de gatos pingados do Twitter, que se mostram cada vez mais intolerantes com o contraditório. Franquias de jogos tem destruído de maneira literal a estúdios inteiros, bons nomes da redação, roteirização, design de personagens e trilha sonora, tem perdido seus espaços de direito e merecimento pleno, e de resultado, estamos vendo verdadeiros lixos políticos sendo lançados por um bando de alucinados e paranoicos.

Para muitos, o fim da linha já chegou, e para outros, também chegará. Aprendam com os asiáticos e entendam, SEJAM NATURAIS. Façam o que os fãs realmente pedem, criando personagens realmente interessantes em design e persona.

Saiam da caixinha militante, e entrem de cabeça no campo da criatividade plena, e vão compreender a situação, ao menos voltar ao que era lá para 2010, quando os games não eram quebrados, havia uma variedade nos diversos gêneros, e a prosperidade reinava. A moderação deve reinar, e a liberdade criativa deve voltar à pauta nas produções, dando chance ao mérito de quem realmente deve estar à frente da criação.

Sono Bisque Doll wa Koi o Suru
©Sono Bisque Doll wa Koi o Suru

Precisamos voltar ao estado moderado, desengajar de grupos políticos que querem corromper por ganância a cultura estabelecida. Não é abrir mão de suas ideologias, sejam elas quais forem, mas entender que é preciso separar as bolas, e verdadeiramente compreender seus fãs, que são seus principais investidores.

Também é necessário parar de negar que houve uma poluição político-partidária nas produtoras, pois como eu disse, negar a realidade é coisa de maluco. As grandes corporações não se importam com você e sua pauta social, só querem saber da bufunfa entrando nos caixas, e vindo de você, seu bucha.

Os asiáticos têm e em abundância exemplos de como prosseguir culturalmente, e principalmente na área do entretenimento. Iremos aprender com eles, ou continuaremos a seguir neste caminho a ruína? Há salvação para nossa cultura, mas ela está longe de grupos políticos e sociais, que precisa valorizar o mérito, a criatividade, a liberdade de expressão, e o principal, dar voz aos fãs.

Kobayashi-san Chi no Maid Dragon
©Kobayashi-san Chi no Maid Dragon

Entenda, falar do corpo de uma personagem fictícia, como a Lucoa de Maid Dragon, Uzaki de Uzaki-chan, do ecchi como um todo, não fará seu ponto ser válido, aliás, irão ver-te como alguém que precisa de tratamento. Aceitar autocríticas, compreender o que o mercado quer, e fazer destacar os bons valores no meio do entretenimento, como a meritocracia, formação de boa qualidade e a liberdade criativa, é o que nos tirará desta péssima situação que o Ocidente vive com sua cultura, que resumidamente, é uma crise de identidade.


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