Ao falarmos de animações, mangás/gibis, novels, filmes, séries e por aí vai, uma coisa que sempre acaba ficando fora de análises sobre eles é o background cultural destas várias ramificações de obras audiovisuais, que é a CULTURA.
Cultura vem do latim de ‘cultivar’, um grupo de conhecimentos e crenças que um povo reuniu ao longo de anos e que acaba por definir a imagem e valores deste povo para os outros, ou seja, todos estes valores definem o que um povo faz, como faz, e para quem faz em determinada atividade, e a cultura dos animes em que nós nos apoiamos para manter este site de pé, está cada vez sendo mais conhecida e consumida mundo afora e de uma forma que eu não esperava que fosse acontecer.
Se você tem por volta dos 25 anos assim como eu, se lembrará que os animes japoneses eram uma “sobra” na programação da TV Aberta, você assistia a Naruto no Bom Dia e Cia do SBT, Digimon na TV Globinho, Super 11 no TV Kids da Rede TV, dentre outros animes que eram minoria na programação se comparar com as animações dos EUA, sejam as repetições das antigas e maravilhosas animações da Warner Bros, sejam as baitas animações dos anos 2000 da Cartoon Network, Nickelodeon, fora que quem tinha um pouco mais de condição nesta época, podia assistir os canais fechados que nos davam obras como Full Metal Alchemist e Bleach.
Tudo isso é muito lindo e muito bom, mas ano após ano cada vez mais animes e de gêneros ainda mais variados foram sendo apresentados ao público enquanto as animações dos EUA seguiram no caminho oposto, e isso era impensável no começo dos anos 2000, pois se você for dar uma olhada no passado, a própria Cartoon Network tinha uma faixa chamada de Toonami onde no meio de sua programação de animações próprias do grupo Warner, passavam alguns poucos animes japoneses, por um lado nos apresentava este gênero, por outro limitava o seu espaço.
O problema é que mesmo assim os animes foram ganhando mais espaço no imaginário dos espectadores, e foi um fenômeno que ocorreu em todo o mundo ocidental, aos tantos, mais animes nos eram disponibilizados em grandes volumes e mais acessíveis ainda, a pergunta é, como que os animes saíram de um espaço pequeno na programação para serem as principais animações do mercado?
Em um dos meus primeiros textos aqui na Anime United, eu continuei o texto de minha amiga Bolinho de Arroz, que fez um baita artigo e respondi ao cerne da questão deste texto, “será que existe um limite para essa grande diversidade de temas nos animes”?
Respondi que não, pois em meu texto eu falo que as animações japonesas são baseadas em sua maioria absoluta em adaptações, sejam de jogos, mangás ou light novels, e foram gênios nisto, pois não se limitaram à criatividade de uma geração de autores para fazerem animações originais, que não adaptam nada e tudo é feito do 0, e de quebra, ainda divulgam a obra pelo meio mais comum de acesso à cultura, o audiovisual.
Virtualmente, os animes japoneses são infinitos se seguirem esta forma de adaptarem conteúdos em animações, basta animar conteúdos estáticos e voilá, aqui no Brasil já nos anos 90 tivemos a Turma da Mônica adaptada em animação, enquanto as animações americanas seguiram uma linha de raciocínio diferente, apesar que eles tinham animações vindas dos quadrinhos, principalmente os da Marvel e da DC, o problema disso é que são somente do gênero de super-heróis, enquanto na contraparte japonesa, tem estórias das mais variadas, com a de uma baixinha tentando ser vista como mulher por seu veterano (My Senpai Is Annoying), uma escola movida por apostas onde a personagem principal é uma louca por apostas (Kakegurui), uma raposa que no trabalho é uma dama, mas que desconta a raiva do trabalho cantando heavy metal num karaokê (Aggretsuko), um maluco que morre da maneira mais ridícula possível e vai parar num mundo totalmente disfuncional com três parceiras inúteis (Konosuba), dentre outros tantos que já vi dos mais variados temas, gêneros, tamanhos e gostos.
Sou fã de ambas as grandes escolas de animação, tanto a dos EUA quanto a do Japão, são culturas diferentes com produtos diferentes, não necessariamente suas obras são boas ou ruins por serem de cada cultura, mas é evidente que a cultura japonesa está em alta e praticamente jogando a americana para canto, tanto que, quais foram as últimas animações americanas realmente incríveis e que caíram no gosto do público?
Ou melhor, qual foi a última animação recente vinda da América que você decidiu assistir? Tenho quase certeza que a quantidade de animações americanas que você viu, é bastante inferior à de seus semelhantes japoneses, estou certo?
A origem das mazelas
E não tem jeito, fama e sucesso vem acompanhadas quase que sempre de grande inveja, ataques de reputação e hater por parte da concorrência. Não é diferente com os animes, já são vários os artigos, vídeos no YT, tuites, que de alguma forma tendem a colocar os animes japoneses como sendo coisas ardilosas e repugnantes, sempre tentando denegrir de alguma forma a obra, o autor, a base de fãs e até o país e sua cultura de onde vieram.
Primeiro tentam taxar de alguma coisa que julgam como sendo algo “problemático”, como o Facebook no ano passado colocando em suas pesquisas que se você pesquisar algo com a palavra ‘loli’, ‘o termo que você pesquisou às vezes está associado ao abuso sexual infantil’ com aquela desinformação básica de sempre, achando que lolis são crianças, quando que na verdade são versões caricatas da mulher japonesa, que é baixinha, com uma aparência mais jovial, e o fazem isso com um objetivo em mente, denegrir de alguma forma os animes japoneses, taxando-os de algo realmente problemático em nosso mundo, quando que na verdade não são. Outro exemplo disso são os meios de imprensa sempre que analisam animes de uma maneira no mínimo imbecil, pra não falar de maneira canalha sobre as obras para que se encaixem em suas narrativas político-sociais, como um artigo ridículo da Omelete (imagem abaixo), que já foi boa, mas hoje ao invés de fazerem o bom jornalismo, estão parecendo mais um site de militância do que propriamente algo jornalístico.
Só que isso não resolveu para eles, pois, aos tantos fomos ignorando meios de notícias que foram se afastando aos tantos das obras para criarem narrativas furadas que mais pareciam fanfic de pessoas que ou não assistiam as obras, ou de pessoas que assistiam apenas pra encontrar caroço em angu, em termos gerais, para quererem gerar conversas inúteis, atrair olhares para estas matérias click bait, e disseminar intriga entre os fãs e nada mais, mostrando que a falta de compromisso do jornalismo de entretenimento nos últimos tempos está na realidade corrompendo aos tantos e destoando de seu propósito original este meio tão importante na mídia.
Como outro dia eu mostrei essa matéria para meus amigos do staff da Anime United, e todos foram num mesmo juízo, que matérias assim não só não passariam para vocês leitores, mas que uma pessoa dessas sequer seria aprovada como redatora em nosso site, pois tá na cara que matérias assim estão com segundas intenções contigo que as lê, e que estão bem longe de respeitar a obra de alguém, você pode gostar ou não de uma obra, mas quando opina longe das bases do assunto para querer falar que determinado conteúdo é sexista, machista, e tudo que é sufixo ‘ista’ que possa existir no português, além de outras besteiras, isso não se chama mais opinião, e sim uma outra coisa que pelo menos aqui em Goiás chamamos simplesmente de P-I-C-A-R-E-T-A-G-E-M.
Mas a falta de honestidade da imprensa carcomida e que vai aos tantos perdendo leitores nas plataformas digitais, acessos no YT e relevância no geral, não nos atrapalharam de termos acesso às obras nipônicas, pois verdadeiros fãs que dedicam parte de seu dia para ver a vários episódios de uma só vez de vários animes começaram a não dar a mínima para eles e sim para meios de imprensa como o nosso, feito por verdadeiros fãs do segmento, e não por corporações querendo pagar de profissionais e denegrindo nossa função.
O verdadeiro objetivo
Porém a coisa é como um vírus, se não aplicado o medicamento correto, evolui e se adapta à situação, e foi o que ocorreu, por mais que surgissem polêmicas vazias aqui e ali com discussões verdadeiramente inúteis e que não levam ninguém a lugar nenhum, o sujeito principal das polêmicas que eram os animes e mangás do Japão, aos tantos passou a ser o país em si e sua cultura, ou seja, o povo e suas tradições, é aqui que chegamos ao olho do furacão e tema desta matéria.
Se atacar as obras com falácias já não estava resolvendo problema algum para essa turminha, a “solução” agora começou a atacar deliberadamente o país de onde este tipo de conteúdo surge para que se atacasse diretamente o moral deles e que se transformasse a ideia dos espectadores e leitores do segmento.
Um jornalista inglês chamado Rupert Wingfield-Hayes da BBC escreveu um artigo no mínimo estranho que tem como título Como Japão mudou de ‘terra do futuro’ para ‘preso ao passado’ em que ele sendo correspondente no Japão por uma década escreveu um texto falando de suas impressões do país, e digo que o artigo foi estranho pois ele cita várias experiências dele e tenta justifica-las de acordo com sua visão de mundo, fora que ele cita problemas do Japão sem algum objetivo aparente, não vai achando que existe essa de país perfeito pois NÃO HÁ, podem existir vários países bem desenvolvidos e sem os perrengues que nós aqui passamos diariamente, mas todos tem algum problema localizado próprio, porém se você aponta problemas em um determinado local, você tem que apresentar também soluções que estejam de acordo com o local em si e seus moradores para que tudo seja resolvido, né?
Mas não é o caso desse jornalista, pois parece-me que ele queria mudanças que os japoneses não acham convenientes para si ou apontava algum problema que só existia para ele, e não para os autóctones japoneses.
Como sempre nestes casos, sempre deixamos disponível para vocês leitores terem acesso livre à fonte original, mas os trechos que mostrarei aqui talvez façam com que vocês nem queiram ir ver a fonte de tão estranhos e deslocados que são, e que fique bem claro que não é uma defesa à cultura nipônica de forma cega como certos ‘otakus’ fazem achando que lá é o ‘Céu na Terra’, pois não é, porém, certas coisas precisam de um esclarecimento e contrapontos.
A começar pelo título, ‘como Japão mudou de terra do futuro para preso ao passado’, pretensioso no mínimo pois, como que um país “preso ao passado” consegue inovar ano após ano na tecnologia dos transportes, telecomunicações, eletrônica, engenharias em geral, automotiva, mídia, entretenimento, como os japoneses? Ou ele estaria se referindo à mentalidade, costumes e padrões milenares japoneses? Ó dúvida cruel!
A matéria dele começa ‘estranha’ no momento em que ele fala do preço das casas de lá, ele diz: “assim que você se muda, a sua nova casa começa a valer menos do que você pagou. E, quando você termina de pagar seu financiamento, depois de 40 anos, ela não vale quase nada. Fiquei perplexo ao saber disso, quando me mudei para cá como correspondente da BBC, 10 anos atrás. E, agora que me preparo para sair, a situação ainda é a mesma”.
Para alguém que viveu 10 anos inteiros no país, ele deveria saber que os constantes terremotos e tsunami que ocorrem constantemente por lá estabelecem novos padrões de segurança das construções de lá, logo, construções se desvalorizam num ritmo absurdo, e depois do estouro da bolha financeira e imobiliária nos anos 90, eles pararam de inflar preço das construções como malucos, o que impedem que elas se valorizem e comece outra bolha.
Ele continua: “quando pensamos nos elegantes trens-bala do Japão ou na maravilhosa fabricação em linha de montagem da Toyota, podemos facilmente pensar que o Japão é o modelo da eficiência. Mas não é”. sério? Por que então o projeto de trem de alta-velocidade do Texas escolheu logo os Shinkansen (新幹線) do Japão?
Americanos raramente escolhem coisas de fora e preferem que tudo venha deles mesmos, e estão importando algo de fora assim do nada?
Duvido muito, fora que o trem-bala japonês está nos projetos da Índia, bem como toda uma reforma ferroviária no país asiático feita pelos japoneses, não creio que os japas tenham sido escolhidos à aleatoriedade se não fossem as qualidades e eficácias de topo, e nem preciso falar da Toyota, se a fabricante de veículos japonesa fosse tão ineficaz como é sugerido pelo jornalista, ela seria a segunda no número de vendas nos EUA?. Desbancando os grupos Ford e Stellantis? Creio que não!
Mas é aqui que a porca torce o rabo, ele diz: “Tóquio abriga restaurantes excepcionais. O Studio Ghibli produz as animações mais encantadoras do mundo – sorry, Disney! E é claro que o J-Pop é intragável para muitos, mas o Japão, sem dúvida, é uma superpotência do soft power”. Os geeks e pessoas excêntricas adoram o país e sua maravilhosa esquisitice. Mas o Japão também tem seus admiradores na extrema-direita, por rejeitar a imigração e manter o patriarcado”.
Ele começa a falar do entretenimento e do nada ele mete um “extrema-direita” ao falar de admiradores do país do sol nascente, eu pergunto, só pessoas de direita tem bons olhos para o país asiático? Creio que não, mas essa coisa de meter política numa matéria para falar sobre as mazelas do Japão e suas peculiaridades deu um giro de 180º e rumou numa outra direção, a direção do ANACRONISMO que já abordei em um texto aqui no site.
Cada país tem seu regimento interno com suas peculiaridades e recursos, mas o camarada aí esqueceu disto e já foi falando groselhas, e nem preciso entrar no tema de política como ele, já que este site não é sobre isso e não irei me contradizer, basta lançar um simples argumento que vemos diariamente nos principais meios de mídia, que em ampla maioria se declaram abertamente de esquerda, o argumento que sempre se usa um lado para atacar o outro no que se tange a opiniões e posicionamento em qualquer coisa, não atoa, várias animações, filmes e séries americanas enchem tanto o saco ultimamente, enchem o saco por que viraram campanhas publicitárias de lado A ou B que ao invés de agregarem público, geram somente contendas e discussões inúteis nas fandoms mundo à fora.
E aqui começamos a ver um bom exemplo de onde essa matéria ruma.
Ele continua: “É um lugar tão bonito”, eu disse a eles. “Com certeza, muitas pessoas adorariam morar aqui. Como vocês se sentiriam se eu trouxesse minha família para morar aqui?” O ar no salão ficou pesado. Os homens se entreolharam, constrangidos e em silêncio. Até que um deles pigarreou e disse, com um olhar preocupado no rosto: “bem, vocês precisariam aprender nosso modo de vida. Não seria fácil. “O vilarejo estava a caminho da extinção, mas a ideia de que ele pudesse ser invadido por “gente de fora” parecia ainda pior’’.
Continua falando sobre os moradores locais da seguinte forma:
“O país vem registrando cada vez menos nascimentos e pode perder um quinto da sua população atual até 2050. Mesmo assim, a hostilidade à imigração não desapareceu. Apenas cerca de 3% dos moradores do Japão nasceram no exterior”. “Se você quiser saber o que acontece em um país que rejeita a imigração como solução para a queda da fertilidade, o Japão é um bom lugar para começar. Aqui, os salários reais não aumentam há 30 anos. A renda na Coreia do Sul e em Taiwan alcançou e até superou a do Japão. Mas as mudanças ainda parecem distantes – em parte, devido à rígida hierarquia que determina quem mantém as cadeias de poder”.
Sim, o Japão tem registrado quedas drásticas na natalidade, e tem ameaçado o funcionamento da sociedade japonesa, mas só está ocorrendo por lá? Até onde eu sei, o país do jornalista, Inglaterra, tem estado no mesmo barco, bem como a Europa como um todo e ainda fala “se você quiser saber o que acontece em um país que rejeita a imigração como solução para a queda da fertilidade, o Japão é um bom lugar para começar”, por que a migração desenfreada na Europa tá dando muito certo né?
Tem nascido de todos os povos por lá, menos europeus, essa de encarregar outros povos para aumentar sua natalidade não é uma boa, principalmente tendo em conta que no futuro o povo daquele local não estará mais ali, e não é só o Japão que está olhando ao mau exemplo europeu, outros países asiáticos também.
Me parece que ele não vai muito com a cara dos costumes japoneses, já que quando um dos velhinhos do vilarejo que ele cita disse que ele precisaria aprender o estilo de vida deles, ele fica meio consternado ao afirmar que “O vilarejo estava a caminho da extinção, mas a ideia de que ele pudesse ser invadido por “gente de fora” parecia ainda pior”.
Ele assumiu que os japas não estariam dispostos a recebê-lo, quando que na realidade, em QUALQUER PAÍS que você for, os autóctones (originários) querem que você se adeque aos costumes e tradições locais, ao idioma, à religião e crenças, ao estilo de vida como um todo DAQUELE LOCAL, isto é, em TODO O MUNDO, mas faz parecer que só os japas têm disso, quando que na realidade, não é, e o que me comprova isso é que ele segue falando do povo citando o seguinte:
“Mesmo assim, a hostilidade à imigração não desapareceu. Apenas cerca de 3% dos moradores do Japão nasceram no exterior, em comparação com 15% no Reino Unido. Na Europa e na América do Norte, os movimentos de extrema-direita apontam para o Japão como um exemplo de pureza racial e harmonia social”.
E volta a repetir a “extrema-direita”, espero que ele não vá na China governada pelo Partido Comunista Chinês ver como é por lá, mas ao ver em seu perfil que ele já foi correspondente lá, não me admira ele seguir nessa linha de raciocínio imbecil e parcial, digno de um militante burro.
Se o Japão fosse tão hostil quanto ele diz aos estrangeiros, mesmo aos outros asiáticos, eles não permitiriam que estrangeiros fossem ao Japão e pudessem trabalhar por lá (imagem abaixo), e estabelecessem relações econômicas com o mundo, acontece que estes estrangeiros que estão lá não foram para lá sem passar por um processo que os qualificassem para estarem ali, ou seja, falar o japonês a pelo menos um N5 (nível de proficiência do idioma japonês) e se adequar à sociedade nipônica.
A petulância continua ao ponto dele não se contentar com a posição da mulher na sociedade japonesa ao entrevistar a governadora de Tóquio, Yuriko Koike:
“Tenho duas filhas que logo irão se formar na universidade”, eu disse a ela. “Elas são cidadãs japonesas bilíngues. O que a sra. diria a elas para incentivá-las a ficar e fazer suas carreiras aqui?” Disse o jornalista, e ela respondeu: “Eu diria a elas que, se eu posso ter sucesso aqui, elas também podem”, respondeu Koike. “Eu pensei “é só isso que você tem a oferecer? ”” Respondeu o jornalista.
Acho que ele esperou algum argumento feminista, quando ela respondeu no duro, que lugar de mulher é onde ela quiser, mas acho que o anacronismo inflado dele não permitiu que ele pudesse entender isto. E termina com mais petulância ainda: “minha cabeça diz que, para progredir novamente, o país precisa abraçar as mudanças. Mas meu coração dói com a perspectiva de perder tudo aquilo que faz o Japão tão especial” que me perdoem pelo palavreado chulo, ele CAGA UMA REGRA ENORME para o japonês, o que é INACEITÁVEL.
O país tem sim problemas envolvendo uma enorme responsabilidade social que cada cidadão tem de ter para com a sociedade, tem problemas com os muitos idosos que lutam financeiramente hoje por falta de reformas da previdência e fiscais, tem uma carga de trabalho muito grande, disparidades salariais entre homens e mulheres, mas, o que nós de fora do Japão temos haver com isto tudo? NADA!
E ainda disse em uma parte que “sim, eu me preocupo com o futuro” preocupa mesmo? Ou se preocupa em querer que os japoneses se adequem à cultura europeia de onde o jornalista é?
Ele não é o único a fazer tal coisa, tem uma matéria bem recente, de fevereiro de 2023 de um neurocientista que afirma o seguinte: “desenhos animados japoneses são ‘perigosos’ para o cérebro” reparem no “JAPONESES”, como se somente as animações orientais fossem danosas, e eu aqui pensando que esse papo tivesse morrido no início dos anos 2000, a patifaria aqui avança ainda mais no produto dos asiáticos, ao ponto de falar asneiras do tipo: “A grande maioria dos animes não traz nenhum tipo de conhecimento além de estímulos à violência, o que ajuda a aumentar a ansiedade e desencadeia um processo de ‘emburrecimento’, prejudicando o processo de neuroplasticidade cerebral e atrofiando o cérebro”, acredita o neurocientista”. O quê? “Animes não trazem nenhum tipo de conhecimento?”
A maioria tem algum tipo de moral na estória, de conversas profundas sobre o sentido de viver em sociedade como o de Neon Genesis Evangelion, o seu eu no mundo real como Cowboy Bebop, o valor da amizade e companheirismo em Fairy Tail, e a lista só aumenta, e ainda falou de “estímulos de violência”? Sério? Sou de uma época em que as animações americanas eram as mais VICERAIS DO MUNDO, eram brutais e escrachadas como A Vaca e o Frango, Os Castores Pirados, e outros tantos da Nickelodeon, que eu gostei e nem por isso virei um maluco insano e com traumas, até por quê, John Wick é um filmão, tem tanta violência gratuita, mas foi mencionado aqui? Não!
E ainda fala mais: “Outra característica marcante dos animes é a falta de expressões faciais dos personagens, o que, principalmente para as crianças, dificulta o desenvolvimento da cognição com base nas expressões, o que é fundamental para interpretar emoções e sentimentos de outras pessoas no seu convívio”. É o quê? Animes não tem expressões faciais? Ele tá vendo animes mesmo ou o que falaram para ele via telefone? E ainda jogou uma problemática falando que isso prejudicaria o desenvolvimento cognitivo das crianças?
E ainda adiciona; “A televisão em excesso durante a infância prejudica o desenvolvimento de importantes funções cerebrais, no caso dos animes, esses impactos são dobrados pelo claro apelo emotivo de tramas bastante fortes e de cunho sexual para crianças, trilhas sonoras, efeitos visuais, pobreza de vocabulário e atitudes das personagens que estimulam a violência e solidão, contribuem para isso”.
Eu só assistia duas coisas da TV, as animações e os esportes, e não tive nenhum problema cognitivo, a não ser o que eu terei depois de ter lido a estas duas “matérias” ao tentar ler algo do tipo de novo.
Reparem que ele fala na matéria que a televisão em excesso faz mal à criança, que eu até entendo e concordo, mas, falar em específico que: “Apesar disso, garante Fabiano de Abreu Agrela, o impacto do anime “é superior ao da televisão em geral”.
Não sei vocês, mas me parece que além de ser conversa para boi dormir, tem um objetivo muito claro, atacar os animes que fazem parte da cultura japonesa há décadas, atacando a cultura, ataca-se tudo o que a ela pertence.
Por qual objetivo? Simples, por que as emissoras da televisão aberta sempre falam mal dos games? Os games tem grande foco de um público jovem, público esse que ela aos tantos largou de mão ao encerrar programas para o público infanto-juvenil, que representam um bolo enorme da audiência e que hoje concorre diretamente com a programação das emissoras, logo, atacando este meio de mídia, elimina-se a concorrência.
Na mesma os animes, estão sofrendo ataques há anos de grupos midiáticos dos EUA e Europa, pois ano após ano as obras japonesas vendem mais nestes mercados do que as obras ocidentais, e a batata está assando para o lado ocidental, pois não temos mais boas animações em grandes quantidades, nem quadrinhos variados como os japas, e os flops no cinema e mesmo nas plataformas de streaming está num ritmo inimaginável e impraticável para a indústria cinematográfica, causando prejuízos dos grandes, destruindo a reputação das grandes produtoras e de suas obras ante a nós espectadores.
Se preparando à Guerra Cultural
Eu concluo dizendo algo que é importante para o nosso meio, não só o jornalístico ao qual me insiro, mas em relação aos fandoms, grupos de animes que tem por aí a rodo, entendam como um ‘mea culpa’, mas infelizmente fomos deixando esse tipo de lixo entrar nas comunidades ao longo dos anos, um bom exemplo é o que aconteceu com um dos fandoms de Chainsaw Man que foram brigar logo com o Guilherme Briggs outro dia, por conta de uma fala despropositada numa tradução não-oficial do mangá, o que culminou na saída de um dos grandes dubladores de nosso tempo da animação, o que me pareceu um tanto quanto desproporcional e irracional, e foi manchete em sites conhecidos da grande mídia como o Metrópoles, que já fez matérias contra animes/mangás e aos geeks como um todo outras vezes.
Como corrigir isso? Entendam como quiser, mas não podemos permitir em nossas comunidades que esse proselitismo político-social se permeie ainda mais, que de repente apareça algum maluco querendo militar em cima de algum anime ou que como os dois exemplos que dei anteriormente de pessoas falando de animes e da cultura de maneira dúbia, pois isso denigre à obra e denigre por tabela àqueles que as acompanham, pois isto é dar munição para estes meios degenerados da mídia que tripudiem em cima de nós, pois isso de um jeito ou de outro acaba por impedir que novas pessoas se tornem fãs, e com menos fãs, menor é o interesse das produtoras em nosso mercado, e com menos interesse em nosso mercado, cada vez menos teremos acesso a este tipo de conteúdo, e por fim isso tudo desaparece ao longo dos anos.
E por último, não deem acesso para meios de mídia que não analisam corretamente os animes, não falo em uma defesa cega, e sim como eu mostrei daqueles que usam os animes de acordo com sua visão de mundo, o que aconteceu com o Guto da Cronosfera que foi falar que Tate no Yuusha era “problemático”?
Não é puxando sardinha para o nosso lado, mas há grandes canais na Internet que falam decentemente daquilo que tanto gostamos, você pode concordar e discordar numa boa, gostar ou não das análises e opiniões, mas são canais que não são canalhas em usar animes como um meio para algo, e sim que agregam pessoas entorno de algo e o fazem bem, e por fim, não estranhem se os ataques aos animes/mangás aumentarem, agora vocês tem ideia do que está realmente por trás de tudo isto, repito que não é uma defesa descabida aos japas, pois tenho muitas discordâncias com os asiáticos em vários pontos, mas admiro e respeito sua cultura a ponto de não querer alterá-la ao meu gosto, e que continuem sendo quem são, pois só estão tendo o sucesso com suas obras por conta de se manterem intactos no que acreditam ser o melhor para a arte, apenas saibam que por trás destas coisas há um motivo certo de estarem acontecendo, o ataque desmedido às obras japonesas fazem parte da contínua Guerra Cultural que sempre houve em nosso mundo, e que não irá parar em momento algum, mas agora, é com vocês para decidirem como se portarão daqui para frente.
Agradeço a você que não teve preguiça de ler este longo texto, e que daqui para frente você possa agregar também nas comunidades da Internet, pois nós fãs podemos fazer a diferença!
Esse foi um dos posts mais importante q eu vi em anos em relação a “defesa” dos animes/mangás como eles são, um texto muito bom q eu diria extremamente importante para aqueles q são fans, eu recomendaria vcs a ler e recomendar para amigos q tbm são fans de animes/mangás. Por isso eu prefiro sites como esse do que muito por ai
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