Review: UQ Holder! O anime funciona com seu jeito dinâmico de apresentar as coisas, porém, o final deixa a desejar.

Vitor Nascimento
(Podcaster)
@ifusic
©J.C.Staff/Ken Akamatsu

UQ Holder! Mahou Sensei Negima! 2 – Ficha Técnica

Gênero: Ação, Comédia, Ficção Científica, Fantasia, Sobrenatural
Estúdio: J.C.Staff
Baseado em: Mangá
Número de Episódios: 12
Estreia: 2017 | Temporada de Outono

Toda segunda temporada, de qualquer coisa que seja, é sempre complicada. Ainda mais quando essa suposta continuação tem mais a pegada de um spin-off. UQ Holder nos entrega um novo protagonista, muito carismático por sinal, entretanto, carisma conta, mas não salva enredo. Mesmo com uma adaptação bem distante dos acontecimentos do mangá, a obra consegue entreter àquelas pessoas que somente conheceram o anime. Sobretudo, essa falta de fidelidade do material afastou os fãs do conteúdo original de Ken Akamatsu.

O estúdio J.C.Staff não entregou uma animação magnífica, porém, ela é boa. Não dá para reclamar muito nesse aspecto, afinal de contas, esse estúdio sempre pega muitos trabalhos de vez. A única coisa que não me agradou no aspecto de animação foi um uso de CGI no episódio três. Uns monstros apareceram e foi muito… bizarro! Para não dizer outra coisa. CGI, em animações principalmente, tem que saber ser bem utilizado para que não beirem o ridículo. Falando um pouco da trilha sonora, ela é genérica e padrão. Tem, mas músicas legais, porém, nada de muito extraordinário.

A fotografia é marcada por cores vivas e quentes, o que deixa o telespectador em um clima sempre bom. Isso não deixa a obra com um clima emburrado. Mesmo nas cenas de ação, a paleta de cores continua em tons claros, a diferença é que eles dão uma pegada mais cinza a elas. Certas cenas têm um ar mais soturno e, mesmo dispondo de cores vivas, o diretor de fotografia soube dar uma tensão para o momento com a utilização de sombreamento.

Masahiro Fujii, que é o Character Design da produção, também merece os devidos elogios. As personagens femininas são muito bem desenhadas. Kirie e Mizore, as mais bonitas na minha opinião, dão uma aula de carisma, principalmente com suas expressões. Não tem nada de espetacular nas personagens da obra no quesito estética, sobretudo, Fujii, soube fazer um “arroz com feijão” muito bom. Pois, como sabemos bem, existem personagens de outros animes por aí com um design bem… exótico.

A direção também não é fantástica. Youhei Suzuki, diretor geral da produção, fez o básico. Os planos são simples e não trazem um diferencial ao trabalho do diretor. Em linhas gerais, ele fez o que qualquer diretor comum faria. Uma coisa bem utilizada por ele, na minha opinião, foram os planos das cenas de ação. Se tem uma coisa que me irrita são cenas de ação muito aceleradas, contudo, Youhei, as trabalha em um ritmo mais aceitável.

Falando da história em si, ela começa de uma forma meio intrigante. Para quem não acompanhava o mangá, sentiu um certo “peso” logo nas primeiras cenas do anime. Sobretudo, tudo isso vem de contrapartida quando Yukihime leva Touta e Kuroumaru para a UQ Holder. Isso foi uma falha, pois a obra de certa forma não conseguiu encontrar seu tom. Quando tentava ser séria e concisa, uma piadinha ou um ecchi forçado entravam no meio. Quando tentava ser engraçada, um fato sério era contado por alguém para cortar a piada. Essa falta de tom não agrada aos telespectadores, principalmente àqueles que procuram coisas por gênero.

O início é meio tenso contando a história do Touta, porém, como eu disse anteriormente, nos episódios três e quatro a comédia prevalece. Depois, quando a obra chega aos seus meados, começa um plot sério de ação que eu achei muito bom. A luta do Touta contra o Lobisomem foi de tirar o fôlego! Nesse momento, o telespectador pensa que, finalmente, temos um tom definido. Contudo, o episódio seis tem um plot de romance e comédia. Mais uma vez o tom se perde.

Esse encontro, por sinal, funciona muito bem como comédia. Além disso, nos ajuda a conhecer um pouco mais de Kuroumaru, que desde o início deixa todos com “uma pulga atrás da orelha”. E essa correria da adaptação mais uma vez muda a premissa da obra. Nos episódios sete e oito, somos apresentados a ameaça de Fate. Que, de princípio, é muito mal explicada. A tensão e o clima de nervosismo trabalham juntos e deixam o telespectador acanhado para querer ver. Fate se mostrou muito “overpower” desde o princípio. Porém, o roteiro não resolve bem a conclusão dessa luta que, vendo a expectativa dos envolvidos, tinha tudo para ser colossal. A solução para o embate me lembrou Batman vs Superman. Foi no padrão “Save Martha”. Entendedores, entenderão.

Depois de toda a tensão, temos um episódio nove totalmente focado na comédia. A única coisa boa dele foi a Mizore, como eu já mencionei, uma das personagens que eu mais gostei na obra. Além de bonita, tem uma personalidade forte e audaciosa, diferente da Kirie. A parte ruim não foi somente, mais uma vez, a mudança da pegada do roteiro, mas como também, o pulo da adaptação. Simplesmente, do episódio oito para o nove, pularam do volume quatro do mangá para o dez. Assim não dá!

O anime volta a querer gerar suspense com uma pegada de ação em sua tríade final. Eu tinha esperanças, afinal, mesmo com altos e baixos, eu ainda estava gostando da obra. Temos um torneio o qual Touta entra sob indicação da Mizore. Esperava de tudo nesse “paranauê”, entretanto, a luta do rapaz é interrompida pela presença do grande vilão do anime. O fim do episódio dez causou uma expectativa muito boa. O episódio onze foi recheado de revelações e também marcado pela presença ilustre de Asuna – A princesa da alvorada imperial. Temos um término com um gancho para o episódio final. Ah… o final.

Finais sempre me deixam meio triste, principalmente quando a obra é boa. Sobretudo, em um material tão fora do padrão original, o final estava me dando preocupação. Tinha tudo para ser bem escrito, fechadinho com somente uma deixa para um material futuro. Porém, caiu no clichê e mais uma vez… tivemos uma luta muito, mais muito mal terminada! Acreditem em mim, foi pior que “Save Martha”. A obra termina em aberto. Não sabemos o seu futuro. Tudo pode acontecer, na realidade, tudo depende das vendas. Se forem boas… quem sabe não continue?

Se você procura uma obra que tem um pouco de tudo, UQ Holder pode te agradar. Entretanto, vá com cautela! Não crie muitas expectativas. Eu recomendo a leitura do mangá! Agora, se você gosta de assistir animes por gêneros específicos… nem chegue perto, pois irá te irritar. Mesmo com seus altos e baixos, a obra ainda vale uma olhadinha para os curiosos.

Nota: 7 – Bom


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4 thoughts on “Review: UQ Holder! O anime funciona com seu jeito dinâmico de apresentar as coisas, porém, o final deixa a desejar.

  1. Li todo o texto e pelos seus comentários, presumo que seja uma pessoa bem chata e que não gosta de nada! E a nota 7 se refere a incapacidade de dar uma nota 10 para qualquer anime por melhor que ele seja, sua lista de Mal é tão cinza quantos seus comentários, mais opnião é opnião, por isso meto 10/10 nos meus animes e recomendo como melhores do mundo, pois afinal, sou fácil de agradar.

    1. Jose Michell, compreendo suas preferências e dos porquês em ter se agradado com o anime, tão pouco sei o quanto de ambas as obras do autor vc possa conhecer, me refiro as obras “Mahou Sensei Negima” e “UQ Holder”. Mas, eu acho que só isso não basta com justificativa para se ficar contente com o que foi feito nas animações de ambas obras. O que ao meu ver, foi um desastre total!
      Se isso serve como nota pessoal, durante o período de “virada de ano”, tive uma conversa com um primo meu sobre essa última adaptação. A opinião dele é a mesma que a minha, mas com um porém… Segundo ele, existem autores de mangas que conseguem criar apenas personagens ícones (por maior influência sobre a cultura pop atual que a obra tenha, limita-se apenas a um(ns) punhado de personagem(ns)… Ex.: “Goku”, “Vegeta” – Akira Toriyama, “Naruto”, “Sasuke”, “Kakashi” – Masashi Kishimoto, “Ichigo” – Tite Kubo, “Meliodas”, “Ban” – Suzuki Nakaba, “Natsu”, “Lucy”, “Grey”, “Erza” – Mashima Hiro, etc).
      E existem autores que criam um “universo” num manga, onde a presença ou a necessidade da existência de um protagonista é irrelevante ou até mesmo desnecessária para uma história, nesse caso entrariam (Negima, Mahouka) entre outras obras.

  2. Podiam ter colocado o anime com um nome diferente para tirar qualquer expectativa com o negima, porque não tem nada a ver com ele, é algo completamente diferente. Só ai já começa a decepção com ele.

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