Saint Seiya (ou mais conhecido como Os Cavaleiros do Zodíaco) é, sem dúvidas, uma das maiores referências para os amantes de animes e mangás nascidos nos anos 80 e 90. A saudosa TV Manchete apresentou ao público aquela que seria uma das maiores febres daquele momento e que se arrasta até hoje cativando uma legião de fãs em terras tupiniquins. É claro que tanta mídia e poder comercial fizeram com que a obra escrita por Masami Kurumada ganhasse o mundo e tivesse a necessidade de evoluir e se adaptar as novas tendências. Um dos casos mais notórios foi o lançamento de Saintia Shô, em 2013, substituindo o Episódio G nas publicações da Champion Red, colocando mulheres-cavaleiro como protagonistas de uma saga famosa por ser predominantemente masculina.
Para quem acompanha Saint Seiya (e sim, vou utilizar o título original neste review), sabe que a série é voltada para um público masculino (o que não impede garotas de lerem e amarem a obra). E é por isso que Saintia Shô chega como um furacão na história de Kurumada, ainda mais por carregar a responsabilidade (e dificuldade) de acrescentar histórias paralelas a saga clássica (quando Seiya vira cavaleiro e participa da Guerra Galática).
Saintia Shô chegou ao Brasil este ano, como parte das comemorações dos 30 anos da série, trazida pela editora JBC, detentora das obras relacionadas a CDZ, e lançada no início do mês de novembro em evento realizado na Livraria Saraiva do Shopping Center Norte (São Paulo). Aliás, tive a oportunidade de acompanhar de perto o evento e comprar meu volume número 1 da edição brasileira, cuja arte da capa é, apesar de simples, bem bonita.
SINOPSE:
“Tidas como lendas até mesmo dentro do Santuário, as “Saintias” (“Cavaleiras”, numa tradução literal) formam a guarda pessoal da Deusa da Sabedoria e da Guerra. Diferentemente das Amazonas (ou Mulheres-Cavaleiro), essas guerreiras de idêntica coragem não usam máscara, mas também possuem armaduras que representam suas constelações protetoras igual aos Cavaleiros.
Quando Éris, a Deusa da Discórdia, surge para tomar o mundo, será a Saintia chamada Shô de Cavalo Menor quem terá de elevar seu cosmo ao infinito para defender Athena do fulminante ataque da divindade maléfica”.
Sim, a sinopse me causou estranheza logo de imediato. Fiquei pensando: “Como vão acrescentar essa história de guarda pessoal de Athena (na verdade, de Saori), sendo que nunca houve qualquer citação das mesmas durante as sagas clássicas?”. Mas para minha grata surpresa, a inteligência de Chimaki Kuori surpreendeu este cético fã de Saint Seiya.
EDIÇÃO BRASILEIRA:
Dá para perceber que a JBC tem um carinho especial pelos mangás da obra Saint Seiya, e com Saintia Shô não seria diferente. Se comparado com o original, a editora brasileira não deixa a desejar em nada para a japonesa, seja na qualidade gráfica ou nas artes. São 184 páginas de muita diversão, além da sobrecapa pôster exclusiva para os assinantes que está maravilhosa.
Contudo, o maior dos problemas está no preço. Para quem quiser acompanhar esta nova saga, terá que realizar um investimento de R$15,90 a cada dois meses, tempo ao qual serão publicadas as novas edições. É bem verdade que a crise econômica brasileira afeta diretamente no valor final do produto, porém, dava para fazer um esforço extra e baixar um pouco o valor para o consumidor final, né? Nem que para isso abrisse mão de alguns “mimos”, como as sobrecapas-pôster.
REVIEW
Saintia Shô começa em um ritmo bem mais acelerado do que Saint Seiya, com a aparição da Deusa Éris e uma de suas guerreiras durante a história. Somos introduzidos a esta nova categoria de defensoras de Athena que se distinguem tanto das amazonas quanto dos cavaleiros, por serem justamente a guarda pessoal da divindade. Responsáveis pela segurança de Saori, as Saintias são pouco conhecidas entre os 88 saints (apesar de parecer estranho), mas isso não as torna menos poderosas do que os demais, pelo contrário, seus cosmos ardem tão intensamente quanto os dos cavaleiros de bronze.
A protagonista, Shoko (cujo nome foi escolhido pelo próprio Masami Kurumada), é uma garota de personalidade forte, alegre e com um grande senso de justiça. Exatamente igual ao Seiya, mas a principal diferença está na maturidade dos personagens, pois Shoko é bem mais centrada que o Pégaso. Entretanto, as semelhanças não param por aí. Se Seiya tem o famoso Meteoro de Pégaso, Shô terá o Meteoro de Equuleus (Cavalo Menor). O enredo é bem entrelaçado com a história original e agrega muita coisa interessante a saga.
Durante a leitura, é possível sentir aquele bom e velho sentimento de nostalgia ao percebermos que os acontecimentos são de um tempo já conhecido do grande público. Contudo, Saintia Shô tem uma história própria, não sendo obrigatório conhecer Saint Seiya para entender o que acontece com Shoko, pelo contrário, quem quiser começar ler as histórias do universo de Saint Seiya por Saintia Shô, não perderá nada, talvez apenas não entenda algumas referências (bem legais, por sinal).
É bem verdade que não dá para fazer uma análise mais aprofundada sem soltar alguns spoilers, mas como essa não é a ideia, posso afirmar que vale a pena dar uma chance para o mangá. Certamente teremos muitos crossovers entre as Saintias e os personagens clássicos, além de batalhas furiosas pelo bem de Athena. O início de Saintia Shô é bom, o meio é bem construído e o final dá aquela vontade de “preciso saber o que acontecerá no próximo volume”. Agora resta esperar pelo segundo volume e descobrir se a saga manterá o mesmo nível e conseguirá cativar não apenas o seu antigo (e fiel) público, mas os novos, principalmente as mulheres.
FICHA TÉCNICA
Autor: Chimaki Kuori
Formato: 13,5 x 20,5 cm
Número de páginas: 176+8 coloridas
Preço: R$ 15,90
Classificação etária: 14 anos
Curti o Review 🙂 bora inaugurar essa seção….
Se seguir a lógica da série original a amazona de Andromeda provavelmente sera lésbica kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Saintia Shô segue em paralelo com a obra original, então não teria como ter uma amazona andromeda, e apesar de parecer a armadura de pegasus, a armadura do Shô é de Cavalo Menor
Bem que a JBC podia emplastificar os mangás que vão para as bancas…
Santia Shô junto com Lost Canvas são as melhores obras do universo de Saint Seiya, pena que não tem como fazer versão animada, já que no anime original a Saori “não sabia que era Athena” enquanto no mangá ela sabia desde principio