Omae wa mou shindeiru!. Tal expressão está eternizada na memória dos fãs de Hokuto no Ken (Fist of the North Star), obra considerada um marco para as produções Shonen e leitura obrigatória aos adeptos do gênero. Há 33 anos (1983), o primeiro capítulo do mangá era lançado, série que perdurou até 1988. A produção é encabeçada pela dupla Yoshiyuki Okamura (conhecido no país nipônico por Buronson) e Tetsuo Hara, responsáveis pela história e arte, respectivamente.
A trama apresenta o protagonista Kenshirou, imerso em um cenário pós-apocalíptico, que se desenrola em 19XX. O plot da temporada inicial mostra a jornada em busca de localizar o rival Shin, responsável pelo sequestro de sua noiva, Yuria. Durante sua viagem, ele faz uso do Hokuto Shinken (forma de combate mortal que herdou, após disputá-la com seus outros três ‘irmãos’), objetivando defender os desamparados de saqueadores sanguinários.
O sucessor da arte marcial milenar passa a enfrentar novos inimigos e encontra-se envolvido em conflitos maiores que o imaginado, lhe conferindo a posição de ‘salvador da nova era’. No decorrer da trama, novos aliados e rivais passam a integrar este meio, ocasionando em momentos marcantes e discursos épicos. A Weekly Shonen Jump veiculou todos os 245 capítulos, posteriormente divididos em 27 volumes, entre 1983 e 1988.
Inclusive, por conta do sucesso, Hokuto no Ken recebeu duas adaptações para anime, sendo desenvolvidas pelo estúdio Toei Animation. A primeira totalizou 109 episódios e Hokuto no Ken II contou com 43. Desde então, os fãs foram contemplados com especiais, filmes, OVAs e games. Produção presente neste emaranhado será abordada a seguir, apresentando o universo criado por Buronson e Tetsuo Hara de forma, minimamente, caricata.
DD Hokuto no Ken
Cenário pós-apocalíptico e confrontos sangrentos. Esqueça tudo isso em DD Hokuto no Ken. Lançado em 2013, o anime é um especial de comemoração aos 30 anos da franquia, completados em setembro daquele ano. A equipe de produção, encabeçada pelo estúdio Ajia-Do, desenvolveu uma obra parodia e utilizou-se do Design Deformation, recurso técnico presente em animações deste gênero. No Japão, o SD (Super Deformed) também é a essência de paródias, lembrando que as características de ambas (DD e SD) são praticamente as mesmas. Gundam e Dragon Ball já receberam suas versões.
A série traz, em sua maioria, figuras com participação na trama original. Boa parte mantem a essência, como dois protagonistas – Kenshiro e Raoh. Ponto alto são as aparições do último citado, que se autointitula o Conquistador…Bom, nesse caso, de tudo o que imaginar. Toki, terceira personagem principal e ‘irmão’ da dupla, aqui não demonstra o papel altruísta (característica marcante) e tem como principal referência a sua saúde. Basicamente, o trio ‘compete’ em busca da vaga de meio-expediente no mercado de Ryuuken, além da atenção de Yuria.
Outros casos alcançam Bat e Lynn (duas crianças que acompanham Kenshiro em boa parte de sua jornada). Na ‘releitura’ temos adolescentes, sendo um garoto reclamão e a menina lembrada pela simpatia, bem como afeição pelo fofo (Kawaii!). Shin, Juuza, Jagi, Mamiya, Rei, Fudou, Souther, Yuda e Airi são outros presentes na adaptação.
NOSTALGIA
Para ter a oportunidade de melhor apreciá-lo e entender as referências utilizadas (constam em todos os episódios) acredito ser necessário a leitura do mangá ou ter assistido o material originário. Creio que ir direto a edição DD poderá desapontar os que buscam o divertimento ao acompanhar o episódio. Inclusive, é com este sentimento que devemos vê-lo. Preocupação com enredo, desenvolvimento das personagens e confrontos físicos devem dar lugar a estima pelos aspectos nostálgicos.
Aos assíduos da franquia fica o recado: Não o levem a sério, acreditando que os desenvolvedores desrespeitaram seu histórico. Tal produção é apenas um ‘braço’ integrante no extenso e muito bem trabalho universo de Hokuto no Ken. Deste modo, querer avaliar aspectos positivos e negativos seria ‘chover no molhado’, visto que aqui o objetivo é outro. Apenas curtam. Vale lembrar que há outros dois DDs lançados, podendo ser apresentado neste espaço, futuramente.
Agora, se tem algo que merece desprezo é o longa-metragem desenvolvido pela industria cinematográfica dos Estados Unidos. Denominado Fist of the North Star (No Brasil chamado de O Guerreiro da Estrela Polar), a obra (se é que podemos assim defini-la) traz Kenshiro totalmente descontextualizado e enredo cheio de falhas. Lançado em 1995, o filme faz parte das galerias de péssimas adaptações para os cinemas.
INCENTIVO
Ao mostrar esse review fica a indicação para conhecerem Hokuto no Ken, altamente reconhecido no oriente, mas ainda sem o devido pelas terras ocidentais. Para ilustrar esta situação farei um comparativo com Boku no Hero Academy, que tornou-se um fenômeno em 2016. Segundo dados do My Anime List, a primeira parte do clássico (anime) acumula 39.582 membros e tem nota 7.99. Já o perfil da série animada encabeçada por Izuku Midoriya está com 271.112 usuários, além de avaliação superior a 8.
Já DD Hokuto no Ken está muito abaixo. Há apenas 1.789 membros e 6.64 de nota. O Crunchyroll, serviço online responsável pela transmissão legal de animes e conteúdos asiáticos, mantem a obra em seu acervo. Confira um teaser referente ao lançamento da produção, datado de 2013:
FICHA TÉCNICA
Lançamento: 03 de abril de 2013
Episódios: 13
Gênero: Seinen/Parodia
Direção: Akitarou Daichi
Estúdio: Ajia-Do
Edição: Akinori Mishima
Nota: 7,5/10
deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.