Crítica: O Senhor dos Anéis: A Guerra de Rohirrim Uma Nova Jornada na Terra-Média: Entre a Nostalgia e a Inovação

Alex Kurt
(redator)
The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim
©The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim

Ficha Técnica – O Senhor dos Anéis: A Guerra de Rohirrim

Gênero: Aventura, Fantasia
Estúdio: Sola Entertainment/Sola Digital Arts
Baseado em: O Senhor dos Anéis – Apêndice do Livro
Data de Estreia: 5 de dezembro de 2024

O Senhor dos Anéis: A Guerra de Rohirrim chega com a ambiciosa tarefa de revisitar a Terra-Média de uma forma inédita, trazendo uma história repleta de batalhas épicas e laços familiares sob uma perspectiva única: a animação. A produção é um convite para os fãs mergulharem no passado do reino de Rohan, explorando as origens do lendário Abismo de Helm e a trajetória de Helm Hammerhand, um rei marcado tanto por sua ferocidade quanto por seu legado.

The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim
©The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim

Sinopse:

Inspirado em um relato presente nos apêndices de O Senhor dos Anéis, o filme adapta a história da Casa de Eorl, focando nos conflitos entre os rohirrim e os dunlendinos. A narrativa ganha força ao abordar a tragédia pessoal de Helm, que enfrenta as consequências de suas decisões impulsivas. O enredo ainda destaca Héra, filha do rei, que, apesar de ser mencionada brevemente na obra original, ganha aqui um papel de destaque, simbolizando liderança e resistência em um cenário dominado por homens. Essa expansão criativa, ainda que arriscada, adiciona um novo prisma à rica mitologia de Tolkien.

Opinião:

Kenji Kamiyama, renomado por projetos como Ghost in the Shell: Stand Alone Complex, lidera a produção com maestria, entregando um espetáculo visual que combina animação 2D tradicional e técnicas modernas de 3D. A ambientação detalhada de Edoras e do Abismo de Helm evidencia o cuidado artístico e técnico da equipe, enquanto o uso de iluminação e texturas confere profundidade às cenas, criando um equilíbrio entre a grandiosidade das batalhas e a beleza intimista dos momentos de reflexão. Philippa Boyens, veterana da trilogia cinematográfica original, mais uma vez demonstra sua habilidade em traduzir a essência de Tolkien para um novo formato, mesmo que o roteiro se prenda em demasia à nostalgia.

A trilha sonora de Joseph Trapanese complementa perfeitamente a ação, capturando tanto a intensidade das lutas quanto a melancolia das perdas. No entanto, há limitações no desenvolvimento de personagens secundários, como Wulf, o principal antagonista, que carece de profundidade para se tornar memorável. Isso prejudica o impacto emocional da trama em alguns momentos, tornando a narrativa mais previsível.

The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim
©The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim

Com uma execução técnica impressionante e momentos de verdadeira imersão, A Guerra de Rohirrim não atinge o mesmo brilho das trilogias live-action, mas traz inovações ao optar pelo formato anime. A ousadia de explorar uma nova mídia é louvável, ainda que o filme dependa excessivamente de referências já conhecidas para agradar aos fãs. Uma das decisões mais marcantes da produção foi expandir o papel de Héra Hammerhand, mencionada brevemente nos apêndices de Tolkien. Essa escolha confere à narrativa uma dimensão mais emocional e intimista, ao mesmo tempo que desafia a tradição das histórias de Rohan, historicamente centradas em figuras masculinas. Embora essa adição traga frescor, pode gerar controvérsia entre os puristas, que talvez esperassem maior fidelidade ao material original. Ainda assim, a abordagem consegue homenagear o espírito da obra de Tolkien ao explorar temas de liderança, sacrifício e legado.

The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim
©The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim

O Senhor dos Anéis: A Guerra de Rohirrim é uma obra visualmente cativante que celebra o legado da Terra-Média enquanto tenta, com sucesso moderado, encontrar sua própria identidade. Para os amantes do universo de Tolkien, é uma jornada que vale a pena, mesmo que falte o mesmo fôlego épico das produções anteriores.


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