Ficha Técnica: Yurei Deco
Estúdio: Science SARU
Origem: Original
Data de estreia: 03/07/2022
Algo diferente me atraiu para este anime, inicialmente foi a animação toda diferente e mais cartunesca, como em BNA, e ao começar a ver o primeiro episódio, a introdução ao estilo de um conto de estórias, como se fosse um cordel ou um conto popular, seguido de uma trilha sonora que tem um efeito de atrair graciosamente o espectador para dentro dela de maneira arrebatadora, depois disto tudo que já me despertou um interesse nato pela obra, a história se mostrou ainda mais promissora.
Ela começa tendo a narração do mundo em que a obra se situa; “Era uma vez em um lugar muito distante, onde morava um gigante de cem olhos, e como o gigante descansava seus olhos separadamente, ele nunca tinha dormido um minuto sequer em sua vida. Como passava seus dias observando e estudando tudo e a todos, as pessoas lhe deram o dever de cuidar do mundo inteiro. E o gigante ficou contente em ser útil para as pessoas. Sob seu olhar vigilante, as pessoas desfrutavam da paz e tranquilidade. Um dia o gigante viu alguém cometer um ato traiçoeiro e avisou às pessoas do que havia ocorrido. Mas após o gigante ter sofrido da ira do traidor, e também de todas as pessoas, o gigante foi morto. Elas sentiam medo do gigante que não dormia, imune ao tempo e espaço, esse gigante capaz de ver tudo o que acontecia, a todo momento, tornou-se temido por todos. Porém, as pessoas sentiram compaixão com ele, e estamparam sua centena de olhos na belíssima plumagem de um pavão. Assim, o gigante que nunca dormiu se tonou as penas do pavão, e pôde enfim descansar em paz.” O mundo de Tom Sawyer é uma mistura de digital com o real, onde não há crimes, e o amor da humanidade reina, servindo como moeda para que as pessoas vivam neste mundo, fazendo uma alusão ao símbolo do amei que há no Facebook e Instagram, a ilha de Tom Sawyer se baseia nos princípios da empatia, cooperação e o respeito à privacidade, mostrando uma alusão clara à Internet, apesar de que neste mundo, é preciso amar uns aos outros e a si mesmo, talvez pegando um pouco da bíblia cristã e dando uma cutucada na comunidade online. O amor serve como moeda onde os habitantes da ilha compram novos ‘DECO’, abreviamento de decoração, onde eles espalham imagens que aumentam este amor entre os habitantes, melhorando o ambiente para algo mais palatável e agradável. Ou seja, se você quiser viver neste mundo, ‘ame’, ou então, isto não se torna viável.
Só que nem tudo é perfeito. Este amor, que também pode ser abrangido ao gosto e satisfação, é usado de maneira imprudente e superficial por alguns, nisto, existe a figura do ‘Fantasma Zero’, onde através do fenômeno zero, todo o ‘amor’ da pessoa é zerado. Onde entra a personagem principal, Berry, que por meio de seu dispositivo de deco defeituoso, encontra uma tomboy invisível chamada Hack, ela não ‘existe’ neste mundo, pois ela não ‘ama’ como os outros, e os outros não a enxergam por conta disto. Berry acha que Hack é a Fantasma Zero, nisto ela vai atrás de da mesma para tentar confirmar suas suspeitas, quando ambas são inseridas num hiperverso, uma realidade aumentada em que o verdadeiro Fantasma Zero atua, em que vários “zeros” aparecem e destroem tudo o que tocam. Nisto, ambas embarcam numa jornada para descobrir o que há por trás deste fenômeno que ocorre em seu mundo. Pois nele, ‘‘o Zero é mentira, tudo que não é zero é a realidade’’, outra alusão às curtidas em redes sociais. Por isto o Fantasma Zero é tratado como se fosse uma lenda urbana, pois não há como viver neste mundo e não ‘amar’ as pessoas e as coisas dele, e isto é o estopim para toda a estória.
Sinopse:
Dos estúdios Science SARU, uma nova obra baseada n’As Aventuras de Huckleberry Finn. Quando Berry, uma jovem normal de um lar qualquer, conhece Huck, uma garota tomboy, ela fica encantada e acaba se envolvendo com o clube que Huck montou: o Clube dos Detetives Fantasmas. Seus membros estão “mortos para a sociedade”, invisíveis para a cidade de Tom Sawyer e sua opressão digital. É lá que Berry ouve falar de Zero, uma misteriosa figura que habita os subterrâneos de Tom Sawyer. A dupla decide correr atrás do estranho sujeito, e assim revelar a verdade sobre a cidade…
Expectativas:
A estória tem uma vibe digital embutida nela, tendo um mundo que funciona a base de uma realidade virtual aumentada, onde as pessoas devem reagir à outras pessoas para que assim tenham uma vida, e qualquer coisa fora disto não existe. A alusão à Internet e as mídias sociais estão por todo canto e bem distribuídas, apesar de que não estando dublado fica meio chatinho de ter de acompanhar a riqueza dos detalhes apresentados, tendo de pausar a todo momento para ligar estes detalhes à estória apresentada. A animação é um destaque que puxa o espectador direto nela, é viva e bem animada, tem um design totalmente diferente do habitual que vemos nos animes, a narrativa é interessante e tem alusões bem feitas, apesar do enredo inicialmente ainda não ter sido propriamente apresentado e conhecido, creio eu que isso mudará ao longos dos episódios, e o fato de ser uma animação própria e não uma adaptação dá espaço para isto, além de ser um chamariz para manter o público atento aos novos episódios que seguirão.
Se você é o otaku roxo e quer algo diferente do habitual, ou se você é alguém mais casual e quer entrar no gênero de animes, eu recomendo totalmente a ver Yurei Deco, pois não sendo uma adaptação e ser algo do zero, creio eu que já o torna diferente o suficiente para ser acompanhado mais de perto, a proposta de alusão à Internet e realidade virtual aumentada, o clima gerado ao enredo, com certeza são chamativos relevantes. Honestamente, minhas expectativas estão altas, o primeiro episódio me atraiu com força, vejamos se ao final ela não é passageira e finca bem, pois de início, me parece ser um sério candidato a um dos melhores animes do ano.
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