Os fãs ainda seguram a barra, os acessos para ler mangá na Shonen Jump + são altos ainda, confiando que Fujimoto vai puxar um coelho da cartola e amarrar essas pontas soltas. Afinal, ele já surpreendeu antes. Mas, com quase 100 capítulos, o Arco 2 precisa de um choque de criatividade urgente. Denji precisa voltar a ser o centro de uma narrativa que o desafie, os novos personagens precisam de alma, e as ideias repetidas têm que dar lugar a algo que justifique essa continuação. Senão, Chainsaw Man corre o risco de virar aquele mangá que “era bom no começo”. E aí, você acha que Fujimoto se perdeu de vez ou ainda dá pra salvar essa motosserra? Deixa seu pitaco nos comentários dos perfis do Anime United e bora debater o futuro do nosso herói mais caótico
Tatsuki Fujimoto já foi o rei do caos criativo, entregando em Chainsaw Man Parte 1 uma mistura explosiva de gore, humor negro e personagens que grudavam na cabeça como chiclete no cabelo. Mas, cá entre nós, o que aconteceu no Arco 2? A Academia Saga, que prometia um Denji mais maduro e um universo expandido, parece ter virado uma sombra do que já foi, com ideias recicladas, personagens que não saem do lugar e um protagonista que, pasmem, parou de crescer. Será que o gênio por trás de Fire Punch perdeu o gás ou só tá enrolando pra chegar num clímax que nunca vem? Vamos destrinchar essa bagunça e entender onde Fujimoto pode ter pisado no freio.
Um Loop de Ideias: Já Não Vimos Isso Antes?
Se a Arco 1 era um soco atrás do outro, com ameaças como o Demônio Pistola (sempre gostei dessa tradução) e Makima mantendo o ritmo alucinante, o Arco 2 parece um disco riscado. A introdução de Asa Mitaka e o Demônio da Guerra tinha potencial – uma nova perspectiva, um contraponto a Denji –, mas o que vimos foi uma repetição de fórmulas antigas. Yoru quer caçar o Chainsaw Man? Parece Makima querendo controlá-lo, só que com menos carisma e mais cara de vilã de desenho matinal. A Demônio da Fome e a Igreja de Chainsaw Man entram como grandes ameaças, mas logo se perdem em subtramas que não vão a lugar nenhum. É como se Fujimoto tivesse pego os restos de Fire Punch e da Parte 1, jogado no liquidificador e esquecido de apertar o botão “inovar”. Cadê aquela energia imprevisível que fazia a gente virar as páginas sem piscar?
Personagens de Papel: Quem São Esses Caras Mesmo?
Lembra de Aki, Power e Himeno? Personagens que, em poucas páginas, tinham camadas, motivações e um impacto que doía na alma. Agora, no Arco 2, Yoshida, Fami e até Nayuta parecem figuras bidimensionais, jogadas na história só pra preencher espaço. Yoshida é o “cara misterioso” que nunca se explica, Fami é a vilã enigmática que não assusta, e Nayuta, que podia ser o coração emocional de Denji, mal aparece pra justificar sua existência. Até os novos híbridos, como o Katana Man voltando do nada, parecem ecos de inimigos antigos, sem trazer nada fresco pra mesa. Fujimoto já provou que sabe criar elenco memorável, então por que esses novatos parecem tão genéricos? É quase como se ele tivesse medo de arriscar e preferisse ficar no seguro – ou pior, no preguiçoso.
Denji: O Herói que Parou no Tempo
E o nosso Chainsaw Man? Denji era o anti-herói perfeito: um garoto quebrado, movido por desejos simples e uma busca por algo maior, que evoluiu enfrentando Makima e o peso do mundo. Mas no Arco 2, ele virou uma caricatura de si mesmo. A ideia de colocá-lo na escola, vivendo uma vida “normal” enquanto lida com sua fama, tinha tudo pra ser um divisor de águas. Só que, em vez de explorar essa dualidade – o herói público versus o garoto perdido –, Fujimoto caiu na armadilha de deixar Denji girando em círculos. Ele ainda é o mesmo cara obcecado por garotas e validação, sem sinais de crescimento real. A perda de Nayuta podia ser o empurrão pra ele amadurecer, mas até agora é só mais um trauma jogado na pilha, sem desenvolvimento que faça jus ao que ele já viveu. Denji merecia mais do que ser um fantoche preso em cliffhangers sem fim.
Onde Foi Parar o Fujimoto que Amávamos?
Não dá pra negar que Chainsaw Man Parte 2 tem seus momentos – o design dos Demônios Primordiais, como o Demônio da Queda, ainda carrega aquele toque bizarro que é marca registrada do autor. Mas esses lampejos de genialidade se afogam num mar de enrolação e repetição. O ritmo arrastado, as promessas de reviravoltas que nunca se cumprem e a falta de um vilão ou objetivo claro deixam a sensação de que Fujimoto está improvisando sem um plano sólido. Comparado ao foco afiado da Parte 1, que equilibrava ação, emoção e absurdos com maestria, o Arco 2 parece um rascunho que esqueceu de ser finalizado. Será que a liberdade do Shonen Jump+ deu espaço demais pra ele se perder?
Ainda Há Esperança?
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