A conclusão do mangá de Boku no Hero Academia não só decepcionou grande parte do público, como também trouxe o início do fim de uma era de histórias de batalhas que faziam os leitores vibrarem e ansiar por mais um capítulo. Isso, pois, recentemente também foi anunciado (por transmissão no canal oficial da Shonen Jump) o derradeiro encerramento de Jujutsu Kaisen nos próximos cinco capítulos. E mesmo com a excelente notícia do retorno de HunterxHunter, sabemos que o autor não tem o costume de manter uma publicação periódica de sua história.
Dessa maneira, podemos sentir que a cortina da era de mangás shonens da revista está caindo e assim a Shueisha vem lutando para encontrar aquele que será seu próximo grande sucesso e reinaugurar uma nova era com outras grandes promessas, afinal o encerramento de suas histórias mais notáveis e que geravam maior lucro deixa no horizonte uma perspectiva de um futuro não tão brilhante quanto antes.
Com isso, a editora abriu em seu portal um concurso para encontrar um novo talento, seja ele profissional ou amador, na expectativa de abrir uma nova era dos clássicos mangás de batalha da Jump e assim essa nova promessa se tornar o novo letreiro da editora.
Esse concurso realizado e julgado por Tite Kubo (Bleach), Kohei Horikoshi (My Hero Academia), Gege Akutami (Jujutsu Kaisen) e Yuki Tabata (Black Clover), além de prometer trazer o seu novo sucesso de capa e publicá-lo na Weekly Shonen Jump física com uma recomendação de um dos jurados, também possui um prêmio em dinheiro em que o vencedor recebe 1 milhão de ienes (R$ 38.007,83), o segundo lugar 500 mil ienes (R$ 19.003,91), o terceiro 300 mil ienes (R$ 11.402,35) e os finalistas ficam com 50 mil ienes (R$ 1.900,39).
Assim fica cada vez mais escancarado que a Shueisha vem procurando desesperadamente seu próximo grande sucesso e eles sabem muito bem a linha de enredo e qualidade que querem. E o tempo, para eles está cada vez mais apertado, haja vista que o prazo final para o concurso é 20 de janeiro de 2025, e os resultados serão revelados no final de março.
Mas a Shueisha realmente está com esse grande desfalque em publicações originais e excelentes para demonstrar tanto desespero? Ultimamente vemos que alguns títulos estão ganhando um destaque cada vez mais crescente no público e podemos considerá-los grandes novas promessas para o público, tanto que a editora vem dando algumas chances para essas séries crescerem por conta própria.
Entre os títulos de destaque estão: Kagurabachi, de Takeru Hokazono, Sakamoto Days, de Yuto Suzuki e Undead Unluck, de Yoshifumi Tozuka. Essas serializações, apesar de não possuírem a mesma magnitude que foi Boku no Hero, Kimetsu no Yaiba e Jujutsu Kaisen, ainda podem ser cotadas como obras especialmente interessantes para quem está se sentindo um pouco órfão dos shonens. No entanto, por conta de não conseguirem furar suas bolhas, elas ainda não são suficientes.
Dessa forma, essa nova abordagem da editora pode acender uma nova preocupação, afinal as últimas séries não tiveram uma boa aceitação do público com suas finalizações e por isso acaba levantando uma bandeira vermelha para o que virá daqui para a frente. O que nos leva a crer que o receio da Shueisha não seja apenas pelo fato de não ter nenhuma obra boa o suficiente (afinal eles poderiam investir um pouco mais no marketing delas, pois são títulos excelentes), mas sim de que as falhas das últimas repercutam negativamente na confiança do público com a editora e, portanto, se eles acabarem dando novas oportunidades a histórias muito bem avaliadas pelos seus melhores autores ainda possa conseguir manter seus pilares ainda de pé.
Tudo isso reascende aquela chama de que absolutamente nada vinha nos preparando para o que viria com o final de Boku no Hero e a linha que vem seguindo em Jujutsu Kaisen é cada vez mais preocupante, nos levando a questionar se esse autor não pirou de vez e resolveu chutar o balde em seu caótico e sangrento ápice. Isso sem contarmos outras histórias com finais recentes e que também desagradaram muito, como Kimetsu no Yaiba. Enfim, é uma sucessão de decepções que faz qualquer um questionar a própria editora que os aprovou.
Fica claro também que, ao escolher esse júri de peso, a Shueisha está investindo muito nas novidades que estão por vir, além de estipularem que o nível de qualidade da história e do autor não deve ser nem um pouco baixa. Em resumo, eles não colocam muita fé em seus títulos recentes e querem encontrar os sucessores desses grandes autores o mais rápido possível, assim deixando essa incumbência para os próprios poderem selecionarem aqueles que podem ser um futuro grande nome para a revista. E como os resultados só sairão no próximo ano, ainda temos bastante tempo para aproveitar os títulos já disponíveis na Shonen Jump e dar uma chance para que eles cresçam cada vez mais.
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