Bem, demorei para comentar, tanto que já saiu alguns episódios, mas vamos falar de Kaiju N°8 e já aviso; se vocês estão esperando um novo Chainsaw Man, podem desistir. Sinceramente me espanta o quanto de propaganda que essa série ganhou nas semanas que antecederam o lançamento, pois Kaiju N°8 é uma série mediana, digo isso sendo um dos leitores assíduos da obra no Mangá Plus, e sim, é mais uma obra vindo de lá e de fácil acesso para o ocidente, inclusive, recentemente a obra ganhou uma tradução Pt-Br.
Tive uma discussão com uma pessoa numa rede social afirmando que ler por lá não auxilia diretamente o autor da obra, sendo que o funcionamento do aplicativo, que também pode ser acessado por navegador, é tentar emular a revista física da Jump para leitores do resto do mundo que querem ler legalmente suas histórias favoritas, enfim, a Shueisha infelizmente não me paga para fazer propaganda dela.
Bem se você assistiu os primeiros episódios sabe muito bem que essa é uma história do Kafka, um cara no início da quarta década de vida querendo salvar o mundo dos Kaijus, mas acaba se tornando um, bem no ritmo de Attack on Titan, e digo mais, Kaiju N°8 pega toda parte boa das três primeiras temporadas de Attack on Titan, ou seja, o sentimento de sobrevivência contra um inimigo comum, mas sem um protagonista querendo matar todos em sua frente para justificar sua vingança enraivecida.
Claro que o Kafka sustenta sua vontade para entrar nas tropas de defesa pelo dia onde ele e Mina juram que salvariam o mundo, porém seu pensamento muda com o fato dele ser a ameaça e seu desconhecimento sobre seu corpo transformado, algo que mais para frente da obra se tornar um medo existencial perante as ameaças, claro, limitando os spoilers para mais à frente.
A história é mais focada no enfrentamento das forças de defesa anti-kaijus contra os próprios, buscando demonstrar o mundo e as pessoas que o vivem, por isso que ainda estranho que essa obra tenha uma adaptação tão prematura, já que ainda estamos no meio do segundo arco do mangá e aparentemente estamos distantes do encerramento, porém essa obra não busca trazer tantas discursões imponentes para o cenário atual, e sim uma simples dualidade do bem contra o mal, porém uma coisa interessante é como a obra busca construir seus personagens.
Tendo em principal seu protagonista, pois a vida do Kafka muda da água para o vinho a partir do momento que ele se torna o Kaiju N°8, pois finalmente conseguiu realizar seu sonho de fazer parte das forças de defesa, porém sendo uma ameaça a mesma, algo que será trabalhado daqui para frente no anime, pois tenho certeza que o anime irá adaptar todo o primeiro arco da obra que acabará com o surgimento do N°9, assim também começando minha sessão de spoilers, pois muito do que justifica a obra estará daqui para frente como o surgimento dos Kaijus numerados e sua estranha semelhança com os humanos, ou quiçá, os humanos modificados estejam tão próximos aos monstros que buscam combater.
Todavia esse é o spoiler mais forte que posso revelar, já que a narrativa é presa a sua corriqueira dinâmica da batalha, tanto que os capítulos mais atuais estão mais presos ao fato de que o autor quer desenvolver mais os personagens, algo que espero que o anime mostre bem, ou que até expanda, pois Kaiju N°8 tem como seu principal expoente seus personagens e como suas vidas acabaram se entrelaçando pela batalha, não só por uma tragédia coletiva como em Attack on Titan, pegando o próprio Reno que busca se tornar um soldado das forças pela vontade de ser forte, porém seu encontro com o Kafka muda tudo; um toque bem típico em shonens, porém aqui possui uma certa “seriedade” perante a narrativa de como a própria Mina e Shinomiya demonstram bem, ironicamente sendo a última ser a primeira contemplada.
Enfim, vamos falar do anime, já que o material original é bem monolítico na sua temática e solenemente ignorar o design de personagem à Boruto, sim, eu também fiquei confuso quando o visual dos personagens saiu, porém, essa inquietação sumiu logo nos primeiros minutos do episódio quando tudo ficou mais fluido, mas uma coisa que não gostei foi a abertura, mas não toda, apenas o conjunto da obra, pois como vem acontecendo com muitas obras atuais, praticamente todos os detalhes são disponibilizados com uma certa antecedência e Abyss não pareceu tão ruim quando ouvi pela primeira vez.
A animação presente da abertura remete uma ou outra coisa do original e o CGI usado foi muito bem trabalhado, porém ambos juntos não ficou bom, ficou parecendo uma abertura de anime da Netflix. Algo bem complexo que será solenemente ignorado por grande parte das pessoas, algo que para a Crunchyroll é um belo tiro do pé por ser um material comercial jogado fora, tanto que prefiro o encerramento, mesmo que a música remeta a algum PES ou FIFA antigo.
A dublagem também irei ignorar, tanto a japonesa quando a brasileira, muito porque não cheguei a consumir a segunda e não quero comparar ambas por isso, apesar que no “original” temos a Fairouz Ai e meio que gosto dela.
No Conjunto da obra, Kaiju N°8 é uma obra mediana, algo necessário para que possíveis obras de artes tenham seu verdadeiro destaque, porém isso não faz a obra em si descartável, pois é possível gostar de algo mediano, principalmente quando esse medíocre possui uma ótima produção, não esperem um novo FATE ou Chainsaw Man vindo aqui, mas ter uma expectativa baixa melhora sua experiência com a obra, e quem sabe, você acabe indo atrás do material original.
Bem, é basicamente a minha opinião sobre a obra, como pode ver não me alonguei muito e que essa opinião não reflete o pensamento do site. Provavelmente não será a mesma da sua, então deixe nos comentários seu pensamento e lembrando que eu não xinguei ninguém, então façam o mesmo e até logo.
Gostei da Matéria, ficou legal demais…