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Tornar um anime popular não é tão fácil quanto se imagina, se precisa de uma plataforma realmente popular, tem de ter o suporte necessário com legendas e até uma dublagem para que as pessoas fora do Japão assim o vejam, uma boa divulgação por quem detém dos direitos da obra naquele determinado lugar, e realmente ser impactante na sua proposta, como por aqui, animes desde Cavaleiros do Zodíaco até Jujutsu Kaisen fizeram com louvor.
Mas ser popular tem seus contratempos; em alguns casos eles se estendem por anos, como Attack on Titan, o que as vezes diminui o interesse de muitas pessoas, e por serem divididos em algumas temporadas, um ou outro anime pode perder sua qualidade gráfica, que chama a atenção e tem impacto no interesse dos fãs.
E por isso mesmo, não ficamos somente focados neles, e um anime com 12 ou 13 episódios acaba por dar um alívio enquanto a temporada dos mais esperados não chegam, ou servem bem para intercalar nas maratonas de episódios, e acabamos por conhecer novos horizontes no grande cenário dos animes, as vezes conhecendo novos gêneros, ou novas propostas dentro do mesmo gênero, e The Masterful Cat is Depressed Again Today é este tipo de anime.
Slice of life, por mais numerosos que são no cenário de animes, tem uma curiosa dinâmica de não atrair tantos espectadores quanto outros gêneros, a não ser quando ele agrega algo em sua composição, como o caso de Bocchi the Rock, que apela ao lado musical pouco explorado nos animes, mas um anime puramente slice of life acaba sem graça se não tem algo para se destacar, porém são muito bons para ser o tipo de anime de perfil baixo, que não é maçante de se acompanhar, mesmo que sua proposta não seja de primeira a mais atrativa.
E como eu tinha colocado em minhas Primeiras Impressões de The Masterful Cat is Depressed Again Today, realmente, ver um gato gigante e antropomorfo como centro das atenções, não é a mais chamativa das ideias que se pode pensar para um anime, porém, ele surpreende com um detalhe que vai além das vistas, e não digo algo subjetivo, pois o anime é incrivelmente sucinto no que propõe, mas que consegue ter algum tipo de lastro para existir.
A obra gira entorno de Yukichi, um gato gigante que “pertence” a Saku (segure a 5ª série dentro de você), e coloco entre grandes aspas por este ser de fato o núcleo da estória, Yukichi não fala, a não ser em narrações nos episódios, mas que cuida de sua dona em todos os afazeres, é ele quem cozinha, quem acorda a dona, quem lava a casa, que faz de tudo o que sua humana não tem a menor competência em fazer, e quem é dono de gatos sabe, diferente dos cachorros que são leais até a morte, gatos nos toleram enquanto fazemos o que eles querem.
E é nisso que a obra gira, não há reviravoltas, mortes, romances, uma jornada em busca de um conhecimento ou habilidade, ou qualquer outra coisa, e sim da grande piada que é cuidar de gatos. E algo que me impressionou, por mais rasa que a proposta seja, e tenho de admitir, não é a mais atrativa que exista, não é repetitivo, há um desenvolvimento ao longo dos 13 episódios (me pergunto se o fato do Yukichi ser um gato preto e o número 13, é uma sacada envolvendo azar) envolvendo essa dinâmica em várias formas, e tudo isso se conecta com o núcleo do enredo.
Ao longo da saga, vemos que a Saku encontra o ainda filhote Yukichi na neve e o adota, PORÉM, o apartamento dela mais parece um depósito de recicláveis do que um lar, e ele percebe isso e decide dar no pé, mas algo toca a consciência dele, e isso me pegou de jeito, ele decide cuidar de sua dona desleixada, POIS, se ele não garantir que ela acorde no horário, se alimente bem, e vá tranquila para o trabalho, sua dona não terá dinheiro para comprar ração para ele, nem pagará o aluguel do apartamento, o que faria com ele voltasse para a rua, tendencioso como todo gato normal.
O gato não ficou enorme por mutação genética, química, e sim pela necessidade de cuidar de tudo, para que tudo gire em seu favor, e há de se admitir que essa sacada é bem-feita e interessante. O anime é simplesmente leve de se acompanhar e incrivelmente envolvente, como todo bom gato, curioso como algo tão simples consegue ser cativante.
Menos é Mais
Outro aspecto positivo da obra é a sua apresentação, a cinematografia que usam na animação simplesmente não é comum de se ver nos animes, tão pouco em um slice of life da vida, e nem estou falando dos belos traços que já são diferentes dos animes padrões, mas os ângulos de visão usados nas cenas dão uma perspectiva realmente única, e que embeleza a experiência de acompanhar a obra. Como eu disse, o enredo é raso, e uma das coisas usadas para compensar ao expectador é o que se entrega no visual composto da obra, é belo.
A animação não é do tipo cheio de personagens estáticos e poucos detalhes, pelo contrário, e isso me impressionou positivamente. Uma das partes mais interessantes do enredo, que é ver o Yukichi cuidando de sua humana, é vê-lo cozinhar com todos os detalhes, digno de um master chef, e as cenas de escritório com a Fukuzawa não são menos interessantes, cada cena tem vida e leveza em sua apresentação, bem como as cenas em ambiente aberto, os cabelos se movem com o vento e com o balançar do corpo.
Se Jahi chama a atenção para seu humor em um slice of life, aqui o anime chama atenção realmente mostrando o dia a dia. A trilha sonora casa bem com a proposta de leveza, a se ver pela sua abertura e encerramento, quando mostrei para amigos na Anime United, eles se surpreenderam que era do anime do gatão. O todo da obra pode não ser a coisa mais desejada, mas com certeza tem uma entrega diferenciada, o que o faz ter algum destaque por si só
Expectativas
Em minhas Primeiras Impressões de The Masterful Cat is Depressed Again Today assegurei que seria um anime digno de se ver neste ano, e garanto isso com a série completa. Ele é diferente dos animes normais que lançam todas as temporadas, os shoujo, os escolares e os trocentos isekais, é consistente com o enredo e não se foge dele em nenhum episódio, o primeiro episódio realmente se colocou bem no que a obra quer mostrar, pode não ser uma obra prima, mas se destaca no geral dos mais comuns.
Notas
Animação: Uma boa animação cumpre com seu dever de mostrar ao público o conteúdo que se possui, uma bela animação te chama a atenção. Há fluidez e atenção aos movimentos, o que dá vida para a obra. Não há cenas em que você vê personagens estáticos por falta de orçamento, mesmo que a obra não seja do tipo que se gastaria tanto para se mostrar, já que basicamente há apenas quatro cenários em toda a série, e mesmo no pouco, eles não se colocaram para baixo, e entregaram uma animação bela ao espectador. 8.0/10
Arte Gráfica: Os traços são bons, não diria que estão no nível Migi & Dali, Under Ninja, dentre outros que neste ano entregaram obras incríveis neste aspecto, mas fica com certeza um pouco acima da média de animes comuns que são lançados, interessante como alguns slice of life tem visuais chamativos para um gênero tão simples. 7.0/10
Personagens e Enredo: Menos é mais, sempre digo que menos personagens são mais fáceis de lidar em qualquer tipo de enredo, já que o tempo necessário para os mostrar é menor, e quanto mais concentrado, melhor podemos aproveitar a estória e seus personagens, que é o caso aqui. A obra gira entorno do Yukichi e sua humana Saku Fukuzawa, os personagens de apoio realmente dão o apoio necessário que um enredo precisa. Só não dou mais pontos aqui pela simplicidade de sua composição, apesar de interessante, não é do tipo que será marcante, ou até mesmo única, como foi em Yurei Deco, mas que faz o básico direitinho. 6.5/10
Trilha Sonora e Ambientação: Você não achará muitos animes do tipo neste ano com uma ambientação tão bem proposta, e uma apresentação tão bem mostradas quanto aqui, a obra transmite sua proposta com pontos de vista nada comuns e muito bem colocados, e uma trilha que mostra a simplicidade e leveza que o enredo proporciona, principalmente pela sua abertura e encerramento únicos, não exagero em falar que são algumas das melhores músicas que o cenário de animes nos entregaram em 2023. 7.5/10
Geral: É o tipo de anime para se relaxar assistindo, é honesto e direto no que propõe, e é um belo exemplar de que menos é mais, pode não ter o enredo mais mirabolante, mas ele precisa disso para ser um bom anime? Não mesmo! 7.2
Veredito
Eu realmente me diverti acompanhando os episódios, a Temporada de Verão deste ano foi um tanto fraca, e lançarei aqui outras analises de animes da temporada em específico mostrando isso, e The Masterful Cat is Depressed Again Today surpreendeu com sua leveza e beleza, ainda mais para um gênero tão simples no qual ele se insere, é o anime para se assistir e relaxar e admirar, bom para intercalar com buchas mais pesadas, como Jujutsu e Oshi no Ko. Eu daria uma chance para o anime, principalmente se sua lista de animes estiver carregada com aqueles animes mais pesados e longos, ele é o cavalo azarão que não dá pinta de qualquer boa performance, mas chega sempre com pontos consistentes no final do páreo.
E agradeço ao ADM Prisoner da Taverna no Fim do Multiverso, sem o Raspberry, fazer este texto não seria possível!
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