O FUTURO É PICA! É, eu sei. Com certeza você já deve ter visto essa frase pela Internet. E se você não tinha conhecimento, ela é de Chainsaw Man, mangá escrito e ilustrado por Tatsuki Fujimoto. Já adiantando, esse mangá é uma loucura só. A própria frase ali já é um indicador deste fato.
A temática é um tanto trivial, tendo em vista, por exemplo, o grande nome atual desta temática: Kimetsu no Yaiba. Entretanto, Chainsaw Man não utiliza filtros para transmitir sua mensagem e não se preocupa em ser politicamente correto. Se por alguma hipótese, você não conhece esta história, este texto é para você.
Chainsaw Man é muito “brasileiro”, mas tem um motivo
O que faz Chainsaw Man ser considerado brasileiro? Sua tradução. Sem sombra de dúvidas o mangá vai te tirar inúmeras gargalhadas. A forma como a tradução combina com os personagens e funciona dentro da proposta é incrível.
Contudo, isto quando falamos da tradução das scans. Muitas pessoas que comentam acerca da tradução, estão se referindo às scans. A tradução oficial, as que estão nos mangás impressos pela editora Panini, eu desconheço. Mas é bem provável que não tenha toda o brilho das não oficiais. É claro que há alguns deslizes, ou seja, forçam um pouco a barra trazendo algumas falas características nossas, como a do garoto “acertô, mizeravi”. É, nem tudo são flores.
De toda forma, às vezes, parece que essa tradução consegue ganhar mais o leitor do que a própria história. Claro que na prática não é exatamente isto, afinal o leitor não vai comprar algo e permanecer ali apenas por tradução. A história conta muito.
Mas a questão aqui é a forma como Chainsaw Man é apresentado, nesta outra vertente de tradução, a não oficial, faz com que o mangá ganhe uma imersão maior. Não somente trazendo pessoas para ele, mas também agregando ao seu conteúdo, dando mais significado para a trama e seus personagens.
Sim, o protagonista é uma motosserra e ele caça demônios
É irônico um demônio matar a sua própria espécie. Mas Denji, o protagonista de Chainsaw Man, nem sempre teve esta vida. Ainda pequeno, Denji teve que lidar com a morte de seu pai. Não sendo um presente doloroso, o futuro que aguardava Denji era ainda pior. Seu pai tinha uma dívida enorme com a Yakuza (ou algo do gênero). Como ele morreu sem quitar, o débito caiu nas costas do menino.
Foi assim que Denji começou a matar demônios para conseguir uma grana para viver e também amortizar a conta pendente com seus devedores. Logo ele encontra-se com Pochita, um demônio serra que parece com um cachorro. Juntos eles enfrentam vários desafios. A relação de Denji com Pochita é algo bem legal de se acompanhar. Ambos se encontraram em momentos de desolação, onde parece não haver mais solução para a vida.
Ao longo dos capítulos iniciais é perceptível o quanto um se importa com o outro. Há algumas cenas onde Denji comenta sobre seus sonhos para Pochita. Conta como gostaria que a vida fosse e que eles pudessem viver tudo aquilo juntos. São cenas tristes, mas ao mesmo tempo esperançosas e impactantes, construindo uma relação afetiva com o leitor que funciona muito bem.
Em resumo, em uma missão, Denji e Pochita acabam “morrendo”. Mas como Pochita era um demônio, há um escape e ele oferece seu coração para que Denji possa viver e realizar seus sonhos pelos dois. Mais uma vez a função “choro” é ativada e faz com que nos comovamos com o acontecimento. A partir daí temos um novo Denji. Não sendo um possesso, as um híbrido de humano e demônio, porque agora eles passam a dividir o mesmo corpo, mas Denji tem o total controle.
Os traços de Chainsaw Man
O desenho de Chainsaw Man pode parecer um pouco “meia boca” em algum momentos. Rabiscos, esboços ou qualquer coisa do tipo. Por vezes, podem até mesmo parecer estranhos e mal feitos. Mas se você não conhece o autor deste mangá, Tatsuki Fujimoto, saiba que isso é normal. Esses são os traços do mangaká. Outros títulos famosos dele são: Fire Punch e Look Back. Então, caso queira conhecer outras obras dele, saiba que o padrão é esse.
Escravidão corporativa nos mangás?
Para finalizar este texto, não poderia deixar de comentar sobre um tópico interessante deste mangá que, inclusive foi abordado pelo canal Quadro em Branco, do YouTube. A ideia do protagonista ser um assalariado. Não somente Denji, mas muitos personagens da Shounen Jump. Não há necessidade de se prolongar demais aqui com este tema. Se quiser entender melhor, assista ao vídeo.
Apesar disso, é curioso vermos essa fórmula sendo aplicada aqui em Chainsaw Man. Mais ainda, como existem necessidades e consequências relacionadas ao emprego. Algo quase como um propósito, como o Naruto querendo ser Hokage, ou o InuYasha em sua busca de ser um youkai completo.
A questão é que ele é apenas um garoto de 16 anos, sem formação acadêmica. E esse viés de ser um trabalhador, de cumprir normas já estabelecidas e tudo que engloba essa esfera parece ser o novo normal. E aqui se enquadra também outros títulos da revista.
Em suma, é apenas um comentário. Uma observação. Você pode assistir o vídeo acima, como supracitado, e ter uma ilustração mais abrangente do que tentei expressar. Mas, enfim, Chainsaw Man é um mangá bem interessante. Seja pelo design do protagonista, pela tradução engraçada ou mesmo por sua narrativa.
O fato é que vale a pena conhecer esta história. Aliás, uma adaptação em anime está programada para outubro deste ano. Então já vai se preparando aí, porque esse será um dos maiores hypes da temporada dos animes.
Gostou da história de Chainsaw Man? Deixa aí nos comentários tua opinião. Queremos saber.
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