O gênero “Isekai (Another World)” tem ganhado força ao redor do mundo, e os produtores da Kadokawa não poderiam estar mais felizes. No seminário TIFFCOM, “KADOKAWA Anime’s Overseas Business Strategy, Case of ISEKAI. And Future Prospects”, o CEO da Kadokawa, Takeshi Kikuchi, e o CEO Seiji Kiyohara, compartilharam suas opiniões sobre o estado atual da estratégia de negócios de anime da empresa e como pretendem expandir suas propriedades no exterior.
No Japão, Kadokawa segue uma fórmula fácil de entender para o sucesso: ao investir em várias mídias (chamada de “mix de mídia”), a empresa pode promover continuamente romances originais e estender o ciclo de vida de uma propriedade intelectual. A Kadokawa normalmente começa a promover romances a partir do material original nas livrarias japonesas de três meses a um ano antes do lançamento da adaptação animada. A adaptação então se torna o ‘nexo’ que suporta desenvolvimentos subsequentes em torno da franquia, ao mesmo tempo que apresenta aos fãs os romances.
Quando há uma “lacuna” considerável entre os desenvolvimentos no departamento de adaptação animada, a Kadokawa pode manter a relevância da franquia introduzindo outras formas de mídia. Como exemplo disso, o seminário mencionou a série Re: Zero kara Hajimeru Isekai Seikatsu e como o anime Isekai Quartet foi produzido entre a primeira e a segunda temporada.
A vantagem da Kadokawa é que ela pode cuidar de tudo, desde o planejamento, promoção, embalagem, transmissão doméstica, música, licenciamento no exterior, etc. No entanto, Kikuchi observou que o domínio da empresa se aplica apenas ao Japão. No exterior, a estratégia de mix de mídia não parece funcionar tão bem. Isso é algo que a empresa vem questionando nos últimos 2-3 anos, enquanto tentava aprimorar suas estratégias de promoção no exterior.
A Kadokawa identificou as light novels ‘isekai’ como uma importante fonte de crescimento na última década. O denominador comum é sua origem como webnovels, que mais tarde são reeditadas como livros e adaptadas para animação. A empresa identificou Re: Zero kara Hajimeru Isekai Seikatsu, Overlord, Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku wo!, Youjo Senki e Tate no Yuusha no Nariagari como títulos ‘pioneiros’ nesta estratégia de negócios.
Kiyohara espera que essas light novels, que também são populares no exterior, possam servir como um trampolim para as atividades da empresa no exterior. A Kadokawa tem sido capaz de fazer lançamentos globais simultâneos de seus títulos de anime, mas ela também quer ser capaz de levar seus romances e outras formas de mídia para o exterior com eficácia. Quando a pandemia de COVID-19 terminar, ela pretende atacar agressivamente o mercado global. Kikuchi observou que, embora os e-books da Kadokawa tenham experimentado um grande crescimento no Japão durante o COVID-19, a editora permanece minúscula no mercado internacional, indicando um enorme potencial inexplorado.
Kiyohara enfatizou a importância de trabalhar com parceiros estrangeiros para ajudar a promover a propriedade intelectual. “Não devemos nos contentar em vender nosso conteúdo por um preço alto aos licenciados”, disse ele. ‘Eles também precisam trabalhar em estreita colaboração com o marketing para garantir que o conteúdo alcance o maior número possível de pessoas.‘
Kikuchi admitiu que antes estava do lado de ‘vender o imóvel pelo maior lance‘, mas agora entende a importância de otimizar os lucros para além da Garantia Mínima (MG) e trabalhar com parceiros que possam pagar. Como exemplo de parceria de grande sucesso, os dois citaram o anime Kumo Desu ga, Nani ka? (So I’m a Spider, So What?), que foi uma co-produção com a Crunchyroll e se tornou parte da linha Crunchyroll Originals. A série estava determinada a ter maior potencial de crescimento no exterior em comparação com o Japão e, cooperando estreitamente com a Crunchyroll no lado do marketing, o anime foi capaz de atingir todo o seu potencial.
De acordo com Kiyohara, o marketing de Kumo Desu ga, Nani ka? teve sucesso porque a Kadokawa foi capaz de atender às solicitações usuais de licenciados de marketing no exterior: permissão para liberar informações do título ao mesmo tempo que no Japão, acesso a ampla gama de recursos visuais recursos e a possibilidade de utilizá-los livremente, agilidade na homologação, contato com a equipe de produção, etc. Outro exemplo de sucesso foi o de Sentouin, Hakenshimasu!, em que intervieram vários braços promocionais de várias empresas, como Funimation, GeeX +, Yen Press e BookWalker Global.
Para a Kadokawa, facilitar esse nível de liberdade representou uma grande mudança em suas colaborações internacionais. Graças a essas experiências, Kiyohara disse que aprendeu novas estratégias de marketing e como interagir melhor com o público estrangeiro. No futuro, ele pretende levar esse ângulo ainda mais longe, à medida que a empresa traz mais conteúdo à luz. Apesar das mudanças nas regulamentações chinesas e das circunstâncias em torno do COVID-19, Kiyohara está confiante de que a Kadokawa pode manter sua meta de produzir 40 novos animes no próximo ano fiscal.
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