Há um tempo atrás me recomendaram Serial Experiments Lain. Por coincidência, já havia dado uma vasculhada pela internet , encontrado ele e colocado na lista para assistir um dia.
Esse anime, na minha concepção, tinha tudo para se tornar um dos meus favoritos temporariamente. Isto porque o gênero e parte do apresentado me fascinam.
Porém, não foi assim. A história me desagradou bastante. Inclusive, tamanha foi a decepção que não cheguei a finalizar o anime, assistindo somente 3 episódios.
Gravei um vídeo sobre Serial Experiments Lain e algumas pessoas concordaram ou entenderam. Mas também tiveram pessoas que criticaram e odiaram minha visão.
Antes de continuar a leitura, é importante fazer um disclaimer acerca de opiniões. Gostar ou não de algo é subjetivo. Todavia, a opinião de outro não afeta a tua experiência com a obra.
Eu entendo a importância que este anime teve para a indústria, porém nem por isso eu devo me forçar a gostar de algo que não funcionou comigo. E ISSO É OPINIÃO!
A história de Serial Experiments Lain
O anime original do estúdio Triangle Staff segue a história de uma garota chamada Lain. Ao total, o anime possui 13 episódios. A jovem é de família classe média, mas com algumas problemáticas nas relações.
A mãe é desligada de tudo, a irmã é apática e o pai é um viciado em tecnologia. Algo que, por sinal, é o ponto fraco de Lain. Mas é nesta falta de conhecimento de Lain com a tecnologia que a obra irá se desenvolver.
Em um determinado dia, uma colega de classe dela se joga de um prédio. Após este incidente, descobrimos que a garota, aparentemente, não morreu, mas se conectou com o mundo por meio da tecnologia. E a ideia que o anime tenta passar é a de que Lain seguirá o mesmo caminho.
Segundo a lógica da garota que morreu, ela fez o que fez por não ser necessária neste mundo. Ninguém irá sentir sua falta. Apenas se desligou do corpo físico para se tornar o todo.
A partir disso, seguimos a protagonista enfrentando inúmeras paranoias e situações introspectivas. Também, o interesse que Lain começa a despertar sobre computadores e tecnologia, uma vez que essa garota se comunica com ela por meio de mensagens.
A problemática com Serial Experiments Lain
É importante salientar que este anime é bastante nichado. Ou seja, parece ter um público alvo. Não é qualquer pessoa que vai assistir e curtir a narrativa. É algo peculiar.
Serial Experiments Lain parecia ser minha praia, mas esqueci de um pequeno detalhe: ele é cyberpunk. E eu nunca fui muito fã desse gênero. E esse anime explora bastante isto.
Afinal, é uma obra sobre tecnologia, sobretudo. Logo muitos momentos ali são esquisitos, causando sentimentos angustiantes ou qualquer coisa desse gênero.
Mas claro, essa foi a minha experiência com o anime. Pode ser que contigo funcione. Ainda mais se você for adepto a este gênero.
Por fim, outro ponto demasiado maçante de Serial Experiments Lain são as incansáveis cenas estáticas. Simplesmente nada acontece. Como supracitado, acompanhei apenas 3 episódios.
E ao longo desses 3 episódios, simplesmente nada acontece. Nem uma inovação que seja, coisa simples. Nada. Apenas a Lain perturbada olhando para um vazio absurdo por 23 minutos.
Considerações finais sobre a obra
Por fim, claramente a obra não funcionou comigo. Porém, há quem goste. Há gosto para tudo. E está tudo bem. Porque é assim que as coisas são. O fato de eu ter detestado não tira o peso que o anime tem. Tampouco o impacto que teve na vida de alguém.
Mas, enfim, por essas e outras coisas, Serial Experiments Lain foi um anime que, acreditei ser bom, mas que acabou sendo uma grande decepção pessoal. Mas fica a recomendação do anime caso ainda não conheça e queira assistir para tirar suas próprias conclusões.
Apesar de ser estranho por ser estático demais, fica a indicação também de Gokushufudou: Tatsu Imortal. Anime estático, praticamente, mas que é muito bom.
Serial Experiments Lain é uma obra de arte perfeita na minha opinião. Minha vida mudou completamente após assistir essa obra 10/10. Como um garoto que mal sabia usar um computador direito, SEL me motivou a aprender a usar essas máquinas fabulosas e a buscar sempre mais conhecimento sobre o assunto. No futuro pretendo fazer algumas tatuagens em homenagem à essa masterpiece que mudou minha vida. Quem quiser fazer umas pichações do CoplandOS onde puder por aí fica minha aprovação para fazer o mesmo kkk.
…E deram espaço na rede pra você falar isso?
(Alguém não entende o conceito de “desenvolvimento” )
Realmente, o anime SEL ficou datado, envelheceu um pouco mal, mas possuí uma trama riquíssima, que, previu e trata dos principais dilemas da relação do ser humano com a tecnologia e a rede nos dias de hoje, compensando por tudo no que peca em seu estilo e método de animação ( inclusive os “DEFEITOS” especiais, já que você disse tudo na SUA opinião, falo agora da minha, acho lindo, é um caso de estética de uma década); Tocando em assuntos como o bullying, o “cringe”, as comunidades e os jogos on-line, drogas, fuga, crises existenciais, desassociação do físico corpóreo, isolamento, despersonalização associada ao “avatarismo”, bipolaridade, conspirações governamentais, algo de arquivo X… Enfim, muitas leituras, camadas o suficiente para pingar o cérebro pelas orelhas.
Se engana aquele que pensa que não tem ação ali.
Mas é preciso ver os 13 episódio, as pistas, as deixas e apreciar ( degustar ) antes de engolir.
PS.: E AQUELE PIJAMA DE URSO 🐻 É UM TUDO!!! rs
Posso falar com propriedade o impacto que eu senti quando assisti esse anime por volta da virada do milênio, época que eram fitas cassetes ainda compartilhadas para fazer gravação dos animes, o CD/DVD ainda estava em ascensão em mídias gravadas, não tinha rede social, não tinha internet direito – a não ser a discada para baixar pouca coisa, pois video era complicado demais, fora converter…
Podia passar o dia citando exemplos sobre esse contexto todo que vivenciei com Serial Experiments Lain. O anime é visionário demais, principalmente no que diz respeito a redes sociais, visionário, contemplativo, melancólico e forte na sua mensagem.
Sobre o que você comentou no texto, fiquei bem curioso com a forma como você levantou os elementos de Lain. Um anime de nicho, por exemplo, era a menor das preocupações na época. As produções naquele período não eram tão variadas quanto hoje são e havia uma tendência forte de obras mais reflexivas depois que Evangelion (que curiosamente tem cenas parecidas como em Lain em alguns momentos) mostrou uma forma inovadora de produção, assim como Ghost in the Shell. Se você pegar boa parte das produções da Gainax na época, verá o que eu estou falando. Curiosamente, obras citadas beberam bastante do gênero cyberpunk. E falar deste gênero? Se seguir seu raciocínio, então deve ter passado longe de obras como “Matrix”, por exemplo, que bebe bastante desta influência. Se você queria assistir Lain pensando no perfil dos animes mais recente de animação mais “dinâmica”, realmente ia ser um erro da sua parte assisti-la com essa expectativa, notando pelo seu “datado”. Se for assim, qualquer animação do Go Nagai e do Tezuka também é datada, assim como um Akira da vida ou mais antigos do Miyazaki. O que você chama de “datado” eu chamo de um tendência de época e cada anime teve seu período de relevância.
Bom, a regra de definir uma obra por 3 episódios, aí realmente acho complicado você submeter uma crítica. É como se fosse alguém que iria para uma sessão de cinema, assiste menos de um terço do filme e depois vai fazer uma resenha. É confiável? Não, pelo menos você deixou claro que é sua opinião. Se divertir ou apreciar um anime, droparia até mesmo no primeiro se as coisas não tivessem indo bem. Mas, fazer uma crítica baseado em apenas ter assistido poucos episódios, acho bem infeliz.
Bem isso.
Entendo que seja a sua opinião, mas também na minha opinião, é impossível avaliar bem uma obra sem tê-la consumido por inteiro. Se você não ficar mexendo no celular enquanto assiste e prestar atenção em cada detalhe dos 13 episódios, verá que muitas cenas fazem alguma ligação entre si e têm um sentido, embora às vezes subjetivo.